O restaurante que abriu na Praia da Guarita, pra mim, se trata de uma bela ação que aconteceu para todos os torrenses. Além de oferecer refeições e ambiente de consumo para os turistas que visitam o parque todo o ano, o empreendimento ajuda a manter o manejo do espaço de natureza mais bem cuidada, propiciando segurança, limpeza, e certa fiscalização dos que frequentam o lugar para que não depredem nem ataquem o ambiente natural.
Além disto, a prefeitura vai receber dos locatários do prédio público em torno de R$ 10 mil mensais, que podem ajudar a melhorar outras situações do parque, como as trilhas, o ajardinamento, o asfalto na via de acesso, etc.
É importante que todos saibam que o Parque da Guarita é um Parque TURÍSTICO de propriedade do Estado do RS e cedido por concessão ao município de Torres. Não é um Parque Ambiental como é o Parque Itapeva. Parque Turístico é para fomentar o Turismo. Parque Ambiental é para manter o ambiente natural preservado como objetivo. Meio Ambiente no Parque da Guarita é como Turismo no Parque Itapeva. Devem ser respeitados, mas não é o fim dos espaços sitiados, são secundários.
Turismo é o sustento da população
Os municípios que estão na beira da praia e que se desenvolveram em torno do veranismo e do Turismo, como Torres, Arroio do Sal e outros vários aqui na região devem aproveitar a chamada “temporada de verão” para avaliar se os visitantes estão satisfeitos com o que nós, moradores, os oferecemos. Pensar assim é como pensar como um empresário do ramo da gastronomia, da indústria e do comércio que se preocupa em saber se seus clientes, que consomem seus produtos, estão ou não estão satisfeitos. É com esta avaliação que ele irá conseguir que os clientes continuem consumindo em seu negócio, consequentemente mantenha seu empreendimento vivo.
O pessoal da política, mesmo os que pensam que seria melhor outra forma de movimentação econômica para a cidade, deveria se atentar para o que acham os turistas e os veranistas de Torres enquanto estão aqui, para depois trabalhar ou cobrar das autoridades do poder executivo que melhorem ou mudem situações apontadas por visitantes.
Mesmo os vereadores poderiam aproveitar e avaliar o movimento das pessoas em nossa urbe, avaliar como é a coleta de lixo, a iluminação Pública, o Tráfego de Veículos, a convivência no ambiente de faixa de areia, dentre outros, para tentar fazer leis, modificar leis ou pelo menos colaborar de uma forma mais efetiva nas matérias sobre estes assuntos que possam aparecer para o debate na Câmara.
Os turistas trouxeram, trazem e ainda serão os que mais trarão DIVISAS para a cidade de Torres e de Arroio do Sal, por exemplo. Divisas são recursos ganhos em outro lugar e gastos por aqui, moeda a mais, a única forma de haver crescimento econômico efetivo nas cidades, no nosso caso aqui através do Turismo.
Câmaras mereciam maior promoção do trabalho
O sistema legal que estrutura a democracia representativa, com seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em suas três esferas (Municipal, Estadual e Federal), acaba sendo uma espécie de equação complexa para que as pessoas entendam. Os próprios políticos muitas vezes são eleitos e não têm ideia dos direitos e obrigação dos cargos para que foram eleitos. São tantas as leis e as burocracias dos regramentos da probidade das funções da administração pública e da política pública que fica difícil entender tudo. E o resultado é que a população acaba ficando mais longe do trabalho dos poderes. Assiste só o que aparece nos noticiário e na maioria das vezes não entende o porquê de algumas decisões.
Por tudo isto, acho que os sistemas de comunicação e promoção das Câmaras Municipais deveriam ser mais completos. Deveriam trabalhar para chegar mais e chegar melhor no dia a dia da população das cidades. Criar uma área de Comunicação e Marketing (Ascom) seria um bom começo. Apoiadas por páginas e perfis nas redes sociais e um site, as assessorias (Ascom) farão com que as Câmaras tenham sistematicamente a divulgação do que acontece em suas casas. Cidades maiores já trabalham desta forma. E acho que esta revolução da comunicação atual exige que Câmaras de cidades menores acompanhem a tendência.
Com as matérias no ar, as pessoas, mas principalmente os meios de comunicação, acabam sendo chamados à atenção dos assuntos compartilhados publicamente, atenção esta que motiva a reportagem ou até o mergulho mais profundo em assuntos que são interessantes, mas que muitos não sabem que estão sendo tratados nas Câmaras. Isto é promover um trabalho.
Câmaras mereciam maior promoção do trabalho II
Atualmente algumas Câmaras Municipais trabalham, parece, para cumprir a lei na comunicação. Fazem somente o que a lei exige perante a transparência e procuram gastar o mínimo possível (legalmente) para fazer a comunicação social de seus atos. E a impressão de que se tem é de que estão fazendo algo que não queriam, mas que têm que fazer. Fazem comunicação formal em somente um jornal (licitado pelo menos preço), muitas vezes não se preocupando onde circula e quem lê os jornais licitados. Fazem o mesmo com rádios e, principalmente, não possuem profissionais preparados para realizar o trabalho do dia-a-dia da comunicação social e marketing – jornalistas e marqueteiros.
A impressão de que se tem é que os presidentes de Câmaras trabalham para chegar ao final do ano e devolver o máximo de recursos “sobrados” na Câmara para os cofres públicos. Não se preocupam com o equilíbrio de investimentos e gastos na própria Câmara. E acabam prejudicando o papel institucional das Câmaras em nome de economias, como se as Câmaras fossem um “mal necessário”.
Câmaras mereciam maior promoção do trabalho III
Na ciência da Comunicação Social existe uma matéria que afirma peremptoriamente que as instituições em geral – empresas, governos, câmaras, ONGs e etc., devem investir um percentual de sua receita bruta anual em comunicação e marketing. O percentual varia conforme a margem de lucro bruto das empresas e das atividades. Mas o índice varia de 3% a 10 % da receita bruta. E isto é avaliado como um investimento que tecnicamente deve ser feito, como outros vários que são necessários, como segurança, seguro, e etc.
Então, se a Câmara de Torres tem uma receita anual prevista de, por exemplo, R$ 6,6 milhões (3% da receita de prefeitura) e resolver que vai investir 5% de sua receita em comunicação e marketing, serão 5% de R$ 6,6 milhões, que equivalem a R$ 330 mil anuais. Dividido por 12 meses daria um investimento em comunicação e MKT de mais ou menos de R$ 28 mil por mês.
Mas pode ser mais – 10%, por exemplo. Tudo depende da ideia do presidente da Câmara. Se ele quiser somente cumprir a lei, os valores serão menores. Mas se quiser promover o trabalho do Poder Legislativo para os moradores da cidade, os valores podem ser maiores.
As Câmaras podem (e deveriam) fazer campanhas de conscientização como parte dos assuntos que pauta, tanto para aprovar o que vem do Poder Executivo, quanto o que ela mesma (a Câmara) produz de lei de iniciativa legislativa. Isto também é uma forma de se aproximar dos contribuintes das cidades e melhorar o conhecimento destes contribuintes perante a função das Câmaras e dos vereadores.