A nação está estarrecida com a execução da Vereadora MARIELE FRANCO no Rio de Janeiro, logo depois de sua denúncia sobre a existência de um Batalhão da Morte na Polícia Militar daquele Estado. Marielle havia participado no início da noite de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Rua dos Inválidos, na Lapa. Pouco importa o Partido a que pertencia MARIELE. Pouco importa sua ideologia. Mas é paradigmático que ela fosse uma mulher, uma mulher jovem, uma mulher jovem e negra. Justamente o segmento de nossa população que mais sofre com a pobreza, com a discriminação de cor e de gênero, com o crime sexual. Ela era uma líder autêntica da comunidade da Maré, na cidade do Rio e teve a segunda maior votação para a Câmara de Vereadores da cidade nas últimas eleições. Uma esperança na renovação política que pretendemos na construção de um novo Brasil. Morta. Como vão morrendo nossas esperanças desta renovação a cada dia que passa. Depois de todo o alarido do Impeachment de Dilma Rousseff e das condenações da Lava Jato, até da Intervenção Militar no Rio de Janeiro , o esbulho, a roubalheira, a violência não param de prosperar por todo o país. E tudo indica que, se não houver uma grande mobilização de toda a Nação pela Paz, isso pode piorar. Está na hora de reeditar a Passeata pela Liberdade dos 100 mil de 1968, no Rio de Janeiro. E de voltar às mobilizações multidunárias de junho de 2013. Já ninguém acredita na eficácia das Eleições de Outubro para mudar o país. As regras são praticamente as mesmas que conformaram a atual situação, sob um arco de cerca de 30 Partidos, todos com seus membros envolvidos em nebulosas denúncias. Os Três Poderes se digladiam à vista de todos, deteriora-se a autoridade pública, a democracia fenece, o país se desespera. Mas temos que sair do pranto sufocado para o grito da fera ferida.
Transcrevo, a propósito, a Nota de um dirigente do PSOL sobre a morte de Mariele:
Ontem, perdemos uma guerreira no Rio de Janeiro. O assassinato brutal de Marielle Franco, nascida e criada na Favela da Maré, vereadora do PSOL, negra e militante socialista e de vários movimentos em defesa das mulheres e dos direitos das comunidades pobres do Rio de Janeiro. Os assassinos também tiraram a vida do motorista Anderson Gomes, que estava trabalhando naquele momento com Marielle. Ela lutava incansavelmente contra a violência e a discriminação sobre os trabalhadores e o povo pobre nas comunidades do Rio. Nesse momento, além de exigir a apuração completa dos assassinatos, quero manifestar minha solidariedade aos familiares de Marielle e de Anderson, extensivo a todos os militantes e dirigentes do PSOL e dos movimentos sociais do Rio de Janeiro. Essa situação não pode continuar! Nosso luto deve orientar a continuidade de nossa luta contra a violência! BASTA DE VIOLÊNCIA! –
Antônio Carlos de Andrade – Direção PSOL DF
Quando jihadistas atacam cidades europeias e locais de trabalho de profissionais livres em vários lugares do mundo não hesitamos em manifestar nossa solidariedade militante. Agora, pois, proponho, que escrevamos em nossas redes sociais e por onde pudermos escrever: SOMOS TODOS MARIELE!