TORRES E O TURISMO SUSTENTÁVEL

"Retorno à questão do turismo sustentável para perguntar se os candidatos a Prefeito em nossa cidade tem este tema em seus planos de governo" (por Roni Dalpiaz).

4 de novembro de 2020

Esse é um tema recorrente aqui nesta coluna. Há alguns anos levantei uma questão sobre o turismo de massa e a sustentabilidade. Hoje retorno à questão para perguntar se os candidatos a Prefeito em nossa cidade tem este tema em seus planos de governo.

Essa história de Turismo Sustentável já é antiga. Antes de virar consenso mundial e interdisciplinar, o ramo do turismo já estava na dianteira desse movimento. Ninguém falava em sustentabilidade, mas os pensadores e estudiosos do turismo já levantavam esta bandeira. Turismo Sustentável, mas o que vem a ser isso?

Segundo a OMT “o turismo sustentável deve ser aquele que salvaguarda o ambiente e os recursos naturais, garantindo o crescimento econômico da atividade, ou seja, capaz de satisfazer as necessidades das presentes e futuras gerações. O turismo sustentável pode ser definido como aquele que desenvolve as suas atividades de forma a minimizar os impactos ambientais e sociais negativos e a maximizar os positivos.”

Torres pratica um turismo sustentável? Aqui em Torres, ao que parece, está sendo um pouco complicado a compreensão e a adaptação deste modelo de Turismo. Não vou fazer afirmações, embora eu tenha várias certezas. Vou apenas perguntar, ainda que tenha algumas respostas.

 

  • A infraestrutura e as atividades turísticas são programadas de forma que seja protegido o patrimônio natural e que sejam preservadas as espécies ameaçadas da fauna e da flora selvagens?
  • Os agentes do desenvolvimento turístico, principalmente os profissionais, permitem que sejam impostas limitações ou obstáculos às suas atividades, quando elas forem exercidas em zonas particularmente sensíveis, como a nossa zona costeira, parques naturais ou reservas protegidas?
  • As empresas do setor que ambicionam serem sustentáveis procuram maximizar a riqueza gerada e distribuída por todas as partes interessadas, respeitando sempre o equilíbrio ambiental e social, indo ao encontro dos interesses de todos os stakeholders (participantes)?
  • Fazemos um uso ótimo dos recursos naturais que constituem um elemento chave no desenvolvimento do Turismo, de forma a manter os processos ecológicos cruciais e a ajudar na conservação da herança natural e da biodiversidade?
  • Respeitamos a autenticidade das comunidades locais, conservamos as suas heranças culturais construídas e os valores tradicionais, contribuindo para a existência de um espírito de compreensão intercultural e tolerância?
  • Asseguramos operações econômicas viáveis no longo prazo, de forma a providenciar benefícios socioeconômicos a todos os stakeholders (participantes e envolvidos)?

 

As respostas a estas perguntas ficam por conta dos leitores (e eleitores).

Encerrando o assunto, lembro que o turismo de massa (turismo ainda modelo em nossa cidade e muitas outras do país) pode causar alguns efeitos, como o consumo intensivo de recursos naturais (água, energia e materiais), o uso do solo e consequente degradação, a compactação do solo (aumento do escoamento superficial e da erosão), a poluição (água, ar e sonora), a destruição e perda da biodiversidade, a afetação dos sistemas de suporte ecológicos, a alteração da paisagem natural.

Algumas soluções para estes problemas são facilmente alcançáveis, é só promover a atividade turística como forma de preservação do patrimônio, incentivando projetos de recuperação e preservação do patrimônio natural e cultural. Investir na diferenciação positiva de projetos com base em critérios ambientais e na distinção das melhores práticas ambientais, promover e defender as riquezas naturais, valorizar o ambiente local, sensibilizar os turistas para o valor dos recursos naturais, promover e defender o patrimônio construído, promover a variedade cultural e o patrimônio histórico.

Fácil! É só começar.




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