Vem ai o Plano de Turismo em Torres

"Sei que esse é um tema muito importante para o município e por este motivo eu quero fazer uma análise mais detalhada de tudo que foi feito no desenvolvimento deste plano, revisar as propostas e o comparar com tudo que se tentou até hoje" (Por Roni Dalpiaz)

30 de novembro de 2020

Finalmente o Plano Municipal de Turismo saiu do “forno” e foi para a câmara de vereadores. Depois de muitas tentativas (com e/ou sem muita vontade), foi novamente feito um plano para o turismo no município de Torres.

Não, isso não é novidade. Já foram feitas várias tentativas de execução de Planos de Turismo anteriormente, mas ficaram só no papel. Não foram adiante. Um dos motivos, acho eu, é que foram planos curtos, planos para poucos anos. Eles tinham muito mais cara de planos táticos, do que estratégicos. Pois bem, estes já se foram, vamos nos deter agora o plano que está aí na mão dos vereadores para ser analisado.

Antes de falar do plano em si, quero falar da minha preocupação em saber quem é que vai analisar este plano, os vereadores que estão saindo ou os que irão ingressar no próximo ano?

Com todo respeito aos que lá estão, não há tempo hábil para uma boa análise do documento apresentado. O ideal seria deixar para os novos avaliarem e aprovarem ou não. Pelo que li rapidamente, considero um trabalho bem simples, pouco aprofundado, com informações bastante conhecidas, e com poucas soluções inovadoras. Me parece, a princípio, muitos “achismos”, pouca criatividade nas soluções, muito “não depende só de mim”, e muito “diálogo entre município-comerciantes-sociedade”. A grosso modo, tudo que se tenta há muito tempo, sem sucesso.

Sei que esse é um tema muito importante para o município e por este motivo eu quero fazer uma análise mais detalhada de tudo que foi feito no desenvolvimento deste plano, revisar as propostas e o comparar com tudo que se tentou até hoje. E este é um dos pontos. Torres tem um passado de tentativas e erros que foi ignorado pela empresa que fez a consultoria. Muitas das tentativas não foram registradas, ou foram mal registradas, ou se perderam ao longo dos anos. Para não tornarmos a errar, é relevante olhar para trás e rever o que foi feito. Recolher os acertos e descartar os erros, não podemos perder o que já foi feito de bom e igualmente não podemos errar da mesma forma.

Não encontrei, nem nas referências, algum depoimento de ex-secretários de turismo ou ex-prefeitos, nem planos anteriores, nem ações de governos anteriores que deram certo ou errado. Nada. Só a visão atualizada de pessoas escolhidas para falarem sobre a cidade e o turismo na cidade.

O lado bom de ter feito este tipo de trabalho durante quase 20 anos é que se conhece os atalhos. Sabe-se o que é uma boa pesquisa só olhando a definição do problema e os objetivos traçados. Conhece-se um bom embasamento teórico, a partir dos autores escolhidos para dar o devido suporte técnico.

Vejo este Plano (de Turismo) como um trabalho científico que é, e o analiso a partir dos detalhes, do que se busca e onde se quer chegar, mas principalmente o “meio” (o caminho, os instrumentos, as pessoas…).

Como o espaço de uma coluna é limitado e não quero ser muito técnico, acho que vou levar algum tempo para fazer uma análise mais aprofundada, por isso, vou primeiramente descrever o que foi feito na construção do Plano Municipal de Turismo de Torres. (Para quem estiver interessado em conhece-lo na íntegra o acesso está no final desta coluna).

O plano está muito bem estruturado com um bem formatado objetivo geral: “Elaborar o Plano Municipal de Turismo de Torres de acordo com as diretrizes do Plano Nacional de Turismo e demais orientações das instâncias superiores relacionadas ao setor, de forma a proporcionar ao município uma ferramenta adequada para seu necessário aprimoramento na atividade turística, com vistas a um processo sustentável de desenvolvimento local.” Para isso ocorrer foram propostos os seguintes objetivos específicos:

  1. Reunir informações referentes ao perfil e ao processo de desenvolvimento da atividade turística no município;
  2. Avaliar os atrativos e produtos atualmente trabalhados pelo município;
  3. Avaliar o potencial do município para o desenvolvimento de novos produtos e serviços;
  4. Identificar os pontos críticos que podem auxiliar ou impedir o desenvolvimento turístico desejado;
  5. Propor alternativas para o desenvolvimento de novos produtos e serviços vinculados ao potencial turístico municipal;
  6. Estabelecer a vocação turística do município;
  7. Estabelecer e avaliar as relações da atividade turística com as demais atividades econômicas do município;
  8. Avaliar a cadeia produtiva do turismo e associada ao turismo;
  9. Propor estratégias para aprimoramento do desenvolvimento turístico local;
  10. Propor estratégias para proteção do capital turístico, ambiental, social e cultural do município e sua correta utilização, com vistas à sustentabilidade do processo;
  11. Elaborar planos para implementação das estratégias propostas;
  12. Contribuir para a manutenção de um elevado padrão de vida no município, beneficiando moradores, veranistas, turistas e visitantes;
  13. Contribuir para uma dinâmica de convivência aprazível e produtiva entre visitantes, turistas, veranistas e moradores;
  14. Contribuir para um processo sustentável de desenvolvimento do território.

Transcrevi todos os objetivos pois acho essencial para a análise de tudo que foi feito dentro do plano municipal. E é a partir deles que destaco algo que falo há anos nesta coluna: a vocação turística de Torres.

Observem o objetivo “f”, “Estabelecer a vocação turística do município”; sim é verdade o objetivo é  simples. Tornar o turismo a vocação da cidade.

Não temos, não sabemos, ou não queremos admitir.

A vocação de Torres é turística!

Que bom que vamos estabelecer.

(continua na próxima semana)

 

Fonte: Câmara Municipal de Vereadores de Torres (camaratorres.rs.gov.br), Projeto de Lei  Nº 0057/2020.




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