Na semana que passou, vários projetos de lei que entraram também na Câmara de vereadores de Torres em “comboio” foram aprovados pelos vereadores praticamente sem debate. Se fossem somente nomes de rua (como tiveram alguns) ou se fosse pequenos ajustes orçamentários (como também tiveram), tudo seria menos errado. Mas as matérias que foram aprovadas foram temas que mereciam no mínimo uma sessão de debates para ver quais os pontos que tinham opiniões contraditórias, âmago do desenvolvimento da cidadania, porque a unanimidade tende a tornar as coisas paradas, sem movimento.
Esta mazela não acontece só em Torres, acontece em várias Câmaras Municipais, pra não dizer em todas. Não sei por que, vários governos resolvem deixar para votar as coisas em cima da hora, de afogadilho, parece querendo evitar o debate nos assuntos. E os vereadores acabam infelizmente se adaptando a isto, criando um ciclo vicioso de atraso, pois evitar o debate é atraso, pelo menos para a função de vereador, mas pra mim é atraso para a democracia, também.
VEREANÇA SEM MUITO DEBATE II
Foi votado, por exemplo, na sessão de segunda-feira, dia 7, o Plano de Turismo de Torres, um projeto de lei que cumpre certa burocracia pública, mas que poderia ser aproveitado para que as óticas sobre o Turismo de Torres fossem debatidas e que os cidadãos torrenses consequentemente conhecessem a opinião de seus vereadores. Isto, inclusive, poderia fazer parte dos debates no período eleitoral. Mesmo que a aprovação da lei pudesse atrasar um pouco, se houvesse debate as pessoas se atentariam para as questões, num assunto que simplesmente é o maior fator econômico que movimenta os recursos que giram na cidade, consequentes que gera os impostos e os empregos que são oriundos do turismo.
Mas não… O tema entrou com outros vários PLs e acabou sendo votado provavelmente quando alguns vereadores sequer leram o documento. Perdemos uma oportunidade de debater o Turismo de Torres, assunto que é municipal acima de ser político. Pena
VEREANÇA SEM MUITO DEBATE III
Outro assunto que mais uma vez entra na Câmara para ser aprovado de afogadilho e também mais uma vez não teve debate foi as várias renovações de contratos de CCs e dos chamados “Contratos emergenciais”. Não houve debate. Somente o vereador Pardal conseguiu uma emenda para as contratações na Saúde Pública, emenda que diminuiu o prazo de renovação dos contratos que forem feitas adiante. Pardal, mesmo saindo de sua atividade de vereador no dia 31, quer que o assunto entre mais uma vez em debate e que a prefeitura resolva de uma vez por todas quais os concursos que irá fazer para pelo menos diminuir as contratações emergenciais, porque de emergenciais elas não têm mais nada, são contratações sistemáticas, mas sem concurso público.
O vereador Pardal foi uma exceção da exceção, pois nenhum vereador sequer pegou o microfone para criticar ou para defender o governo. Mais uma chance perdida de melhorar o processo ao invés de ficar tendo que renovar emergências de forma sistêmicas, como um incêndio que não se apaga nunca e sempre precisa de bombeiros trabalhando. Pois não é o caso…
Mais uma vez os vereadores perderam uma chance de mostrar para os eleitores à que vieram e debater esta questão, colocando suas opiniões, sejam elas quais fossem, pois eles foram eleitos para imprimirem o que prometeram para seus eleitores.
Se os PLs fossem debatidos antes da eleição, talvez o debate fosse pelo menos um pouco menos intenso. Pena.