No último dia 23, durante a 29ª Semana Interamericana da Água e da 22ª Semana Estadual da Água, os membros das entidades representadas no Comitê Local de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Mampituba participaram de importante Oficina de formação sobre “Riscos Ambientais e Mudanças Climáticas” com o Masato Kobiyama, do IPH/UFRGS e equipe: Cláudia Weber Corseuil, Itzayana González Ávila e Marina Refatti Fagundes. Maria Elizabeth da Rocha, Presidente do Comitê, parabenizou a equipe, assim como os 10 anos da entidade. Segundo Christian Linck da Luz, Secretário Executivo, uma das falas da equipe que mais causou interesse foi o alerta dado sobre uma possível área de risco de enxurradas, junto às casas e pousadas que se localizam na parte de baixo do Cânion Malacara, em Praia Grande, SC. Questão chama atenção especialmente agora que o ecoturismo está cada vez mais forte na nossa região, depois da notoriedade internacional do Geoparque Cânions do Sul. Outro ponto destacado por Masato foi à importância de se por em prática os conhecimentos da Agenda 2030 e os 17 ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 17).
Histórico de 10 anos do comitê
Também segundo Christian, há 10 anos, no dia 19 de novembro, foi publicado o Decreto que criou o Comitê Mampituba, daí a razão para realizar esta Oficina e Reunião Extraordinária neste mês (ao invés das já tradicionais atividades da Semana da Água realizadas em outubro). Leonila Quartiero Ramos, da ONG Onda Verde (e ex-presidente do Comitê), e Luís Bohn, da EMATER, fizeram uma apresentação sobre um histórico dos 10 anos de criação da entidade – focada na defesa e preservação do Rio Mampituba e seus mananciais.
Um fato destacado com muito merecimento foi a importância do Senhor Nabor Guazzelli, considerado o “Presidente de Honra” do Comitê, homenagem por conta de todo seu esforço desde 1990. “Quando ainda nem tínhamos a Lei das Águas, nem havia Comitês no Brasil, Nabor já estava batalhando para criar aqui na Bacia Hidrográfica a nossa entidade, então como um Comitê Federal. Depois, através de diversos seminários nos anos 2000, várias idas a Brasília, finalmente pôde ver sua criação em 2012 e, quase um pouco antes de falecer, em 2021, pôde ver seu sonho concretizado com a elaboração do tão importante Plano de Bacia”, afirma o texto do Comitê sobre Nabor Guazzelli.
Legados e agradecimentos
No final da apresentação, a Direção do Comitê Mampituba ainda agradeceu a todos que fizeram parte da história da sua fundação: José Carlos de Matos, que estava presente na Reunião, Tadeu Santos, da ONG Sócios da Natureza de SC, assim como os apresentadores, Leonila e Luis. Beth também agradeceu às Direções anteriores, com Leonila, Gizelani Guazzelli, José Antônio Dambros, Marco Machado e ao incansável esforço de Christian, secretário desde a primeira reunião do Comitê.
Christian por sua vez lembrou que os próximos 10 anos serão muito importantes, a começar em 2023, com a finalização do Plano de Bacia do Rio Mampituba. Este será imprescindível por em prática as recomendações propostas no Plano de Ações, como, por exemplo, a recuperação da mata ciliar e a discussão da Cobrança pelo Uso da Água junto ao Mampituba, essencial à manutenção de um Comitê, especialmente agora, quando o Comitê Mampituba já está há dois anos e meio sem receber recursos do Estado, assim como os outros Comitês de Bacias Hidrográficas do RS).
Outro ponto que será retomado será a concretização da proposta de Gestão Compartilhada entre o RS e SC, para que o Comitê desta bacia tenha a completa autonomia na tomada de decisões.