Corpo de sogro de suspeita de envenenar bolo em Torres já foi exumado; resultado sairá em breve

O corpo de Paulo foi exumado nesta quarta-feira (8). A morte dele, ocorrida em setembro do ano passado, não foi investigada, inicialmente, por não ter sido tratada como crime.

FOTO - IGP exumou o corpo (Divulgação IGP - em CNN)
9 de janeiro de 2025

Os resultados dos exames realizados no corpo de Paulo Luiz dos Anjos devem sair nos próximos dias, segundo o diretor do Departamento Médico-Legal (DML), Paulo Barragan. O homem era sogro da suspeita de envenenar o bolo que matou três mulheres da mesma família em Torres (RS) e marido de Zeli dos Anjos, que preparou o doce e segue hospitalizada.

O corpo de Paulo foi exumado nesta quarta-feira (8). A morte dele, ocorrida em setembro do ano passado, não foi investigada, inicialmente, por não ter sido tratada como crime. A Polícia Civil suspeita que ele tenha sido vítima de envenenamento – hipótese levantada após o caso do bolo começar a ser apurado.

O primeiro passo para exumação, após a autorização judicial, é reunir uma equipe especializada, composta por peritos criminais, legistas, fotógrafos e técnicos, para realizar a remoção do corpo. Após o agendamento do procedimento no cemitério, é feita a abertura do jazigo. O corpo é retirado do caixão e levado ao DML.

O arsênio pode permanecer no corpo por anos. Caso haja presença do composto nos restos mortais de Paulo, são grandes as chances de encontrar nas amostras coletadas. Além da pesquisa por arsênio, é realizada uma triagem para identificar outras substâncias, como metais pesados.

O processo de exumação e coleta de materiais de Paulo já foi concluído. As amostras foram enviadas ao laboratório, e a previsão é que os resultados sejam divulgados nos próximos dias.

 

Sobre a morte de Paulo

Paulo e a Zeli passaram mal no dia 2 de setembro. Eles teriam tido o mal-estar depois de tomar café com o leite em pó e comer as bananas trazidos dias antes pela suspeita e o marido.

Paulo e Zeli foram encaminhados para o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, de Torres. O homem morreu na madrugada de 3 de setembro. A certidão de óbito aponta infecção intestinal como uma das causas da morte.

Após o falecimento de Paulo, a suspeita afirma ter pesquisado no telefone sobre venenos fatais para seres humanos, pois pairavam dúvidas sobre o que poderia ter causado o óbito.

 

Relembre o caso do bolo envenenado

Sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa na cidade de Torres, durante um café da tarde em 23 de dezembro, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não teria comido o bolo.

Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital onde receberam atendimento. Neuza Denize Silva dos Anjos teve a morte divulgada como “choque pós-intoxicação alimentar”.

Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, Zeli foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue dela. A fonte da contaminação por arsênio foi a farinha usada para fazer o alimento consumido pelas vítimas, conforme o IGP.

Conforme a investigação policial, a relação entre nora e sogra era difícil desde o início da relação, que existia há cerca de 20 anos. No entanto, a motivação para o crime não está clara.

Celulares de pessoas relacionadas com a família foram apreendidos para perícia. Entre eles, está o telefone do marido da suspeita – filho de Zeli. Apesar disso, a polícia sinaliza que ele não é tratado como suspeito do crime.


Publicado em: Policial






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