Cultura Mbyá Guarani e bioconstruções são tema de encontro em Maquiné

Formação gratuita sobre bioconstrução básica - ministrada pelo bioconstrutor e cacique Mbyá Guarani André Benites - será realizada dentro de aldeia indígena,

Espaço Teko Jeapó (Cultura em Ação), em Maquiné (foto por Camila Hein)
9 de janeiro de 2023

No interior da Aldeia Mata Sagrada (Tekoá Ka’aguy Porã), em um território indígena em Maquiné, ocorrerá a vivência em bioconstrução e cultura Mbyá Guarani. A formação é gratuita e integra as atividades do Projeto Habitat – de pesquisa e resgate do patrimônio cultural do município. A vivência será presencial no dia 21 de janeiro, ministrada pelo bioconstrutor e cacique Mbyá Guarani André Benites. Com vagas limitadas, as inscrições podem ser feitas pelo telefone (051) 99502-1737.

A oportunidade de estar junto aos indígenas no interior de sua aldeia se trata de uma experiência de resgate cultural em tempos que se faz urgente a compreensão do modo de vida guarani e de sua relevância para a manutenção da vida no planeta. Na ocasião, as pessoas também terão acesso à uma das suas construções sustentáveis, a Teko Jeapó (Cultura em Ação), que é um projeto idealizado pelo cacique junto com a comunidade, e cujas paredes de barro abrigam uma escola indígena. A escola, assim como a moradia do cacique, integrarão o livro em vias de finalização pelo projeto Habitat.

Segundo André Benites, na tradição guarani: “Todo menino Mbyá aprende a construir com os mais velhos … E ele sabe que um dia ele vai ter que construir sua casa, para sua família. Eu construí casas em todos os lugares onde eu morei.” Além do conhecimento passado de geração em geração, ele diz também ter aprendido sobre várias técnicas com mestres juruá (não indígenas).

bioconstrutor e cacique Mbyá Guarani André Benites (foto por Camila Hein)

 

   Tekoa Jeapó e a retomada do território indígena em Maquiné

“A área onde hoje habitam 12 famílias Mbyá Guarani é fruto de um movimento de retomada de território… A reocupação ocorreu em uma área próximo à Rodovia RS-484 da antiga Fepagro, fundação estadual que foi extinta sob a justificativa de cortes de gastos, assim como aconteceu com outras entidades de pesquisa gaúchas, como a Fundação Zoobotânica. A retomada ocorreu em 2017, poucos meses depois das atividades da Fepagro terem sido encerradas. Os indígenas asseguraram assim, que a área continue a ter benefício coletivo.

Uma das ações para garantir a posse foi uma construção. Edificações são testemunhos de presença, intenção e conexão, toda casa é também uma ancoragem a um lugar. Construiu-se assim uma edificação com 180 metros quadrados, que recebeu o nome Teko Jeapó, o que significa “Cultura em Ação”…” (Trecho do livro “Habitat – casas artesanais e bioconstruídas de Maquiné).

 

   Sobre o Projeto Habitat

Em 2022, o Projeto Habitat realizou uma pesquisa sobre as moradias bioconstruídas em Maquiné, as quais integram o patrimônio cultural material e imaterial do município, e dão foco ao menor impacto ao meio ambiente onde elas estão construídas. Além da vivência, o projeto vai publicar um catálogo reunindo imagens e informações deste patrimônio, o qual será disponibilizado gratuitamente nos formatos impresso e digital, bem como realizará uma conferência no lançamento da obra, com o coletivo de arquitetos YAPÓ – Arquitetura e Engenharia Consciente.

O Projeto Habitat é uma realização dos espaços culturais Aterra e AMÓ com financiamento do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do Pró-Cultura FAC – Fundo de Apoio à Cultura.

 

Serviço:

Vivência em Bioconstrução e Cultura Mbyá Guarani

Data: 21/01/2022, das 14h às 18h;

Local: Aldeia Ka’aguy Porã, ERS-484, Maquiné/RS – Brasil

Inscrições gratuitas e mais informações pelo telefone (051) 99502-1737.


Publicado em: Meio Ambiente






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