Agricultoras e agricultores do Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia participaram do Curso de Formação em Ética no dia 23 de fevereiro, na comunidade de Lajeadinho, em Três Cachoeiras. Realizada anualmente pelo Centro Ecológico, a atividade busca apoiar o trabalho dos integrantes das comissões de ética dos grupos nas visitas de avaliação da conformidade orgânica. Este curso porém, incluiu a missão de capacitar mais mulheres como visitadoras e assim contribuir para manter a qualidade da produção orgânica.
“Acho que nas visitas seria muito importante sempre o acompanhamento de uma mulher. É um olhar diferente, tem um outro jeito. Às vezes umas coisas só a mulher percebe”, observa Nara Martins, do grupo Ecotorres do José. Agricultora ecologista há cerca de 30 anos, Nara nunca tinha feito um curso de formação para comissão de ética e achou muito boa a dinâmica deste de Lajeadinho. Já Marcia Koenig do grupo Vale do Maquiné, participou pela terceira vez. “Gosto muito de fazer este curso porque a gente se atualiza sempre”.
Caminho da certificação
Assim como Márcia, Leonel Gauer, do grupo Ecotorres do José, reforçou conhecimentos que já tinha de outras formações. Mas para o agricultor, o ponto alto do encontro foi o passo a passo do que cada família precisa ter na propriedade para ter a produção certificada como orgânica. “A gente teve uma dinâmica bem interessante, com grupos aleatórios, onde as pessoas trocaram experiências e montamos um caminho até a certificação. Criou um olhar um pouco mais abrangente de tudo que a gente tem que verificar. Saí dali com outra visão”.
A partir da identificação do que os participantes entendiam sobre o processo de certificação, a equipe técnica do Centro Ecológico abordou outros pontos previstos na programação, como sementes e mudas, insumos e preenchimento de documentação.
Comitê de ética
No curso online sobre sistemas participativos de garantia (SPG), o consultor Laércio Meirelles explica que os membros da comissão de ética – que são agricultores e agricultoras indicados por seus próprios grupos – devem conhecer as normas da produção orgânica. O agrônomo também destaca que, embora as visitas de verificação, também chamadas de revisão de pares, estejam no cerne dos sistemas de certificação participativa como os da Rede Ecovida, elas não se limitam a ditar regras sobre a propriedade visitada. “São sobre a importância do nosso trabalho, sobre como nós estamos conectados com o que o planeta está exigindo”.
Link para a Etapa 5 do curso Formação em SPGs , sobre avaliação participativa da conformidade: https://youtu.be/b7x8oC7wyHw
Link para os documentos para a certificação participativa da Rede Ecovida de Agroecologia: https://m.centroecologico.org.br/certificacaoparticipativa/12