Aconteceu na terça-feira, dia 1º de outubro, debate promovido entre os 4 candidatos a prefeito da cidade de Arroio do Sal. O evento foi idealizado e transmitido pela Rádio Maristela, ancorado pelo comunicador Pe. Leonir Alves. Participaram os candidatos Diego Quadros (MDB), João Luis da Rocha (PSD), Luciano Pinto (Republicanos) e Paulo Bianchi (PL).
O debate acabou sendo mais uma chance das candidaturas apresentarem as propostas (elencadas na campanha do dia-a-dia) do que um embate de ideias ou troca de farpas. É que a metodologia foi bastante aberta, dando liberdade para que os participantes escolhessem o que e com quem falar ou defrontar.
Obras e Saúde
Luciano Pinto iniciou o debate perguntando para Paulo Bianchi sobre obras e mobilidade urbana que constariam em seu plano para a cidade. Disse que notou que as obras pararam neste ano de 2024, mas que teriam voltado com força nas últimas semanas, como “se fosse um milagre”
Bianchi respondeu que seu plano é levar muito a sério a questão de obras e manutenção. Falou sobre sua visão sobre o assunto lamentando as dificuldades vistas na cidade em sua avaliação. Para ele carros tem dificuldade de trafegar em meio a alagamentos, assim como pedestres em alguns casos têm que ficar em casa, por não conseguirem caminhar nas vias cheias de barro após chuvas.
Diego Quadros perguntou para Luciano sobre o tema Saúde. Se referiu aos avanços recentes que a cidade tem tido em relação aos cartões SUS, que já teriam 22 mil participantes. E perguntou para Luciano qual seria o seu plano caso fosse eleito.
O candidato do Republicanos (Luciano) respondeu que avalia o seu governo (entre 2008 e 2016) o que mais teria feito em ações da Saúde na cidade. Mas lamentou que o governo atual tivesse deixado algumas coisas que estavam andando à época em que saiu, e que não teriam seguido adiante.
Mas Diego retrucou: disse que em sua avaliação, ao contrário, o legado deixado por Luciano (para ser tocado pelo MDB de Bolão) foi marcado por problemas: uma obra de um Posto de Saúde sem atender critérios Sanitários, o que (para ele) teria sido a causa da interrupção da atividade no posto de Saúde citado pelo colega.
Educação
Paulo Bianchi perguntou para Rocha sobre o tema Educação. Indagou o que seria feito em nome de crianças com deficiências na cidade, em referencia às creches (EMEI’s).
João Luís da Rocha (que também foi prefeito de Arroio do Sal no passado) disse que já está conversando com as mães de crianças com necessidades especiais. Disse que espera que a obra a ser entregue fique pronta para que seu governo consiga abrir as vagas necessárias para o setor. E prometeu também dar várias refeições aos alunos da cidade durante suas estadas nos colégios, além de incluir as refeições também para os servidores e professores das escolas.
Bianchi respondeu, por sua vez, dizendo que vai mais para o lado de buscar capacitação continua das professoras para tratar destas crianças com necessidades especiais. E que também irá investir na inclusão dos estabelecimentos com acessibilidade nas entradas e nas dependências, para que as pessoas com deficiência de mobilidade possam entrar e se movimentar nos locais. Disse também que irá ampliar os horários das creches para emparelhar com os horários dos pais que precisam levar e buscar as crianças.
Obras em período eleitoral?
Várias outras perguntas foram feitas de lado a lado. Um dos destaques ficou em um embate entre Luciano Pinto e Diego Quadros, quando àquele perguntou para este sobre o por que das obras terem parado abruptamente neste ano e, de uma hora para outra, terem iniciado, bem durante período atual… Disse que sua impressão junto ao povo seria de que a própria população também estaria achando estranha esta postura.
Diego respondeu envolvendo uma questão forte na política da cidade: a troca do PP, que saiu da base aliada do MDB, e passou a apoiar a candidatura de Luciano, justamente o maior rival de do MDB na eleição. Diego debitou a paralização das obras ao ex-secretário da pasta de obras, que era cargo de confiança do PP na prefeitura atual até ser desfeita a coligação (pela troca optada pelo PP). E disse que bastou trocar o secretário que as obras voltaram a ser realizadas como estão.
Luciano disse que a entrada de dinheiro em seu governo foi grande e maior do que a do governo atual. E lamentou que a prefeitura tivesse que utilizar as obras como argumento, justamente neste período eleitoral. Diego não concordou e disse que foi o secretário do PP o culpado.
Quem foi o culpado pelos embargos das obras?
Outro embate um pouco mais agudo também ocorreu entre os mesmos concorrentes: Luciano e Diego. Diego pergunta para Luciano por que não houve o Plano de Saneamento em seu governo, o que nos levou a cidade a ter entraves com a justiça, que praticamente interrompeu a licença de novas obras por um tempo em Arroio do Sal. Luciano disse que não foi em sua gestão a interrupção das licenças pela justiça, foi logo no início desta atual gestão. E que a causa foi a de o governo atual simplesmente não cumprir sua parte no contrato junto a Corsan. Para ele, o governo atual (do MDB de Diego) que foi pouco diligente.
Diego disse que as atas mostram que o município, na época de Luciano, não teria participado de reuniões mercadas e necessárias para levar adiante o contrato sobre o saneamento. Atas que dizem também que o governo de Luciano não quis se responsabilizar e deixou para o governo seguinte.
Mas na tréplica, Luciano discordou da narrativa de seu adversário de embate e o assunto acabou ficando em aberto.
Porto Meridional e planos diferenciados
A eventual instalação do Porto Meridional na cidade também fez parte de várias abordagens. Os quatro candidatos no debate falaram sobre o assunto.
O candidato que mais falou foi o representante do MDB, Diego Quadros. Ele acha que Arroio do Sal sempre tratou o Turismo sobre o paradigma de veranismo, a situação até então do município. Mas que com a entrada do Porto, a administração deverá tratar o tema com uma visão mais ampla: turismo para um local onde há muito mais atividade além do movimento de veranistas.
Já Paulo Bianchi perguntou para Rocha sobre emprego e renda e os impactos do Porto Meridional. Rocha disse que o porto é uma realidade – que pode acontecer um porto ou dois. Mas que acha que não dá para ficar esperando o porto para agir. Disse que vai imediatamente atuar na infraestrutura de esgoto junto a Corsan, independente do Porto estar decidido ou não.
Já Bianchi foi pontual. Disse que abrirá programas de treinamento de mão-de-obra para que os cidadãos de Arroio do Sal tenham mais perfil para poderem ser contratados nas várias atividades que envolvem o Porto e sua construção, assim como preparar a infraestrutura maior (como energia e urbanização) para a obra do terminal portuário marítimo.
Sobre a festa do Pescador também houve debate. Luciano Pinto lamentou que, quando saiu do parque do CTG e foi levada para o centro, a festa teria perdido a maior marca: de ser um evento estadual reconhecido e completo. Mas disse que iria perguntar para o povo sobre o local a ser realizada a festa, porque na campanha notou que a cidade estaria dividida sobre isto.
Rocha disse que a festa tem que ser de um mês inteiro. E Diego disse que a cidade só será procurada pelo turista quando tiver Turismo mesmo – com pode se incrementar com o Porto – e que, por enquanto, a festa deveria se manter no centro e em no máximo em uma semana.
Considerações finais
Diego Quadros – Disse que nada se faz sozinho, que as pessoas estão se engajando e disse que é a campanha do 15 que está mais crescendo na cidade. Acha que tem condições de gerir a prefeitura por sua passagem já bastante longa na política e na vida profissional. Lamentou algumas acusações feitas por concorrentes que não são verídicas. “Vocês não vão ver nenhuma vez minha candidatura falando mal dos concorrentes” disse.
Luciano Pinto – Pediu a Deus que abençoasse a comunidade de Arroio do Sal para a sua escolha e disse que quer assumir porque já tem muitos projetos amarrados para a execução. E que vai buscar mais apoio do Governo do Estado através das instituições financeiras, como Badesul, BRDES, dentre outros. Lamentou que o governo atual tenha priorizado investimento próximos aos mercados do prefeito, o que não irá se repetir no seu governo.
Paulo Bilachi – Lembrou que está entrando na política agora como sua vice, mas que ambos são empresários e que estão preparados para gerir uma cidade com os paradigmas objetivos da iniciativa privada, sem desperdício e com foco, para ele problemas da administração pública.
Rocha – diz que vai construir o Lar Solidário, onde o Idoso entra na parte da manhã e sai à noite, uma espécie de centro de convivência para os da terceira Idade. Também disse que “não bota ninguém na rua a falar mal de ninguém”. E pediu para os cidadãos votarem em sua chapa, para ele a melhor.