Uma nutricionista gaúcha convidada para um festival gastronômico no litoral sul da Bahia, onde ensinou outro gaúcho a fazer pratos de um material abundante no litoral norte do Rio Grande do Sul. Em setembro de 2019 esse foi o início da história dos pratos 100% biodegradáveis de folha de bananeira confeccionados por Sidilon Maurício Ferreira Mendes – biólogo de formação e morador de Três Cachoeiras.
O biólogo recorda o momento em que sua convidada, Irany Arteche, depois de dar as instruções básicas, o incumbiu da tarefa de fabricar 30 pratinhos que seriam usados na degustação do quitute que ela iria preparar. “Ela me mostrou como passava no fogo, cortava e colocava um pauzinho por fora. Tudo bem, mas pra tu pegar aquilo assim na hora, meu Deus do céu!”, brinca Sidilon, sobre o processo de aprendizado.
O consultor, que na época trabalhava num projeto na região de Ilhéus (BA), aprendeu outros modelos: mais raso, mais fundo, tipo cone, tipo chapéu japonês. Uns cinco modelos, segundo ele. O treinamento aperfeiçoou a técnica, assim como os cursos e oficinas ministrados em diversas localidades. Até que, na segunda quinzena de março de 2020, a pandemia o fez cancelar a agenda e retornar para junto da família em Três Cachoeiras. “Tinha atividade até em Recife. Tudo pronto. Mas me deu um estalo e em dois dias estava de volta”.
Antes disso, em janeiro de 2020, Sidilon fez 1.500 pratinhos usados em outro evento gastronômico internacional, desta vez no Rio Grande do Sul, o Foggo, realizado em São Francisco de Paula. O trabalho tem lá seus segredos, como deixar a folha um tempo descansando antes de cortar, saber o jeito de cortar a folha quando passar no fogo, como fazer o círculo. “Daí que tu vai começar a fazer os modelos de ecoprato”, explica o biólogo.