Em tempos de pandemia, ações solidárias continuam se multiplicando em Torres

Em meio à crise, iniciativas positivas seguem ganhando espaço, beneficiando famílias, hospitais e recém-nascidos

18 de maio de 2020

A luta no combate ao coronavírus tem se intensificado a cada dia, e junto a isso, as ações de solidariedade também. Doações de alimentos, de máscaras e serviços gratuitos são alguns gestos adotados por cidadãos e instituições do mundo inteiro. Em Torres (RS), duas histórias são exemplos de como é possível amenizar o caos gerado pela pandemia.

Movidos pelo desejo de ajudar o próximo, a estudante de Estética e Cosmética (Ulbra – Torres) Ketlin Boff e o vestibulando Leonardo Rocha, junto de seus familiares, dedicaram parte do tempo da quarentena para doar itens de necessidade às famílias que se encontram em estado de vulnerabilidade social.

“Eu estava em casa parado, sem trabalhar e pensei, por que não ajudar?”, explica Leonardo, que começou então a divulgar e pedir ajuda no seu perfil do Instagram. A ação resultou na doação de cerca de 40 cestas básicas, que foram entregues para famílias que Leonardo já conhecia e sabia que viviam há muito tempo em condições precárias. De acordo com ele, o compartilhamento dos amigos nas redes sociais ajudou muito para arrecadar tantos alimentos.

“As pessoas para quem eu doei foram muito gratas. Algumas que não falavam tanto, mas foi possível ver no olhar e no jeito de se expressarem como estavam felizes em saber que, por pelo menos duas semanas, teriam comida dentro de casa. Ao mesmo tempo, era possível perceber uma preocupação, uma tristeza. Eu imagino que eles pensavam: “e na próxima semana, o que eu vou comer”?”, conta.

Auxílio, empatia e gratidão

 

No caso de Ketlin, a ajuda partiu de toda a sua família. Eles têm um grupo no WhatsApp com 32 pessoas onde compartilham notícias de quem está precisando de doações na cidade. Assim, se unem para ajudar de diversas formas. “Quando não tem uma família específica ajudamos o hospital que sempre tem muitos recém-nascidos com mães carentes e não têm dinheiro para comprar roupinhas. Nós doamos o dinheiro para a compra de tecidos e a minha tia que é costureira produz”, relata.

A psicóloga Paula Justo explica que o gesto de contribuir com alimentos e agasalhos é uma ação bastante comum com a chegada do inverno, mas no momento em que vivemos se transforma em algo ainda mais especial. “Muito além de produtos e alimentos a empatia torna-se, em muitos casos, mais válida. Entender que a realidade muitas vezes pode trazer sofrimento nos lembra que o respeito pela vida vai além do alimento que sustenta o corpo, vai para o sustento de sujeitos que têm história”, afirma.

Para Leonardo e Ketlin, o sentimento que prevalece depois de ajudar o próximo é somente gratidão. “O carinho das pessoas para quem eu doei veio no olhar. Elas realmente estavam necessitando e eu pude ajudar”, diz Leonardo. “Fico muito feliz porque eu posso trabalhar, posso ganhar meu dinheiro, não estou passando necessidade e ainda sobra para ajudar os outros. Queria ter mais para ajudar ainda mais”, comenta Ketlin.


Publicado em: Social






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