Em Torres é tempo de butiá, e aumento da produtividade anima agricultores ecológicos

No butiazal São José (foto), o aumento na produtividade já pode ser uma resposta dos 5 mil pés de Butia catarinensis, bem como às podas e à adubação orgânica iniciadas em 2020. Esse manejo é permitido porque a agrofloresta é certificada junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

16 de fevereiro de 2022

Presente inesperado do furacão Catarina, o butiazal São José, a menos de 10 minutos do Centro de Torres, deve superar neste ano a safra de 2019/2020. De acordo com a produtora Marta Bergamo, a coleta começou em dezembro e no final de janeiro ela,  o filho Uriel Rover e o agricultor Leonel Gauer, já tinham colhido 350 quilos de fruta. Marta evita fazer projeções, mas acredita que até o final de abril será colhido bem mais que o 1.200 quilo alcançado dois anos atrás.

O aumento na produtividade já pode ser uma resposta dos 5 mil pés de Butia catarinensis do São José às podas e à adubação orgânica iniciadas em 2020. Esse manejo é permitido porque a agrofloresta é certificada junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

As podas, segundo Leonel Gauer, têm um olhar cuidadoso para manter todas as espécies do local. “Acabamos criando um microclima específico, com sol e sombra, colaborando com a preservação da mata e consequentemente trazendo benefícios para o clima”, enfatiza o agricultor.

Marta chama a atenção para os cuidados na colheita manual, de dois a três quilos por cacho, e no pós colheita. A agricultora diz que, diferente dos cachos do Butia odorata, os cachos do Butia catarinensis  têm de dois a três quilos e a colheita manual requer alguns cuidados, assim como a pós-colheita:

– O cacho fica no coletor, até que todas as frutas sejam debulhadas espontaneamente.  Em geral as mais maduras ficam na ponta do cacho. A coleta é feita à medida em que as frutas vão caindo, ao longo do dia. No caso do butiazal São José, as frutas que caem são recolhidas duas vezes ao dia, num trabalho que leva cerca de uma hora de manhã e uma hora de tarde.

– As frutas que passam no controle de qualidade são lavadas em água, a seguir sanitizadas em outra água com produto específico ecológico. Só depois de escoar  essa água da sanitização é que são congeladas. Esse processo leva cerca de três horas. As frutas descartadas, nem são pesadas, elas voltam para a área do butiazal.

– A despolpa normalmente é feita quando há ao menos 90 quilos de fruta. Cada quilo de polpa usa em média 1,8 quilo de fruta.

 

Butiá é extremamente perecível

 

O butiá é um fruto comumente utilizado como acompanhamento da cachaça, mas esse não é único uso do butiá. Sucos, geléias, sorvetes, bolos, licores, e outros também podem ser preparados com o fruto.

Por natureza, o butiazeiro é bastante autossuficiente. No entanto, o fruto depois que debulha, não dura mais do que 12 horas. Ele dura no máximo 24 horas. Então tem que colher, processar, lavar, congelar, tudo antes que ele comece a oxidar  para preservar o gosto da fruta.

 

Confira nos links a seguir mais informações sobre o butiá e sua produção na região de Torres

 

*Espécies-chave da mata atlântica enriquecem o alimento símbolo do verão – http://m.centroecologico.org.br/noticias/1205>http://m.centroecologico.org.br/noticias/1205

*Cooperativa de consumidores celebra auge da safra do butiá –http://m.centroecologico.org.br/noticias/1144>http://m.centroecologico.org.br/noticias/1144


Publicado em: Meio Ambiente






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