Exames confirmam arsênio na urina do marido e filho da suspeita de envenenar bolo em Torres

Além de quatro homicídios - incluindo três mortes após o bolo envenenado em Torres e a morte do sogro (morto em setembro, com presença de arsênio) - Deise Moura dos Anjos agora deve responder por outras cinco tentativas de assassinato: além do marido e do filho, também as outras três pessoas que foram internadas após o caso do bolo (incluindo a sogra, que preparou o doce). A polícia não descarta que outras pessoas possam ter sidos envenenadas pela suspeita

19 de janeiro de 2025

Exames feitos pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), em um laboratório do Ministério da Agricultura, confirmaram a presença de arsênio na urina do filho e do marido de Deise Moura dos Anjos, presa suspeita de envenenar bolo e matar três mulheres (duas tias e uma prima do marido)  na antevéspera do Natal 2024 em Torres. Além de quatro homicídios – incluindo também a morte do sogro (morto com veneno em setembro) ela agora deve responder por outras cinco tentativas de assassinato (além do marido e do filho, também das outras três pessoas que foram internadas após o caso do bolo, incluindo a sogra). As informações foram repassadas no sábado (18) pelo colunista Humberto Trezzi, da GZH.

Em uma das mensagens encontradas no celular de Deise, divulgadas pela polícia no comelo de janeiro, a mulher cita o filho e pede para que, se ela morrer, cuidem dele e rezem por ela, “pois é bem provável que eu não vá para o paraíso”. Após a confirmação das mortes por envenenamento de bolo no último natal, a Polícia Civil desconfia de que a mulher possa ser uma serial killer.

Deise virou suspeita de outros envenenamentos após o corpo do sogro dela, Paulo Luiz dos Anjos, morto em setembro de 2024, ser exumado. Na análise, também foi encontrado arsênio, mesma substância que matou Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, e Neuza Denize da Silva dos Anjos, 65, após ingerirem um bolo.

O IGP deve ainda fazer testes em garrafas de água levadas por Deise para Zeli, quando a sogra estava hospitalizada após envenenamento. A ideia é verificar se a suspeita também tentou envenenar a mulher.

Deise está presa temporariamente desde o dia 05 de janeiro, no presídio de Torres.

 

Relembre o caso

O incidente do bolo envenenado aconteceu no dia 23 de dezembro, durante uma reunião familiar em um apartamento próximo da região central de Torres, em que pessoas da mesma família consumiram o bolo de frutas cristalizadas. Minutos após a ingestão, seis pessoas começaram a passar mal. Os sintomas incluíam vômitos, diarreia e dores no corpo.

Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, morreu na madrugada de 24 de dezembro, no pronto-atendimento. O marido dela, 60 anos, recebeu alta após o atendimento médico. As vítimas foram internadas no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. Entretanto, ao longo do mesmo dia, morreram Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e a filha dela, Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos.

Um menino de 10 anos, filho de Tatiana, permaneceu hospitalizado por diversos dias, mas depois recebeu alta. A mulher que fez o bolo Zeli Terezinha Silva dos Anjos, de 61 anos (sogra de Deise) também foi intoxicada, já tendo também recebido alta do hospital

O IGP confirmou a presença de arsênio, e sendo que a farinha utilizada estava contaminada com o veneno. Agora, o IGP do Rio Grande do Sul analisa, a pedido da Polícia Civil, se há arsênio em alimentos levados por Deise Moura dos Anjos para a sogra, Zeli dos Anjos, quando estava internada no hospital.

A principal suspeita teria ameaçado a sogra dias antes de envenenar o bolo. Por mensagens de texto, Deise chegou a dizer que a mulher iria ver “a família dentro de um caixão”. Áudios também mostram que ela tentou desencorajar a família a procurar a causa da morte de Paulo e chamou a sogra de “peste”.

No celular de Deise também foi encontrada uma nota fiscal com o nome da suspeita que mostra que Deise comprou o veneno pela internet quatro vezes em um período de quatro meses. Pela data das compras, um dos pedidos foi realizado antes da morte do sogro, que ingeriu um café misturado com leite em pó envenenado com a substância venenosa.

A polícia não descarta que outras pessoas possam ter sidos envenenadas por Deise, como o próprio pai da suspeita José Lori da Silveira Moura – que morreu em 2020 aos 67 anos, por cirrose… Mas agora o corpo pode ser exumado.

 

 

 

 

 


Publicado em: Policial






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