Feira destaca alimentos tradicionais e saúde em Três Cachoeiras

Pela 16ª edição desde 2001, agricultores e agricultoras da região mostraram produtos desconhecidos da maioria da população, na Feira da Biodiversidade em Três Cachoeiras, dia 13 de junho

FOTO: Estudantes e professoras conhecem sementes e alimentos
18 de junho de 2018

Pela 16ª edição desde 2001, agricultores e agricultoras da região mostraram produtos desconhecidos da maioria da população, na Feira da Biodiversidade em Três Cachoeiras, dia 13 de junho, no Salão Paroquial da Igreja São José. “Poder mostrar a variedade de coisas diferentes, é muito bom, muito gratificante”, afirmou a feirante Cintia Steffen. Cintia participa do trabalho da família, que, segundo levantamentos, preserva quase 200 espécies de plantas e alimentos em Morro do Forno, Morrinhos do Sul.

“São alimentos tradicionais, marginalizados, nutritivos, que produzem sem grande necessidade de manejo”, disse Janaína Soares. Em duas oficinas, uma para merendeiras, de manhã, e outra para professoras da Teia de Educação Ambiental Mata Atlântica, de tarde, a técnica ambiental enfatizou a necessidade de usar, na alimentação diária, inhame, batata cará, ora-pro-nóbis, açaí juçara, cúrcuma e plantas alimentícias não convencionais (Pancs).

“O inhame fortalece o sistema imunológico, limpa o sangue, então consumir inhame com frequência é um remédio para nossa saúde”. Já a cúrcuma ou açafrão da terra, conforme Janaína, é um anti-inflamatório poderosíssimo, limpa o fígado, baixa o colesterol ruim, previne  Alzheimer e cálculo renal, além de ser bom pra pele. O ora-pro-nóbis tem vitaminas A, B2, ferro e 25% de proteína.

 

Para uma vida saudável, conhecimento

 

A merendeira Ivonete Rocha de Matos, da Escola José Quartiero, de Torres, classificou como muito úteis essas informações. “Muita coisa que a gente não conhece, nem sabia, pra mim era mato aquilo. Plantas que têm proteínas que não precisa nem da carne”.

Outra atividade que chamou a atenção da merendeira foi a palestra de Lourdes Maria Prado Duarte (Rafinha), sobre saúde integral. Numa sala com mais de cem pessoas, a ex-professora e agricultora falou sobre o peso das emoções na saúde humana, questionou os efeitos dos remédios alopáticos e também destacou o papel das escolhas alimentares para o bem-estar e a saúde. “Alimentação é tudo pra nós. Com alimentação pura, o resto é trabalhar as emoções e trabalhar com as plantas”.

 

Para os pequenos, Jardim sensorial e degustação 

 

No coreto da praça em frente ao salão, as alunas do curso de Magistério do Instituto Angelina Maggi, de Três Cachoeiras, montaram, junto com apoio do Centro Ecológico, um jardim com plantas, pedras, raízes, onde durante estudantes do segundo ao quinto ano entravam com os olhos vendados. ” Acho muito importante este tipo de experiência porque as crianças têm de saber os sentidos de tato, olfato, paladar e elas acabam não percebendo no dia a dia. Vai evoluindo os sentidos deles”, explicou a estudante Taís Model Guimarães. Dentro do salão, a banca do Clubinho Zero Zero Veneno ofereceu degustação de salgadinhos orgânicos, como alternativa aos petiscos convencionais.

Tinha arroz branco e integral, feijão com e sem carne, saladas, bolinho de verduras, batatas doce e cará, polenta e suco de açaí juçara o almoço orgânico preparado pela agricultora Zelma Strege Evaldt. Com apoio de toda família, que cultiva, transporta e colabora na preparação do cardápio.

A 16ª Feira da Biodiversidade e 9ª Feira da Economia Solidária foram realizadas pelo Centro Ecológico e Movimento de Mulheres Camponesas (MMC).


Publicado em: Meio Ambiente






Veja Também





Links Patrocinados