Atenta aos prejuízos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, a Fundação Ulysses Guimarães (FUG), braço de formação política do MDB, apresentou um plano de medidas para a recuperação econômica do Estado. Coordenado pelo presidente da instituição, o deputado federal gaúcho Alceu Moreira, o documento estabelece diretrizes que vão desde soluções imediatas para preservação dos empregos a iniciativas de médio e longo prazo, com foco em governança estratégica e reestruturação do ambiente de negócios.
De acordo com o estudo, os impactos gerados pela catástrofe reforçam a importância de uma rediscussão sobre o plano de desenvolvimento do RS, que desde 1980 apresenta queda na participação do PIB nacional. Sem considerar os efeitos da tragédia, a projeção é de uma redução de 6,2% para 5,3% até 2045.
“Se era de urgência ou emergência que o Rio Grande do Sul precisava para realizar essa virada estrutural, a calamidade apenas agravou por essa necessidade. Mais importante do que a reconstrução é tratar sobre recomposição, e isso demanda fórmulas capazes de fugir do fluxo convencional, burocrático e trabalhar sobre as novas oportunidades”, avalia o presidente Alceu.
Responsável técnico pelo plano, o economista e consultor Gustavo Grisa estima que o PIB gaúcho apresente queda de 3,5% para -1,5% até o fechamento de 2024. Além disso, a projeção de perda na capacidade produtiva é de pelo menos R$ 175 bilhões até 2029.
“São dados que reafirmam a importância de novos arranjos, fundos e processos além de governos. Isso demanda mudar a lógica, aprofundar a internacionalização, a formação de redes B2B, para que o RS não sucumba a uma estagnação nos próximos 20 anos. É preciso agregar competências, credibilidade. Em uma perspectiva global, o choque econômico foi de grandes proporções”, observa Grisa.
Confira os principais eixos apresentados pelo plano:
- Foco e governança ágil em estratégia de recuperação econômica;
- Estabelecimento de objetivos a médio e longo prazo;
- Oportunidade para a reestruturação dos modelos de energia e hídrico do Estado, buscando recursos de forma permanente;
- Fórmulas que fujam da burocracia na distribuição de recursos, com agilidade e transparência nos processos;
- Foco em produção e consumo, com a criação de mecanismos que estimulem o espírito empreendedor do Estado;
- Organização, divulgação e governança de alta qualidade para blindar o processo de reconstrução de fake news e alterações políticas.
📸 Jackson Ciceri/Divulgação