Na terça-feira, 19 de maio, a Central de Jornalismo da Rádio Maristela recebeu uma ligação com relato preocupante em relação a decisão dos gestores do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes (Torres), com a redução do valor de insalubridade pago aos funcionários de algumas áreas da entidade.
De acordo com o relato, um grupo de funcionários está mobilizado para que não seja realizada a redução da insalubridade de 40% para 20% de vários profissionais, dentre eles, técnicos de enfermagem e profissionais que, inclusive, atuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “O Hospital está agindo com descaso com nós funcionários da saúde. Já nos sentimos desvalorizados há muito tempo e, agora, em meio a essa pandemia, quando diariamente nos colocamos em risco, risco de contaminar nossas famílias, uma desvalorização dessa”, foi relatado na ligação anônima.
De acordo com o reclamante, “profissionais que trabalham em meio a agentes biológicos, químicos, ionizantes, gazes inflamáveis, lidando com punção venosa, doenças auto-contagiantes, inclusive a Covid-19, ter o valor da insalubridade reduzido é um descaso.”.
Posição da entidade hospitalar
Em contato com a Assessoria de Comunicação do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, veio a informação de que os hospitais Nossa Senhora dos Navegantes (Torres) e Santa Luzia (Capão da Canoa), mantidos pela Associação Educadora São Carlos (AESC), estão passando por reavaliação de enquadramento das condições de insalubridade, com consequente alteração dos percentuais pagos aos seus profissionais.
De acordo com a Nota, “esse movimento, em consonância com instituições hospitalares de todo o Brasil, resulta de um amplo estudo, juridicamente amparado, e visa à correção do repasse desse benefício de acordo com as funções exercidas e as diferentes atribuições e exposição a riscos. A decisão está embasada em laudo técnico elaborado por empresa especializada na caracterização de insalubridade.”.
A confirmação pela AESC é que “a iniciativa abrange 36% dos profissionais no HSL, em Capão da Canoa, e 46% no HNSN, em Torres, e foram informados pelas suas lideranças com antecedência de 40 dias da sua aplicação.”.
Em consulta ao Ministério Público de Torres, a Rádio Maristela foi informada que na quarta-feira, 20 de maio, foram expedidos ofícios ao Ministério do Trabalho e ao Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (Sindisaúde), além de solicitação de esclarecimentos à entidade hospitalar.