Na segunda-feira, dia 12 de dezembro, participaram da tribuna popular da sessão da Câmara de Vereadores de Torres algumas pessoas que fazem parte da organização ‘Guardiões da Natureza’, lideradas pela também protetora de animais torrense Fabiane Corrêa. Elas foram à casa Legislativa à pedido do vereador Igor Beretta (MDB), para difundir a vontade do grupo de solicitar algumas intervenções ou investimentos de melhorias no entorno da Lagoa do Violão. Isso por conta da fauna local da Lagoa estar sofrendo com ataques, em decorrência do aumento da circulação de carros e pessoa na região.
Na abertura da apresentação, Fabiane explicou que a Guardiões da Natureza não é uma Organização Não Governamental (ONG) nem tampouco está disposta a receber verbas públicas: trata-se de um grupo de voluntários que agem e sugerem ações na comunidade torrense, ações estas que podem ou não serem realizadas por seus componentes, mas que não recebem nem lidam com verbas para isto.
Construção de ilha artificial foi sugerida
Os animais que fazem parte do ecossistema da Lagoa do Violão, principalmente os cagados (espécie de tartaruga) acabam sendo os protagonistas na necessidade do pedido de ajuda das ambientalistas. Conforme informa Fabiane, elas têm que achar locais para colocarem seus ovos e acabam sendo atropeladas por carros ao atravessarem a via do entorno da lagoa. A demarcação de uma espécie de “prainha cercada”, próxima à Praça dos Escoteiros é uma das alternativas sugeridas pelas guardiãs. A construção de uma ilha no centro do manancial também foi apontado como medida eficaz.
De acordo com Fabiane, o assoreamento natural da lagoa está sendo acelerado por conta desta ter perdido grande mata ciliar que havia por lá no século passado. Para ela, a falta do “filtro natural” ocasionaria a entrada de material orgânico e inorgânico de forma maior, além da poluição urbana, mazela de qualquer área povoada. Uma maior fiscalização e talvez conscientização da população sobre este problema pela sociedade foi outra sugestão apresentada.
A utilização de aguapés para limpar a poluição causada pelo esgoto jogado na lagoa é outra sugestão da Guardiões da Natureza. Conforme artigo publicado pelo saudoso ambientalista José Lutzenberger, esta alternativa natural é viável e deveria ser utilizada como forma de sustentabilidade ambiental. Conforme indicou Fabiane Correia, em torno de 25% do manancial ocupado por aguapés poderia “sugar” toda a poluição da água, oxigenando o ambiente de peixes da lagoa. Basta colocar uma espécie de cerca – limite que os aguapés param de ocupar espaço, mantendo-se nos 25% da área utilizada para o sistema natural.
Uma apresentação em slides foi parte da explanação, material produzido pelas próprias voluntárias da Guardiões da Natureza.