A versão 2018 do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) monitora o desenvolvimento socioeconômico de todos os 5.565 municípios brasileiros em três áreas: emprego e renda, educação e saúde – tendo como base dados de 2016. E conforme esta complexa pesquisa, entre os municípios da microrregião de Torres – aqueles emancipados da cidade desde os anos 80 – Arroio do Sal foi o que teve a melhor evolução nos últimos anos.
O índice de Arroio do Sal (0,753) teve uma melhora gradual e constante no quesito educação leve melhora em comparação com 2015 (0,749) – impulsionado por uma gradual e significativa melhora no quesito educação, que vêm ocorrendo desde 2008, e leve melhora no quesito Emprego e Renda. Entretanto, conforme o Firjan, de 2008 até 2016 o município teve piora significativa no quesito saúde.
Três Cachoeiras melhorou seu índice (0,753) em relação a 2015 (0,723) mas está longe do melhor resultado geral, obtido em 2011 (0,791). O baixo resultado no quesito emprego e renda nos últimos anos preocupa – com queda de mais de 40% comparando-se com 2013, quando a cidade alcançou 0,731 pontos
Município catarinense vizinho à Torres, Passo de Torres também vem apresentando uma melhora lenta e gradual no ranking da Firjan. Com IFDM consolidado de 0,702, melhorou levemente em relação a 2015 – com valores um pouco mais altos nos índices de educação e saúde e um pouco mais baixos em emprego e renda.
TABELA: Resultado dos Municípios da Região no Ranking da Firjan de desenvolvimento
Nos municípios muito pequenos, problemas no quesito emprego e renda
Em comparação com os índices de 2015, Dom Pedro de Alcântara melhorou levemente no quesito educação e segue como município com melhor parâmetro da microrregião no quesito saúde (0,955) – apesar de ter perdido pontos em relação ao índice de 2010, quando foi considerado o pelo Firjan como município mais bem ranqueado saúde no país (obtendo nota máxima, 1). A baixa nota de Dom Pedro de Alcântara no quesito emprego e renda (0,381) segue uma média histórica do município, mas em 2014 essa nota era significativamente maior (0,49).
O mal resultado no índice de emprego e renda visto em Dom Pedro de Alcântara também pode ser averiguado nos municípios muito pequenos (com menos de 3 mil habitantes), da microrregião de Torres. Mampituba, Morrinhos do Sul e Três Forquilhas apresentam valores abaixo de 0,4 (baixo desenvolvimento) nesta área – com destaque negativo para Morrinhos do Sul (com um dos índices mais baixos do estado em emprego e renda – 0,299). Vale ressaltar, entretanto, que o índice de Emprego & Renda da Firjan não leva em conta o emprego informal, que acaba escondendo da estatística uma relevante porcentagem da renda total da população (em especial em cidades pequenas como as acima citadas).
Apesar dos baixos índices em emprego e renda, Mampituba teve melhora no ranking geral da Firjan, impulsionado levemente pelo resultado no quesito educação e, principalmente na saúde (mais de 10% de aumento em comparação com 2015). Já um dos destaques negativos da microrregião fica com Morrinhos do Sul – que caiu significativamente no ranking se comparado ao resultado de 2015 (de 0,7 para 0,654), tendo piora significativa no quesito educação e saúde. Pior ainda foi Três Forquilhas – que teve um dos piores índices do RS, sendo único município do litoral a aparecer abaixo dos 0,6 no IFDM consolidado – caindo significativamente em comparação ao ano de 2015, impulsionado por uma fortíssima queda no quesito saúde (que foi de 0,91 para 0,64)
O vício do emprego informal
Análises à parte, é importante lembrar que o índice de Emprego & Renda da Firjan não leva em conta o emprego informal, que acaba escondendo da estatística uma relevante porcentagem da renda total da população. Essa característica histórica das relações de trabalho no Brasil é um dos grandes motivos para o estanque de determinados indicadores econômicos, e contribui, em parte, para a os índices baixos de emprego e renda na região de Torres (confira a seguir) – assim como em quase todos os outros municípios do país. |