Nos últimos dias, quem passa junto aos Molhes de Torres depara-se com uma cena inusitada – o chamado ‘Homo plasticus’ – ou Sujispraia – de plantão na areia. A intenção é chamar a atenção para o debate em torno da poluição gerada pelos resíduos sólidos, em especial, dos plásticos, que tanto prejudicam a vida marinha, o meio ambiente em geral e nossa saúde. Trata-se de uma obra do artista Roberto Freitas, executada em cooperação com Ricardo Fabrício, contando ainda com a parceria do projeto Praia Limpa Torres e o apoio do Atelier Livre de Porto Alegre. Os elementos utilizados no trabalho são feitos de lixo plástico – em parte coletados na beira da própria praia de Torres.
Em datas de maior movimento (principalmente no veraneio), a falta de consciência de algumas pessoas leva as areias a ficarem repletas de resíduos plásticos (canudinhos, copos, garrafas, sacos…), que o mar acaba levando na maré alta. “Estes plásticos, quando não matam diretamente algum animal marinho, como tartarugas, pinguins e peixes, acabam se transformando em microplásticos e entram na cadeia alimentar humana. Estamos consumindo cada vez mais plástico, tanto no sentido de compras de bens de consumo quanto pela própria ingestão do produto. Estamos nos tornando literalmente Homo plasticus”, adverte o artista Roberto Freitas.
“A arte é uma ferramenta extremamente importante na conscientização ambiental. O “Sujispraia” é muito bem-vindo no sentido de trazer essa reflexão sobre o consumo em massa do plástico e o impacto nos ecossistemas, em especial nos oceanos. Agradecemos muito ao Roberto Freitas por essa parceria”, diz Alexis Sanson, idealizador do projeto Praia Limpa Torres (que eventualmente organiza ações de limpeza de praia voluntária na cidade). A intenção é tornar a obra de arte itinerante, levando o trabalho de Roberto Freitas e Ricardo Fabrício – e, principalmente, sua mensagem, em prol da preservação da natureza e do descarte correto de resíduos plásticos – para diferentes pontos de Torres.