Realizado nos dias 23 e 24 de novembro, na Tekoa Kuaray Rese – Aldeia Sol Nascente-, em Osório, o 2º Encontro de Capacitação Audiovisual aproximou ainda mais 45 jovens e 15 adultos Mbyá Guarani das técnicas de comunicação digital. Com esta habilidade desenvolvida entre parentes – como indígenas chamam outros indígenas – as pessoas guarani poderão mostrar sua cultura, histórias e trabalho a partir de seu próprio olhar.
A jovem Claudia, da aldeia Nhu-Porã, de Torres, diz que gostaria de mostrar a agricultura. “Porque a gente fala e algumas pessoas não acreditam na nossa agricultura. Então a gente está pensando em gravar. É importante mostrar sobre plantação, colheitas, tipo milho, mandioca, como se prepara a terra para a plantação”. Para os guaranis, o milho é sagrado, e é usado até nos batizados, para dar força para as crianças crescerem.
O cacique André Benites, da Tekoa Ka’aguã Porã, de Maquiné, defende que o interesse dos e das jovens indígenas pelas linguagens digitais seja aprimorado. “Podemos nos manifestar através das imagens. Não precisamos sair nas cidades, na rua, com as crianças. Divulga nossa cultura, nossa luta dentro da aldeia, e o jovem vai ter a capacidade pra lidar com esta tecnologia”.
Apoio
O 2º Encontro de Capacitação Audiovisual Mbya Guarani teve o apoio do Centro Ecológico por meio do Projeto Adaptação Climática, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – Fundo de Adaptação e Inovação Climática (AFCIA, na sigla em inglês). “Tomara que tenha terceiro encontro, para a gente aprender mais tecnologia, até pra fazer um filme, mostrar a cultura”, espera a jovem Patrícia, da Nhu-Porã de Torres.
A capacitação em Osório reuniu representantes das aldeias de Torres, Terra de Areia, Maquiné (duas aldeias), e também de Imaruí e Palhoça, em Santa Catarina.