Participou da Tribuna Popular da última sessão da Câmara Municipal de Vereadores de Torres, realizada na segunda-feira, dia 4 de dezembro, o presidente da ASLAVE (Associação Lar dos Velhinhos de Torres) Marcio Alexandre da Silva, o popular Márcio Gente Fina. Ele foi à casa legislativa após a presidente da Câmara, Gisa Webber (PP) aceitar o pedido de resposta que Marcio solicitou formalmente para explicar alguns discursos de vereadores que sugeriram que o Lar dos Idosos estaria com problemas administrativos.
Marcio leu o pronunciamento do vereador Marcos (PMDB) e do vereador Pardal (PRB), conforme gravação da sessão da casa legislativa do final do mês de novembro – e após se pôs a explicar o que provavelmente teria ocorrido. Conforme disse o presidente da Aslave, a reclamação de que a entidade só teria dois funcionários “foi um engano ou uma informação mal dada” por pessoa com intenção de fazer fofocas sobre o trabalho lá executado. É que no sábado, dia da visita do vereador Marcos ao local, o número de funcionários normalmente é de três – pois não existe como operar 24 horas por dia com nove pessoas, que é a equipe total da entidade. E só haviam dois lá trabalhando porque um dos três tinha faltado. E os outros funcionários da entidade não pediram demissão, diferentemente de uma equivocada informação passada ao vereador Marcos.
Quanto à alimentação dos idosos, que segundo a mesma fonte estaria escassa e prejudicada, Marcio informou na tribuna da Câmara que houve reformas na cozinha e os alimentos estavam guardados, sendo que muitos dos víveres ficam em geladeiras e freezer. Mas ele ressaltou que não está tendo falta de alimentos lá, e que o suposto excesso de alimentos específicos como arroz, açúcar e etc (também denunciado) não existe, pois “a Aslave fornece cinco refeições diárias para todos os atuais moradores do Lar dos Idosos de Torres”.
Sob intervenção
Marcio aproveitou o espaço e procurou dividir um pouco dos desafios da tarefa de melhorar a qualidade de vida de pessoas que estão morando na Aslave. Ele informou que ele e mais dois torrenses substituíram a antiga diretoria da casa de acolhimento. Também informou que fez isto com a presença do Ministério Público (MP) porque o local estava muito mal gerido. “Não tenho hábito de fazer sensacionalismo. Se quisesse mostraria ‘o antes e o depois’ e me promoveria, mas não quero isto”, afirmou Marcio Gente Fina. “Em 11 meses de gestão colocamos ordem e já recuperamos muito a entidade, arrumando alguns cômodos e a rua. O que precisamos é encontrar SOLUÇÕES ao invés de criticar e procurar se promover”, desabafou.
A seguir, o gestor da ASLAVE citou o nome de seus parceiros de diretoria: Juares Martins e Geraldo Cabreira. E falou uma novidade: esta diretoria está também nomeada pelo Tribunal de Justiça do RS como interventora do lugar, já que se trata de uma entidade sem fins lucrativos e que possui, mesmo assim, débitos grandes com o INSS (Imposto Nacional do Seguro Social). E o trabalho, agora, é de conseguir fazer o parcelamento de longo prazo na dívida adquirida pela entidade em todos os anos de existência, além de manter o acolhimento funcionando bem (e com o humanismo necessário).
A qualidade de atendimento aos idosos é a busca
Para Marcio, quando ele pegou a entidade há um ano, “não se demonstrava cuidado com os idosos; era um depósito de idosos esperando o final da vida. Cheiro de urina era normal nos ambientes mal limpos”, conforme denunciou o atual presidente. Mas agora, mesmo com eventuais erros, Márcio diz que o lugar está trabalhando com pessoal treinado para promover bem estar aos velhinhos que lá estão morando, a função final da ASLAVE.
Ele lamentou que o orçamento do lugar apresentasse deficit mensal de R$ 7 mil, só para pagar as contas ordinárias (salários, limpeza e manutenção). E pediu que não só os vereadores como outras pessoas da cidade interessadas em ajudar acessem a página da Aslave no Facebook, que lá conseguem visualizar o que, onde e como os recursos estão sendo captados e aplicados, de forma bem transparente. Marcio informou também que qualquer doação de recursos para a Aslave é formalizada com um recibo e duas vias, assim como todos os gastos comprovados fiscalmente com seus respectivos documentos legais.
Uma entidade simpática à sociedade de Torres
Fachada da ASLAVE
A ASLAVE existe desde 1977 na cidade. Ela foi criada para acolher pessoas idosas de Torres – muitas das quais cujas famílias não possuem dinheiro suficiente nem pessoas disponíveis para cuidarem. São famílias de diversos perfis, algumas pagando uma pequena mensalidade e outras nem isto. A cidade de Torres tem sido simpática à Aslave no passar destes anos. Eventos sistêmicos acontecem na cidade para angariar recursos para o Lar, além de entidades em geral de o município dar alguma ajuda ao lugar como forma de participação institucional de benemerência à sociedade torrense. São, por exemplo, doações de profissionais – como a Ulbra, por exemplo; doação de alimentos, fraldas, dinheiro e etc. O lugar ainda não é beneficiário de nenhuma contribuição formal orçamentária de nenhum poder público local, estadual ou nacional. Portanto vive somente de ações de entidades privadas ou de Organizações Não Governamentais.
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