Lei exige que haja no mínimo 75% de jogadores torrenses nas equipes que jogam Municipal de Futebol

Legislação foi criada por conta de haver poucos torrenses jogando na competição. Mas debate levantou riscos desta limitação para as equipes

6 de outubro de 2024

Na sessão da Câmara de Vereadores de Torres realizada na segunda-feira (30 de setembro) foi aprovado com somente um voto contrário (do vereador Luciano Raupp – PSDB) a redação final do Projeto de Lei 109/2024, de autoria dos vereadores Igor Beretta (MDB) e Rogerinho Jacob (PP), que “Garante a participação de atletas torrenses nos campeonatos de futebol em Torres”.

Pela lei de poucos artigos, fica garantida a participação mínima de 75% de atletas torrenses nos campeonatos municipais de Futebol, Futsal, Society e assemelhados realizados pela Prefeitura de Torres ou com aporte financeiro público.

Já em relação ao Campeonato Beach Soccer (Praiano), a participação mínima de atletas torrenses ficará reduzida a 50% (cinquenta por cento). E estende-se igualmente à comissão técnica a garantia da participação mínima. Para fins da Lei, será considerado ‘Atleta Torrense’ àquele que comprovar domicílio eleitoral em Torres, reconhecido pela Justiça Eleitoral.

O menor de 16 anos será considerado atleta torrense através da apresentação da matrícula escolar junto à escola no Município de Torres ou mediante comprovação de endereço de seu responsável legal.  E o número de atletas inscritos para os campeonatos não poderá ultrapassar o limite de atletas em que o espaço físico/estrutura esportivo comporte em seus alojamentos, vestiários, casamatas ou assemelhados.

 

Debate dividiu opiniões, mas manteve aprovação

O tema também foi a matéria mais debatida na sessão por alguns vereadores, tanto antes do espaço de debate do PL, quanto no espaço de debate da lei (tribuna) e ao final da reunião.

O vereador Igor Beretta (MDB), um dos autores da matéria, falou duas vezes. Ele explanou a justificativa de sua ideia, colocando como principal motivo a colocação de dinheiro público para realização do campeonato municipal de Futebol de Campo, enquanto os atletas que estariam competindo nas várias equipes da cidade muitas vezes eram naturais e moradores de outras localidades diversas. Igor acha que os atletas torrenses deveriam ter chances de mostrar seu trabalho nas equipes locais, o que estaria pouco acontecendo (na avaliação do vereador).

Já Luciano Raupp (PSDB) discordou, embora ache que os jogadores de Torres deveriam, sim, ter mais oportunidades. Ele sugeriu que o assunto tinha que ser mais bem debatido entre os organizadores e os dirigentes dos clubes, para que se inclua no debate as duas coisas: a necessidade de mais participação de jogadores torrenses e a necessidade de contratações de fora para qualificar as equipes.  Propôs que pelo menos o percentual da lei mínimo de torrenses nos clubes (75%) fosse diminuído. Para Raupp, este percentual poderia inviabilizar os campeonatos por conta dos dirigentes não conseguirem formar equipes competitivas para colocar em campo.

O vereador Rogerinho (PP), um dos autores do projeto de lei, compartilhou conversas que ouviu quando assistiu um jogo do Municipal de Futebol ao lado do público, quando ouviu de pessoas do público que estava junto a ele assistindo justamente esta observação: que eles não estavam vendo nenhum torrense nato (ou morador) jogando na partida final do campeonato, e os espectadores estariam lamentando sobre isso (nas palavras do vereador).

Já Dilson Boaventura (MDB) disse que foi procurado por dirigentes de times locais, que não queriam que fosse aprovado o PL. Mas mesmo assim votou a favor, porque acha que os jovens torrenses deveriam ter sim mais vez de participação na competição.

O vereador Cláudio Freitas (Rep) concordou com os autores do projeto.

O vereador Moisés Trisch (PT) disse que votaria a favor, mas colocou a necessidade de haver mais conversas entre os organizadores e as equipes, talvez flexibilizando um pouco mais os limites da lei.

E o vereador Jacó Miguel (PDT) disse ter receio que este tipo de barreira seja uma forma de preconceito, e por isso disse não se sentir à vontade de votar a matéria.


Publicado em: Política






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