Líder de associação de Umbanda e Cultos Afros busca minimizar preconceitos em Torres

“Não colocamos animais nas esquinas”, afirmou Edvilson (foto) na tribuna da Câmara, pouco antes de aprovação de PL que institui semana dos cultos na cidade

26 de dezembro de 2021

Na sessão da Câmara Municipal de Torres, realizada na segunda-feira, dia 20 de dezembro, participou da tribuna popular o presidente da Associação Espiritualista de Umbanda e Cultos Afros de Torres Luz e Caridade, Edvilson da Rocha. Ele foi à Casa Legislativa à Pedido do vereador Moisés Trisch (PT) para explicar de forma pública a verdadeira missão da entidade, bem como esclarecer alguns dos nortes e as crenças da religião de Umbanda e suas vertentes. Mas aproveitou o momento em que um Projeto de Lei, da autoria do mesmo vereador Moisés, iria à votação na Câmara, justamente para criar uma semana anual desta cultura religiosa, para que a cidade lembre e respeite dos cultos entre seus moradores e simpatizantes, pedindo que os vereadores apoiassem a aprovação da matéria.

O líder da associação listou os trabalhos de caridade da associação no âmbito de Torres, como, por exemplo, a criação e a utilização sistêmica de um Banco de Alimentos para distribuir comida às pessoas necessitadas, além de outras ações também ligadas ao combate à fome. Mas Edvilson utilizou seu espaço principalmente para aproximar a cultura das religiões afrô e Umbanda das pessoas locais. Ele utilizou dois fatos objetivos para ilustrar seu raciocínio:

1 – O lamentável apedrejamento que um dos Pais que trabalham no culto teve em sua casa, por conta da revolta de moradores contrários a sua participação na religião umbanda. Para ele isso foi uma demonstração de violência de pessoas perante um culto que busca justamente o contrário, fomentar o amor e a solidariedade entre as pessoas.

2 – A errada dedução de pessoas da população em geral de que a sujeira e as coisas deixadas nas esquinas e nas praias de Torres seriam fruto da Umbanda. O presidente explicou que eles não sacrificam animais em seus rituais de oração. Que, ao contrário, eles têm inclusive um trabalho sistêmico de limpeza de esquinas e praias que são feitos quando pessoas ligadas à umbanda denunciam locais com animais mortos e oferendas sujando o espaço urbano. Então, pessoas ligadas à associação se unem para limpar os lugares denunciados.

“Queremos levar conhecimento da religião, pois nosso norte é de fomentar o exercício de harmonia e igualdade entre todas as pessoas”, afirmou Edvilson.   Ele lembrou, ainda, que a religião é similar a outras crenças tradicionais como o cristianismo, ao exemplificar que Jesus, por exemplo, é cultuado com uma entidade de referencia na Umbanda, mesmo recebendo outro nome oriundo da cultura afro (Oxalá). E que o Deus maior para ele é o mesmo de todas as outras religiões.

O Projeto de Lei foi aprovado por unanimidade.


Publicado em: Cultura






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