Deste a noite de domingo (05), as autoridades da prefeitura de Porto Alegre têm recomendado que moradores que moram na Capital gaúcha e ao mesmo tempo têm casa nas praias (tradição do gaúcho classe média e alta), para que se deslocassem para estas moradias alternativas por conta da projeção de uma espécie de caos na estrutura de serviços vitais na cidade. É que a falta de luz e a falta de água causada pelos alagamentos de bombas de abastecimento das Estações de Tratamento de Água (ETA) seria um processo crescente e perigoso, além da falta de vias para transporte das pessoas, o que deixa a vida muito mais difícil e arriscada em temas elementares, como alimentação, higiene e atendimento de Saúde.
Aumento já é visível em Torres deste segunda-feira
A cidade de Torres já demonstrava visível aumento do movimento deste 6 de maio. A FOLHA apurou isto junto a um comercio de frutas, legumes e verduras tradicional na área de veranista. Lá, o dono do estabelecimento afirmava que já estava com problemas de falta de estoque e não sabia o porquê desta mudança, ao mesmo tempo que tentava contatar com fornecedores pedindo mercadorias. Um restaurante da área central também destacou aumento significativo no movimento do almoço nesta terça (07), sendo que confirmou que muitos dos clientes vinham da região Metropolitana de Porto Alegre.
Conforme informou a Rádio Gaúcha, que faz a cobertura da enchente no RS 24 horas, o movimento de pessoas em direção ao litoral deverá aumentar ainda mais nos próximos dias: as escolas na Capital suspenderam as aulas, alguns postos de trabalho estão impossibilitados de serem ocupados, além da melhor segurança das pessoas mais idosas. Estes são bons motivos para a tomada de decisão de familiares de se deslocarem para o litoral e ocuparem as casas de praia nestes momento. Na terça-feira (07) o movimento pela RS-040 – ligação alternativa de Porto Alegre ao Litoral, via Capivari do Sul – estava forte e sistêmico, o que mostra que as cidades litorâneas podem acabar ficando com populações similares a momentos do veraneio (conforme apuração da rádio).
O que o mesmo jornalista (da Rádio Gaúcha) levantou, também como uma interrogação a ser respondida pelos municípios litorâneos, foi acerca da capacidade do comércio dos municípios serem abastecidos para que possam (por sua vez) abastecer esta demanda causada pelo deslocamento fora do normal. Esta interrogação projeta uma possibilidade do movimento abrupto também criar outro problema a ser enfrentado por todos, tanto os moradores fixos do litoral quanto os que se deslocaram e se deslocarão para a região . É que a logística de abastecimento está comprometida, principalmente a que movimenta produtos e serviços entre os municípios gaúchos, também para o Litoral Norte do RS.
