Nesta semana, o Litoral Norte do RS progrediu positivamente da bandeira vermelha para bandeira laranja no sistema de distanciamento controlado, realizado pelo Governo do Estado. E esta espécie de promoção de liberdade de operação – perante as medidas de Contenção à pandemia do Novo Coronavírus – dá mais flexibilidade aos equipamentos de Turismo, consequentemente possibilitando maior liberdade operacional da hotelaria, um equipamento muito presente em regiões onde o Turismo é protagonista (como a nossa). Com a progressão para Bandeira Laranja, os hotéis passam a poder receber 70% da ocupação total no máximo, quando com a bandeira vermelha este índice era de 50%. E esta diferença viabiliza (inclusive financeiramente) a abertura de alguns estabelecimentos até então fechados.
Sindicato busca regularização de buffets
Conforme informa a presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral Norte (SHRBS) Ivone Ferraz, cerca de 70% dos hotéis da região já estão operando faz algum tempo. Mas para o feriado de comemoração da Independência do Brasil, celebrado nesta segunda-feira, dia 7 de setembro (transformando o final de semana em um ‘feriadão’), os hoteleiros poderão viabilizar melhor seus estabelecimentos, assim como algumas operações maiores passam a funcionar. Isso justamente pelo aumento da taxa máxima de ocupação exigida pelo decreto estadual, passando dos 50% para os 70% agora permitidos.
Ivone, no entanto, traduz o receio dos hoteleiros da região sobre o aumento do movimento. A categoria acha que tem muita gente que ainda sente medo de contágio individual ou de pessoas da família, o que ainda reduz a demanda por viagens. E a previsão para este feriado é que haverá 70% de lotação em média. 70% dos 70% permitidos, o que sugere uma ocupação entre 40 e 50% em média.
Os hoteleiros do litoral estão trabalhando para, através dos sindicatos, elaborarem protocolos especiais para que haja a liberação dos buffets. Para muitos hotéis ,este serviço faz parte dos diferenciais locais buscados pelos clientes. E as medidas de proteção não estão permitindo que haja o oferecimento de refeições através de serviços deste tipo, em nenhum lugar em bandeira laranja (ou vermelha).
A presidente do Sindicato dos Hotéis do Litoral Norte projeta, ainda, o perfil dos clientes que devem se hospedar em hotéis nesta retomada do turismo. Ele deve ser quase que totalmente formado por pessoas que moram nas proximidades dos destinos escolhidos. Em Torres, por exemplo, de gaúchos e de sul catarinenses, na maioria. O turismo regional trata-se de uma tendência do “novo normal” turístico em todo o Brasil, pois muita gente ainda tem receio em pegar aviões e viajar para muito longe.
Hotel A Furninha abre após quase seis meses fechado
Um dos maiores e mais tradicionais hotéis de Torres e da região, o Hotel A Furninha vai abrir sua operação ao público neste feriado de 7 de setembro, após estar fechado desde metade de março de 2020 por conta da pandemia. Mas ainda não vai operar com todo seu potencial. De acordo com o diretor e proprietário do estabelecimento, Danilo Raupp, em setembro o hotel vai abrir somente aos finais de semana a partir deste feriado, de sexta-feira à domingo, e posteriormente será feita uma nova avaliação. O empresário lembra que o hotel ainda está adaptando sua operação junto aos clientes, testando e avaliando como e qual será a demanda neste novo momento.
Quanto às medidas de segurança e saúde, A Furninha opera com álcool gel em todos os ambientes do hotel, café da manhã servido na mesa do restaurante (sem Buffet), com a devida distância social entre as mesas. Assim como trabalha com a obrigatoriedade de funcionários e clientes de usarem máscara nos locais coletivos do hotel. Painéis de acrílico separando o funcionário e os clientes durante o atendimento estão instalados estrategicamente nas acomodações coletivas, como, por exemplo, na recepção. Outros vários cuidados estão sendo tomados para dar segurança, minimizando os riscos de contágio e tranquilizando os clientes. Medidas que são esperadas também por hotéis em toda a região
Nada de concreto sobre a presença de argentinos
Danilo Raupp acha que o consumo da hotelaria nesta retomada e na próxima temporada deve ser avaliado a partir de agora. O hotel não tem, ainda, nada de concreto sobre a presença de argentinos. Mas o diretor da Furninha acha que a demanda deste público será pequena, principalmente àquela feita através de grupos, uma clientela cativa do hotel torrense.
Mas uma possível compensação relacionada a menor presença de argentinos poderá ocorrer com a maior presença de hóspedes (Turistas/veranistas) do estado do RS, projeta o diretor de A Furninha de Torres. A previsão é que estes saiam da quarentena com muita vontade de viajar, uma espécie de demanda reprimida por lazer, entretenimento e turismo. No entanto, estes gaúchos devem buscar destinos próximos da sua residência, pois a questão do COVID-19 ainda estará muito presente. “A próxima temporada será dos gaúchos. Esta será nossa aposta”, concluí Danilo Raupp.
