Na última sessão da Câmara, realizada na segunda-feira, dia 13 de agosto, a interrupção do programa Minha Casa Minha Vida em Torres, anunciado há quatro anos e esquecido sem detalhes dos porquês, entrou em pauta nos pronunciamentos dos vereadores em tribuna.
Mais uma vez o vereador Pardal (PRB) puxou a pauta. Ele criticou a prefeitura de Torres por estar calada perante as cobranças já feitas por seu gabinete do assunto, inclusive com checagem em ministérios por parte do vereador, em viagem à Brasília. “Tá todo mundo calado, mas tem gente que usou a estrutura da Câmara, a prefeitura e etc., para angariar gente e dinheiro para o programa que não saiu. Acho que como vereadores devemos cobrar isto”, criticou Pardal.
Por conta da entrada do assunto em pauta, a vereadora Gisa Webber (Progressistas) lembrou que foram feitas diversas reuniões com as pessoas envolvidas no projeto, mas que nada foi feito e que o assunto entrou em processo de esquecimento. “Pegaram o sonho da casa própria de famílias, deram uma esperança e não cumpriram. Foi uma espécie de golpe. Temos que averiguar o que realmente aconteceu”, reclamou a vereadora.
O vereador Marcos Klassen (MDB) também se pronunciou e lembrou que a bancada do MDB, desde o ano de 2013, já vinha cobrando respostas da prefeitura passada, gestão de Nílvia Pereira (que era praticamente a mesma coligação da atual gestão Carlos Souza). Resposta em nome das pessoas que pagaram mensalidades à cooperativa que liderava o processo. “Estivemos três vezes no ministério das cidades e constatamos o mesmo, que não existe nada por lá (sobre o programa Minha Casa Minha Vida em Torres)”, afirmou Marcos.
‘Castelo construído e derrubado’
Na gestão de Nílvia Pereira na prefeitura de Torres (2013-2016), foi anunciada com pompas a possibilidade de construção de dezenas (talvez centenas) de casas na cidade pelo programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal. O projeto era do governo central, mas o PT era governo também aqui em Torres (como em Brasília), por isso a integração e comemoração do anúncio do projeto na cidade.
Um terreno foi anunciado como adquirido, na Estrada do Mar, para a construção das casas populares, terreno este que também foi alvo de críticas por falta de apresentação de licenças ambientais. Uma Cooperativa foi instalada em Torres para gerenciar o repasse dos recursos, oriundos dos bancos autorizados para executar o projeto. Trata-se uma prática comum em outros estados e cidades onde programas do tipo foram realizados.
Esta cooperativa passou a cobrar uma mensalidade dos “postulantes” a adquirir moradas no projeto – como uma espécie de condomínio adiantado, que seria para fazer algumas benfeitorias no terreno e na parte coletiva do projeto. Mas o programa foi desativado, a cooperativa não se pronunciou mais e os vereadores cobram solução há anos.