O movimento nos hotéis e restaurantes ligados ao Turismo de Torres está abaixo do ano de 2017. Conforme informações obtidas por A FOLHA, tem hotéis que ultimamente estão ficando vazios por vários períodos do mês por conta desta baixa, o que faz com que alguns proprietários amarguem prejuízos por manterem abertos seus estabelecimentos, e que outros os mantenham fechados. A baixa não se restringe somente ao trade de Turismo. Parte forte do comércio da cidade está operando com baixas de em torno de 15% no movimento do semestre em relação ao ano de 2017.
Conforme afirma a presidente da Associação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Torres (Ahrbst) Clarissa Raupp, a temporada da baixa estação (bem como o frio) entrou o mês de maio, manteve-se em junho e também em julho sensivelmente abaixo do movimento do ano passado. “O período já é tradicionalmente de movimento bem menor do que o de verão, mas desta vez a procura por vaga em hotéis está bastante abaixo da média, o que faz com que o movimento do 1º semestre se comporte também abaixo do ano passado como um todo”, afirma a presidente da Ahrbst.
Clarissa lembra que o veraneio se comportou com movimento físico e financeiro similar ao registrado no veraneio de 2017, mesmo sendo de forma pouco regular – com menos dias de hospedagens médias e mais variação do perfil dos hóspedes (se comparado também a 2017, cujo verão teve mais picos de calor). Mas após o Balonismo – que teve movimento acima de todas as edições – a procura por hotéis e o movimento dos estabelecimentos gastronômicos formatados para atender os Turistas caiu e se mantém baixo.
Greve, Copa do Mundo e crise no Brasil e no RS.
A mesma diretora da associação – que abriga muitos empresários do trade do turismo de Torres – debita a baixa no movimento a três fatores: 1 – A Greve dos Caminhoneiros, que baixou a demanda durante o advento, principalmente pela falta generalizada de combustíveis nos postos e também deixou rastros de falta de movimentação na economia por todo o Brasil (afetando especialmente o turismo). 2 – A Copa do Mundo, que acaba fazendo com que viagens de turismo sejam transferidas, por conta do foco das pessoas à realização do evento de futebol mundial, voltado para programas de TVs, que consequentemente incentivam programações caseiras. 3 – A falta de dinheiro no bolso dos brasileiros, principalmente dos gaúchos, por conta dos reflexos ainda sentidos da crise de desemprego nacional e os reflexos da falta de segurança na remuneração de servidores públicos estaduais, que piora a crise nacional (que também é estadual).
Incertezas pela frente
O mesmo segmento de negócios ligados ao turismo não tem um panorama muito certo pela frente. Conforme também salienta a presidente da Ahrbst, Clarissa Raupp, o ano eleitoral e o andamento das decisões na economia da Argentina também devem ser decisivos para a definição do movimento hoteleiro no próximo veraneio em Torres.
As deduções dão conta de que, como os argentinos são parte forte do movimento hoteleiro na cidade, e o pais dos ‘hermanos’ também passa por mudanças em sua economia (que já influenciam a capacidade de gastos do povo de lá), as novidades que aparecerem no cenário poderão ter influências no movimento do veraneio de 2019, talvez fortes ou talvez fracas.
Para os brasileiros a questão não é tão prática, ainda. A falta de dinheiro no bolso não deve piorar, mas os parâmetros econômicos não tem demonstrado que vai melhorar muito. Portanto, o impacto no veraneio deve vir do calor (enquanto maior o calor, geralmente maior o movimento) resultado das eleições de outubro/novembro e será psicológico. O resultado eleitoral deve ter motivações de consumo positivas para uns e negativas para outros, o que pode, também, influenciar no movimento dos brasileiros ao procurarem hotéis, apartamentos ou passeios em Torres no próximo veraneio.
*(Economista pós-graduado em marketing)