Muitas aves utilizam a costa brasileira em seus ciclos biológicos, assim como alguns mamíferos. Vale destacar no grupo das aves a migração de aves provenientes do sul do continente, e ainda, do continente europeu e América do Norte. Podemos por vezes registrar a presença de grandes bandos de aves nas areias das praias de Torres, especialmente no período noturno, entre estas aves podemos ter a ocorrência de trinta-réis (gênero Sterna), do pirupiru (Haematopus palliatus) e do bobo pequeno, (gênero Puffinus). Mas, a ave que geralmente chama mais a atenção devido as taxas de encalhes/mortandade serem normalmente altas na região, são os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus).
Nas últimas 2 semanas de junho, por exemplo, equipes de monitoramento do Ceclimar (Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos/ UFGRS) registraram mais de 230 pinguins mortos entre Dunas Altas (Palmares do Sul) e Torres. Já pinguins encontrados com vida, mas debilitados, são resgatados e costumas ser tratados pelo próprio Ceclimar (como este da foto, que ilustra a matéria).
Nota da Prefeitura de Torres
“A morte de parte das populações de aves migratórias (como os pinguins) é considerada normal dentro dos processos evolutivos e de seleção natural de espécies, animais jovens costumam representar o maior número destes. É possível também serem verificados animais encalhados vivos. No caso de mamíferos a migração das baleias, principalmente da espécie franca e jubarte que ocorre neste período, além de gerar uma ampla procura por pessoas para a tentativa de avistagem do espetáculo destes animais nos mares, gera a incidência no aumento de número de encalhes”, destacava a Prefeitura de Torres, em nota encaminhada à imprensa nesta terça (06).
Neste mesmo grupo dos mamíferos temos os representantes dos pinípedes – que são os lobos e leões marinhos, também sendo muito comum o registro de sua ocorrência na região, especialmente em Torres e adjacências, visto a presença da Unidade de Conservação da Ilha dos Lobos. “Independente das motivações que enriquecem a região com a presença destes animais é importante salientar que no caso da constatação de animais encalhados vivos ou mortos nas praias, não se deve mexer nos animais, tentar colocar para o mar ou resgatar sem que haja a atuação de algum órgão ambiental especializado. Estes animais podem transmitir doença ou ainda serem contagiados por nós ou atacarem por defesa, portanto, devemos agir com cautela”, ressaltava a nota da municipalidade.
O ideal é se possível isolar a área, registrar com fotos com distância segura e sem uso de flash, e entrar em contato com as entidades ambientais locais (seja a Prefeitura, PATRAM ou ICMBio Revis Ilha dos Lobos). Estas mantêm uma rede de contato para atuação conjunta diante de cada caso específico. “O lixo e a pesca também representam riscos a fauna marinha, diante disto tenha atenção com lixo gerado, destine corretamente o seu resíduo e denuncie a pesca ilegal. Auxilie na divulgação destas informações e seja um agente ativo na busca por melhorias e segurança nos eventos de encalhe de animais marinhos na região”, conclui a nota.