Na semana passada, uma reportagem realizada pela RBS TV, rede estadual de televisão, mostrou um cidadão de Torres denunciando um ataque, segundo ele ocasionado por ele por uma matilha de cachorros que estava na Avenida Beira Mar e o atacou quando dirigia sua moto, em trabalho. A matéria chamou o caso de ‘Gangue dos Caramelos’, se referindo à cor dourada apresentada na pelagem dos animais, normal em cachorros de cruzas diversas, chamados de “sem raça definida” ou de Vira Latas.
Conforme denúncia feita pessoalmente pela vítima na TV, ele foi mordido nas pernas enquanto passava de motocicleta pela via. O cidadão inclusive colocou “a sorte que teve” por não ter caído da moto, o que para ele abriria a possibilidade de mais ataques de toda a matilha, com maiores riscos, consequentemente.
Na Câmara, mazela recebeu mais uma vez opiniões.
O problema de cachorros errantes em Torres (por vezes conceituados também como cães comunitários) é recorrente. E na sessão da Câmara de Vereadores da cidade, realizada na segunda-feira (29 de outubro), mais uma vez o assunto recebeu destaque nos posicionamentos de tribuna.
Ação firme – O vereador Silvano Borja (PDT) chegou a ser enfático em dizer que a prefeitura e as autoridades jurídicas locais deveriam agir com firmeza no sentido de disponibilizar a construção do novo canil, planejado para ser construído, mas interrompido por medida judicial de uma ONG da cidade. “Temos tanta coisa a fazer mais importante na cidade e temos que ficar convivendo com pessoas que interrompem as medidas de recolhimento dos cachorros por acharem que têm mais razão”, reclamou Silvano, ao sugerir pulso firme no sentido de construir o canil e de recolher os cachorros.
Os Cachorros não têm culpa – Já o presidente da Câmara, Vereador Rogerinho (PP) mostrou ótica diferente sobre o assunto. Achou até “infantil” as pessoas e a imprensa de fora chamar os cachorros que atacam algumas pessoas na rua de ‘Gangues dos Caramelos’. Ele lembrou que os animais são irracionais e não têm, portanto, a capacidade de formar uma gangue… E disse que o problema é fruto do irresponsável abandono de cachorros feito por pessoas de Torres e de fora, isto somado ainda pela falta de uma política de castração do poder público, o que acaba gerando estes excessos. No entanto, Rogerinho também fez coro a seu colega de Câmara ao concordar que atrapalha, sim, esta briga entre a ONG e a prefeitura, o que acaba postergando a construção de um canil para substituir o que está interditado (por excesso de população animal e outros problemas de estrutura).
Presos em chácara espaçosa – O vereador João Negrini (sem partido) também se posicionou sobre o assunto dos cachorros de rua. “Na cidade algumas pessoas defendem que os cachorros devem todos ser retirados, outros acham que eles devem ser mantidos junto aos moradores” afirmou o vereador. E adiantou que já havia conversado com a diretora da Secretaria de meio Ambiente sobre o assunto, quando a mesma concordou em projetar o recolhimento de dois cachorros desta ‘matilha da rua’ (próxima a Praia Grande) e de encaminhar os mesmos para uma chácara, na Estrada do Mar, onde os memos não ficariam confinados, ou seja: viveriam bem e com espaço, mas sem estarem nas ruas e causarem problemas.
O vereador Dilson Boaventura (MDB) também defendeu em seu discurso que seja viabilizado um espaço para que os cachorros sejam recolhidos. Ele criticou protetores de animais que para ele “brincam de faz de conta” quanto a proteção dos animais de rua.