Bolsa famí­lia: Benefí­cios cancelados e cadastros sob suspeita também no litoral norte

1 de dezembro de 2016


 

Por Guile Rocha

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O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDS) anunciou no dia 07 de novembro, que verificou inconsistências em 1,1 milhão de benefí­cios do Bolsa Famí­lia em todo o Brasil. Desses, 469 mil benefí­cios foram  cancelados e 654 mil  bloqueados. A medida ocorre após pente-fino em que foram encontradas irregularidades nos cadastros.  O total de benefí­cios pagos no paí­s é de 13,9 milhíµes.  Do número total de benefí­cios bloqueados no Brasil, 13 mil são referentes a  famí­lias identificadas como doadoras de campanha nas eleiçíµes de 2016. No bloqueio, as famí­lias terão três meses  para explicar as inconsistências. Caso não comprovem, o benefí­cio é cancelado.

Segundo o ministério, o resultado se deve ao aprimoramento dos mecanismos de controle, que teve sua base de dados ampliada para verificação permanente da renda das famí­lias.  Em todos os casos, foi constatado que a renda das famí­lias era superior í   exigida para ingresso e permanência no programa.Apesar dos cancelamentos, o governo federal recentemente efetuou um aumento médio de 12,5% do valor concedido como benefí­cio pelo Bolsa Famí­lia – sendo que a última correção havia sido feita dois anos antes

No Rio Grande do Sul, foram cancelados 21.157 benefí­cios do Bolsa Famí­lia. Além dos cancelamentos, houve também 25.129 bloqueios no estado do RS, que possui 398 mil cadastros no programa social (o que gera um custo de R$ 65 milhíµes mensais í  União). Em média, cada famí­lia recebe R$ 164  por mês. O valor varia de acordo com o ní­vel de pobreza e a composição familiar.

Já em Torres, segundo informou para A FOLHA o Coordenador   local do Cad. íšnico e Bolsa Famí­lia – Rodrigo Gonçalves o número de benefí­cios cancelado – após o ‘pente-fino’ do MDS –  é de 55 famí­lias em situação irregular (sem contar aquelas que ainda estão sob suspeita).

 

Raio-X do Bolsa Famí­lia pode incrementar números negativos

 

E além desse pente fino, o Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendaçíµes a 4.703 prefeituras para que realizem visitas domiciliares a mais de 870 mil beneficiários do programa Bolsa Famí­lia.O MPF suspeita que haja benefí­cios em nome de pessoas mortas, servidores públicos, empresários e doadores de campanha com indicativos de renda incompatí­veis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do Bolsa Famí­lia.

Segundo o resultado do Raio-X Bolsa Famí­lia, divulgado dia 11 de novembro, os pagamentos a perfis suspeitos de irregularidades (de 2013 a maio de 2016) somaram mais de R$ 3,3 bilhíµes. O Raio-X do Bolsa Famí­lia é uma plataforma desenvolvida pelo MPF que faz o cruzamento dos dados públicos.

 

RAIO X do Litoral Norte (e da região de Torres)

 

De acordo com o Raio-X do Bolsa Famí­lia, o Litoral Norte possui 8 municí­pio entre os 20 do estado com maior percentual de perfis suspeitos: tratam-se de Imbé, Balneário Pinhal, Arroio do Sal, Cidreira, Itati, Terra de Areia, Capão da Canoa e Tramandaí­. Destaque negativo para Imbé, que fica em segundo lugar entre os municí­pios brasileiros com maior número de perfis suspeitos – tendo 23,8% dos beneficiários da cidade a serem investigados.

O municí­pio de Torres apresenta 127 recebedores do Bolsa Famí­lia considerados suspeitos de irregularidades – um total de 6,2% dos beneficiados na cidade. Já em Três Cachoeiras são 29 recebedores suspeitos (6,16% do total) e em Arroio do Sal 70 beneficiados (12,4% do total)


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