Por Guile Rocha
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Cerca de 20 representantes da cultura local e do artesanato estiveram reunidos, no final da tarde desta quinta-feira (25), com o prefeito eleito de Torres, Carlos Souza, além de futuros secretários municipais (Carla Daitx, do Turismo, e Clarice Brovedan, da Fazenda). O objetivo do encontro foi apresentar as demandas da classe ao futuro prefeito, bem como destacar a preocupação com uma possível diminuição da atenção para a área da cultura e do artesanato – uma vez que a Secretaria Municipal da Cultura não existe mais, tendo suas atividades absorvidas pelas pastas de Turismo e Educação.
Conforme Carlos, o enxugamento da máquina pública e diminuição de secretarias deve gerar as economia de cerca de R$ 1,2 milhão anuais para os cofres públicos, dinheiro que pode ser aplicada em outras áreas prioritárias. Mostrando honestidade em seu discurso com os representantes da cultura e do artesanato, Carlos Souza assumiu que o momento político-econí´mico é delicado, e disse que o Conselho de Cultura deve voltar a funcionar bem para definir aquilo que é prioridade para os investimentos na área. "Mas garanto que a Cultura e o Esporte, mesmo sem uma secretária, terão um olhar importante em nossa gestão", disse o prefeito eleito.
Algumas ideias previstas pela nova gestão também foram apresentadas por Carlos Souza. Ele disse que buscará melhorar as condiçíµes do Parque da Guarita (cuja gestão passará do Meio Ambiente para o Turismo) e ampliar a verba recolhida pelas campanhas publicitárias realizadas no famoso ponto turístico. Além disso, afirmou que garantirá um pórtico de qualidade para a entrada da Guarita e que trabalhará para finalmente viabilizar o Museu do Mar há muito prometido no Parque (que, segundo ele, já tem aval positivo do Ibama). Outra novidade é a prevista transformação do prédio abandonado do Colégio Cenecista (no Morro do Farol) em um Centro de Cultura.
Prefeito eleito responde aos questionamentos
Alguns dos presentes na audiência mostraram ceticismo quanto a efetiva realização das propostas levantadas por Carlos Souza, indicando que há um certo descaso com a cultura, o artesanato e o próprio turismo de Torres que vêm de muitos anos – apesar destes tópicos passarem por várias promessas políticas de melhoras. Mantendo a transparência, Carlos lembrou das dificuldades que teve de gerir o orçamento enxuto que havia quando foi secretário municipal em 2012 (de Turismo, Cultura, Esportes e Comércio) e disse que irá focar no planejamento para fazer o melhor uso possível do dinheiro público que chegar, bem como buscar verbas de emendas federais.
Foram feitos, ainda questionamentos em relação ao não repasse integral da (já pouca) verba dedicada ao Fundo de Cultura – que teve princípio ano passado na cidade, dando apoio a iniciativas culturais locais. Carlos afirmou que não vai prometer o que não pode entregar: "O Fundo de Cultura é importante, mas se por acaso tivermos uma verba reduzida, iremos informar vocês para que se trabalhe com a realidade. O desafio é respeitar o orçamento e definir prioridades".
Os artesãos reclamaram da falta de apoio político para um local permanente de exposição do artesanato torrense (no verão, o grupo costuma ficar na praça Pinheiro Machado). Carlos Souza disse que, uma vez que os artesãos tenham um projeto definido e bem delineado, seria parceiro para a efetivação de um calendário permanente e espaço adequado para representantes do artesanato local.