Comitê Mampituba promove palestra sobre os malefí­cios do óleo de cozinha para a água

15 de novembro de 2016

 

Alunos do 1 ° ano do Marcí­lio Dias prestigiaram a exposição do Prof. Pr. Gerson Guths (foto), que realiza trabalho de reciclagem do óleo de cozinha

 

Por Guile Rocha

(Assessoria Comitê Mampituba)

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As turmas do 1 ° ano do Ensino Médio da Escola Estadual Marcí­lio Dias, de Torres, prestigiaram, na tarde da última quinta-feira (03 de novembro) uma palestra oferecida pelo Comitê Local da Bacia do Rio Mampituba (CoMampi) – em parceria com a Logsul Logí­stica Reversa – para tratar dos malefí­cios do óleo de cozinha para nossas águas. Mais de 100 estudantes prestaram atenção as palavras do Prof. Pr. Gérson Guths, ex capelão da ULBRA Torres e proprietário da Logsul há 6 anos. "Comecei meus trabalhos de coleta do óleo de cozinha com o objetivo de encontrar uma fonte alternativa de energia, mas acabei descobrindo a importância deste tema para a preservação do Meio Ambiente – uma vez que o óleo é gerador de grande poluição", iniciou Guths.

Dentre os componentes do lixo domestico, o óleo de cozinha é o maior poluidor- sendo mais maléfico que qualquer outro resí­duo de nossas casas, conforme ponderou Gerson Guths. O proprietário da Logsul, então, destacou alguns dos malefí­cios do óleo de cozinha quando em contato com a água, disfunção que "contamina rios, lagos e até o oceano, e que causam desde a morte de peixes e fitoplanctons (responsáveis principais pela fotossí­ntese, que nos fornece oxigênio) até a disseminação de doenças e geração do gás metano (20 x pior pra camada de ozí´nio que o dióxido de carbono)".

Complementando, o palestrante falou dos problemas gerados ao não se dar o destino correto ao óleo de cozinha, jogando o óleo na pia da cozinha ou no vazo sanitário, por exemplo. "Os restaurantes fazem a coleta/ reciclagem do óleo pois são obrigados por lei, mas é enorme a quantidade de óleo despejado pelas residências, que é o mais difí­cil de recolher.   A gordura (óleo) gruda nas paredes dos canos, entupindo a tubulação e danificando a estrutura. Além disso, este descarte inadequado do óleo onera em cerca de 30% o tratamento de esgoto", indicou Gerson.

 

Descarte do óleo nos postos de coleta

 

Conforme foi informado na palestra para os alunos da Escola Estadual Marcí­lio Dias, a Logsul Logí­stica Reversa (empresa que está instalada no bairro Itapeva) coleta mensalmente mais de 20 mil litros de óleo de cozinha – evitando assim a contaminação de até 20 bilhíµes de litros de água por mês. "A maioria deste óleo, antes, acabava indo para os esgotos, complicando ainda mais o processo de tratamento. Temos 3 caminhonetes recolhendo o material, e o descarte correto do óleo de cozinha – além de evitar a contaminação das águas e ajudar o meio ambiente – também gera renda e serve de matéria prima para a indústria (utilizada na fabricação de sabão, ração, calçados, combustí­veis, tintas). No caso da nossa empresa, o óleo será reaproveitado em fábricas de calçados (para a produção, principalmente, de palmilhas) bem como na indústria de   biodiesel", destacou Gerson Guths.

E é muito fácil ajudar neste processo de reciclagem do óleo de cozinha: basta guardá-lo numa garrafa PET e entregar nos locais adequados de coleta. Em Torres, os pontos de coleta são na escola Marcí­lio Dias, na Unidade da Corsan, nos postos de combustí­vel da Rede SIM, no Supermercado Dia e com o pessoal que trabalha com a Coleta Seletiva. Uma simples atitude que contribui para muda o mundo… para melhor. A natureza agradece!  

 

 

 

O trabalho do Comitê Mampituba

 

 

FOTO: Leonila Ramos explicando trabalho do Comitê aos alunos

 

Finalizada a apresentação de Gerson Guths sobre os malefí­cios do óleo de cozinha para a água, os alunos do 1 ° ano do Ensino Médio do Marcí­lio Dias foram apresentados ao trabalho realizado pelo Comitê Local da Bacia do Rio Mampituba. A presidente da entidade, Biól. Leonila Quartiero Ramos – que por muitos anos foi professora da escola – ressaltou aos estudantes que o trabalho pela formação de um Comitê para gerenciar a bacia do Rio Mampituba vêm de muitos anos, partindo principalmente da iniciativa de integrantes da ONG Onda Verde (representada principalmente pelo Eng. Agr. Nabor Guazelli no iní­cio deste processo), lá no ano 2000. Após idas e vindas e muitas lutas, criou-se o Comitê Local da Bacia do Mampituba no dia 19 de novembro de 2012, sendo este vinculado apenas ao Rio Grande do Sul (apesar de 60% das águas da bacia fazerem parte de Santa Catarina também).

A presidente Leonila falou de atividades desenvolvidas pelo Comitê – buscando encontrar (e divulgar) formas de melhor aproveitamento e preservação das águas do Mampituba, bem como a articulação pela preservação de áreas de proteção ambiental. "O comitê não faz, se articula pra que alguém faça, administra conflitos", disse. Ela recordou da questão da Lagoa do Jacaré, localizada no interior de Torres, que (conforme denúncia aceita pelo Ministério Público) estaria secando em ritmo acelerado pela ação humana – a partir do despejo de esgoto irregular e uso indiscriminado das águas do local para lavouras/agropecuária. "Estamos discutindo, esperando por estudos para saber se isso (seca da lagoa pela ação humana) está realmente ocorrendo. Mas estamos atentos. Uma situação parecida ocorre na Lagoa do Forno (também no interior de Torres): lá havia bastante água em 2004, e 10 anos depois estava tomada de vegetação".

O secretário executivo do Comitê Mampituba, Prof. Dr. Christian Linck da Luz, lembrou aos alunos do privilégio de nossa região no ponto de vista das águas, pois vivemos num cordão de lagoas com água disponí­vel   em abundância, com acesso ao saneamento para maioria da população urbana e poucos riscos ambientais de catástrofes. "Mas metade das pessoas que vivem no planeta tem dificuldades para acesso a água. Muitas doenças causadas pela água contaminada – como a febre amarela e a cólera –   matam milhares de pessoas pelo mundo. Por isso, é importante termos a consciência de que é necessário cuidar de nossa água para nós mesmos e para as geraçíµes futuras", finalizou Christian.


   


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