EDITORIAL

4 de novembro de 2009

 

 

O ultimo feriadão, quando se comemorou o Dia de Finados e o funcionalismo público transferiu o feriado do dia da categoria de quarta-feira para sexta-feira, consequentemente formatando um feriado de até 4 dias para alguns, a cidade de Torres recebeu público record.

 Alguns estabelecimentos comercias arriscaram em afirmar que movimento igual ao do feriado em seus negócios se teve na cidade em feriados de Ano Novo ou de Carnaval, tradicionais por trazerem para o litoral praticamente todos que podem viajar nos perí­odos. Isto mostra a força que a cidade possui para receber turistas e veranistas. Mesmo sem apelos comerciais maiores como festivais, shows, eventos mais populares ou propagandas maciças, a cidade recebeu tanta gente, que a praia mais parecia de temporada de veraneio, onde se via guarda-sóis cobrindo boa parte das areias e pessoas tomando banho de mar, mesmo com a água e o clima ainda não tão quentes, como nos finais dos meses de outubro na Primavera.

 

 

A ansiedade de formatar muita atividade adicional para trazer turistas e veranistas em perí­odos de alta Estação em Torres acabou deixando dúvidas na população sobre a eficácia de se formatar muitas coisas e gastar muito dinheiro em eventos e outras atraçíµes na cidade em momentos de Alta Estação. Os administradores públicos e os lí­deres empresariais sofrem pressíµes de todos os lados no sentido de movimentar nossa cidade através de açíµes que ampliam o produto já existente por aqui: um local com praia, bonito e com infraestrutura muito acima da maioria das cidades da região. Esta pressão acabou transformando o veranismo e o turismo de Torres em um local de promoçíµes, e isto colaborou com muita força para que nossa praia ficasse com certa crise de identidade, consequentemente perdesse veranistas e turistas tradicionais para outras praias mais calmas ou com uma estrutura de eventos mais baseada em açíµes privada;  diferente de Torres, que por muito tempo promoveu muitas atividades de rua gratuitas, e que trouxe, consequentemente, públicos que se motivam para isto, muitas vezes, ou na maioria das vezes, diferente daquele público que a estrutura turí­stica, de construção civil, de ofertas gastroní´micas e de oferta hoteleira exigem para manter certo ní­vel de renda em seus negócios. A ansiedade de formatar muita coisa acima do que já temos, portanto, acabou gerando um conceito confuso de turismo, onde se queria fazer um pouco de cada coisa, mas, afinal, não se fazia nada muito bem, não se fazia nada com foco em um perfil de turismo definido.

 

 

Já somos por natureza um show, e somos um show difí­cil de ser assistido em outro local. Nossas falésias, nossos parques ambientais, nosso rio, a proximidade dos Cânions, nossa estrutura hoteleira acima da média, nossa estrutura gastroní´mica acima da média e nossa estrutura de limpeza urbana e de esgotamento sanitário muito acima da média de locas turí­sticos acabam nos transformando em um evento por si só. Há de se valorizar isto em análises futuras sobre o turismo local assim como há se pensar muito bem antes de receber um evento não tão focado em nosso perfil de turismo, mas que promete massa de pessoas o assistindo e o prestigiando, principalmente em temporada de alta, nosso diamante natural.

 

 Embelezar o que já temos, aumentar a comunicação para as cidades grandes sobre nossos diferenciais e trabalhar bem no atendimento e hospitalidade locais já perece o bastante para crescermos no turismo de uma forma sustentável, mantendo os turistas que nos visitam e buscando alguns outros milhares com o seu perfil, mas principalmente com este perfil: o de nosso turista preferencial que temos que ter bem claro em nossas agendas.


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