Grupo de estudos do Espiritismo é realizado com mulheres do presí­dio de Torres

1 de novembro de 2016

 

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Por Guile Rocha

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Atuando em Torres, o   juiz André Sí¼hnel Dorneles compartilhou nesta semana – em sua página pessoal do Facebook –   um trabalho especial que vem ocorrendo há cerca de sete meses no presí­dio Feminino de   Torres. Este trabalho é relacionado aos estudo do Espiritismo focado na educação dos sentimentos. "São reuniíµes quinzenais sempre com dez seres humanos que, atualmente recolhidas, começam a questionar sua existência. Não sei os crimes que cometeram. Sei que no coração de cada uma reside erros, frustraçíµes, temores, ódio, raiva, amor, e que, ante as luzes dessa abençoada Doutrina, buscam os primeiros passos para a reforma í­ntima", informa o juiz, que continua sua explicação: "Nós, Espí­ritas, sabemos que nesta ou outra existência podemos ter sido iguais ou piores. Mas também nos reformulamos pelo estudo, disciplina, persistência e paciência. Então precisamos colocar mãos í  obra, pois em verdade somos todos obreiros de Deus".

A psicóloga Vica Rocha é uma das organizadoras do encontro com as detentas de Torres. Ela conta ao jornal A FOLHA que, há muitos anos, já levava outros grupos de casas espí­ritas ao presí­dio. "Entretanto, estes grupos expunham um referencial mais ortodoxo dos primórdios da doutrina, fazendo uma leitura do Livro dos espí­ritos, muito focada na reencarnação, carma, pecados etc. Não estou julgando, mas poucas presas aderiam, porque naquele lugar um referencial mais contemporâneo da doutrina espí­rita seria o mais indicado", destaca Vica, complementando: "E o André trouxe esse referencial mais relacionado a esperança, fé, autoestima, perdão de uma forma mesclada com a psicologia. Neste contexto as presas que já tinham conhecimento da doutrina, e até as leigas no tempo, conseguiram se identificar e se encontrar

 

grupo de estudos e sentimentos

 

O encontro do grupo com as detentas dura cerca de uma hora, tempo que o juiz chama de reflexivo, onde atualmente tem sido   estudado o livro "Emoçíµes que Curam: Culpa, Raiva e Medo como Forças de Libertação", de Ermance Dufaux – Espí­rito psicografado por Wanderlei Oliveira. "Estudamos, também, como complemento, as obras básicas de Kardec, Chico, Divaldo, Raul Teixeira, que levo em pequenos textos, de acordo com o tema que selecionamos. Uma das coisas que descobrimos é a capacidade fantástica de semear que todos temos".

No seu depoimento no Facebook, o juiz André faz um apelo: Quem ler, que possa levar essa ideia para outros lugares: semear o Espiritismo alfabetizando sentimentos pois, no fundo, somos todos analfabetos funcionais em matéria de sentimentos. E o que levamos para o outro lado quando retornamos? Unicamente experiências e seus sentimentos. Fiquem com Deus e o Mestre Jesus", finaliza o juiz.

 

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Depoimentos das mulheres

 

O juiz relatou o depoimento destas mulheres, depoimentos que falam dos sentimentos tanto em relação aos encontros, quanto a doutrina espí­rita em si e a experiência do encarceramento . Foram trocados os nomes das presas para preservar suas individualidades.

 

1 – Dulce: "Estou gostando de participar pois me sinto leve quanto participo das oraçíµes estou um pouco perturbada mas vai passar. Tenho fé".

2 – Adriana: "Busco a paz interior, e a cada encontro que temos estou encontrando a paz no coração."

3 – Cristiele: "í‰ um momento em q eu me sinto mais perto de Deus, sinto mais fé e me sinto mais leve quando volto pra cela."

4 – Neila: "í‰ acompanhando essa doutrina que sinto cada vez mais que nada é por acaso, e que o amor e o perdão tem mais força, no grupo tratamos de assuntos comuns e entendemos que somos todos iguais e isso acalma e dá esperança a todas nós."

5 – Jocelaine: "Espiritismo para mim diz tudo – vida pós morte, meu encontro neste grupo me leva a entendimentos onde sempre procurei encontrar o amparo para aceitar minhas Perdas, aqui é onde desligo do mundo irreal e aceito a realidade."

6 – Antí´nia: "A cada aula me sinto uma pessoa melhor, tudo o que procuro consigo encontrar aqui e principalmente a paz, por que onde estamos é complicado de ter…"

7 – Margareth: "A cada encontro busco me preparar para a cada dia que me encontro neste lugar e abrir os olhos para outros caminhos."

8 – Tânia: "Eu me sinto bem aliviada com o coração calmo o espiritismo uma tranquilidade aprendizado e com certeza muito bom para a alma da gente."

9 – Fernanda: "Eu depois que eu participe do grupo espí­rita me senti melhor, quero mais. Parabéns, minha vida vou seguir."

 


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