Por Guile Rocha
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No dia 05 de março (domingo), encerraram-se as atividades da Operação Golfinho nas praias do litoral gaúcho. Os salva-vidas não mais estarão presentes diariamente nas guaritas de observação na beira de praia – como (no geral) vinha ocorrendo desde 17 de dezembro, quando teve começo a operação.
E o trabalho de temporada encerrou-se com um dado positivo: a assessoria de imprensa da Operação Golfinho divulgou dados parciais (contabilizados até 28 de fevereiro, fim do Carnaval) que apontam queda de 17,6% no número total de mortes em águas internas ou marítimas (sejam protegidas por salva-vidas ou não): foram 70 nesta temporada, enquanto houve 85 óbitos no verão anterior.O que colabora para a redução é a quantidade de casos ocorridos nas áreas chamadas de "não-balneáveis" – que não têm salva-vidas no horário da ocorrência. Em rios, açudes, lagoas e piscinas, houve queda de 29% no número de mortes ” foram 56 nesta temporada contra 79 na anterior.
Entretanto, Os casos de afogamento (e resgates) mais do que duplicaram em áreas guarnecidas por salva-vidas, num comparativo entre a temporada atual e a passada: até dia 28 de fevereiro, ocorreram 14 mortes por afogamento, ante 6 na temporada passada. Algumas razíµes podem servir para justificativa no aumento no número destas ocorrências í beira-mar: 1) o fato do veraneio ter sido mais longo do que em 2016; 2) o alto número de dias de sol, calor e água transparente, que acabam aumentando o número de banhistas; 3) a formação mais recorrente de ‘buracos’ na área de banho. Conforme indicou o chefe de Comunicação do Corpo de Bombeiros, major Everton de Souza Dias (em entrevista para o jornal Zero Hora), "Não há número aceitável de mortes, nosso objetivo é que seja zero. Mas temos procurado trabalhar na conscientização, procurando orientar que não dá para se banhar onde não tem salva-vidas".
Em Torres, média de 3 salvamentos por dia
O jornal A FOLHA também contatou o Major Jeferson Ecco, comandante do 3 º Subgrupamento de Salva-Vidas do Corpo de Bombeiros de Torres, para ter um panorama mais específico do trabalho dos salva-vidas junto as 22 guaritas instaladas na orla de Torres (entre a Praia dos Molhes e Paraíso). Major Ecco informou que, em Torres, a temporada foi encerrada com 231 resgates efetuados pelos salva-vidas. Se dividirmos este número pelos 78 dias em que houve presença dos salva-vidas na orla torrense, temos uma média de praticamente 3 salvamentos por dia realizados nas praias cidade. E conforme o comandante dos Salva-Vidas de Torres, o balanço das atividades aponta que as guaritas que tiveram maior número de resgates foram a 7 – na Praia Grande – as 9 e 10 – da Praia da Cal – e as localizadas na Praia da Guarita.
Além disso, outro dado tranquilizador no contexto local foi que não houve registro de nenhum óbito no mar em área balneável (guarnecida pelos salva-vidas) torrense. "Tivemos apenas a ocorrência de uma vítima fatal, que se afogou em área de pesca sem guarnição dos salva-vidas (na Praia Itapeva). Ainda assim, a vítima foi socorrida e encaminhada com vida ao hospital de Torres, porém veio a óbito 12h depois", explicou o major Ecco.
Agora, sem os salva-vidas presentes na orla, a principal recomendação do Corpo de Bombeiros do RS para garantir a segurança do banhista é ter percepção de risco e assumir uma postura preventiva no oceano.