O italiano dom João Batista Scalabrini (1839-1905), que será canonizado no próximo domingo, dia 9 de outubro, no Vaticano, pisou em terras do Rio Grande do Sul por 59 dias, em 1904. Reconhecido pela Igreja Católica como padroeiro dos migrantes, ele foi o fundador da congregação que é responsável pelos hospitais Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, e Santa Luzia, em Capão da Canoa.
A Associação Educadora São Carlos (AESC) tem atuação marcante na saúde, na educação e na acolhida a migrantes e refugiados. A cada ano, são mais de 200 mil pessoas atendidas, educadas e acolhidas nas unidades por mais de 4 mil funcionários. A Associação também mantém na Capital os hospitais Mãe de Deus e Santa Ana e quatro Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). Além disso, três colégios fazem parte da rede Educação Scalabriniana Integrada: São Carlos, em Caxias do Sul; Nossa Senhora de Lourdes, em Farroupilha; e São Carlos, em Santa Vitória do Palmar. A missão original é exercida pelo Centro de Atendimento ao Migrante, em Caxias do Sul.
O trabalho da AESC é inspirado na obra de Scalabrini que, em 1887, quando já era bispo em Piacenza, fundou a Congregação dos Missionários de São Carlos, seguida pelo ramo feminino, a Congregação das Missionárias de São Carlos, fundada em 1895. Além disso, também foi criador da Sociedade São Rafael, em 1889, que prestava assistência em postos de embarque e desembarque.
Missionário visitou 13 municípios
No início do século 20, o missionário veio ao Brasil para conhecer especialmente regiões de colonização italiana. Conforme registros de jornais da época. Scalabrini desembarcou no porto de Rio Grande no dia 8 de setembro de 1904, onde iniciou um caminho intenso que contemplou 13 municípios. Passou por Porto Alegre, Lajeado, Encantado, Coronel Pilar, Garibaldi, Nova Prata, Nova Bassano, Veranópolis, Bento Gonçalves, Garibaldi, Caravaggio e Caxias do Sul até voltar a Rio Grande, de onde seguiu para Buenos Aires, na Argentina
O padroeiro percorreu grandes distâncias no Estado, cumprindo muitos quilômetros a cavalo de oito a 10 horas por dia, fez entradas apoteóticas nas cidades e mais de 6 mil gaúchos foram crismados, A sua missão no Rio Grande do Sul segue, hoje, mais de 100 anos, depois, na obra das irmãs, que se dedicam a perpetuar o legado de Scalabrini.