Núcleo agroecológico da região de Torres busca soluções para deriva de agrotóxicos

Curso de Formação para Comissão de Ética, em Três Cachoeiras (foto), incluiu uma apresentação sobre procedimentos em relação à suspeita de deriva

3 de março de 2025

Por Centro Ecológico

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A deriva de herbicidas hormonais resultante da aplicação com drone, que em novembro de 2024 atingiu propriedades rurais no litoral norte do Rio Grande do Sul, tem sido tema de reuniões do Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia. O assunto fez parte da programação do Curso de Formação para a Comissão de Ética do Núcleo, dia 25 de fevereiro em Três Cachoeiras, e de uma reunião entre a Associação dos Colonos Ecologistas da Região de Torres (Acert) e a Associação dos Colonos Ecologistas de Morrinhos do Sul (Apemsul), no dia 5 de fevereiro, na comunidade de Três Passos, em Morrinhos do Sul.

No final do curso para representantes das comissões de ética de 44 grupos, o agrônomo Joaquim Martins contou o caso da família dele, ocorrido na Vila João 23, em Torres. Em dezembro, a deriva causou danos irreversíveis à produção de tomate, aipim, moranga e outras hortaliças comercializadas principalmente na Feira Ecológica de Torres. “Falamos das questões de contaminação, quais foram os procedimentos, quais as denúncias encaminhadas”, relatou o técnico que, após a denúncia formal pelos canais da Secretaria da Agricultura, conseguiu uma indenização parcial.

O caso está descrito no documento Procedimento para denúncia de contaminação por deriva de agrotóxicos, disponível no Fórum Ecovida, no site da Rede Ecovida de Agroecologia. Na reunião da Acert e da Apemsul, agricultoras e agricultores, técnicos do Centro Ecológico, padre Adalberto Lumertz Borges e pessoas preocupadas com o risco de contaminação da pulverização aérea, conversaram sobre os prejuízos relacionados à produção orgânica, ao ambiente e à saúde das pessoas.

Esforço coletivo

A partir das discussões sobre os casos nos dois encontros, o núcleo propõe ampliar o debate sobre o problema das derivas nas comunidades, envolvendo famílias agroecologistas, Emater, sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores rurais, associações, Centro Ecológico e a sociedade civil como um todo. O objetivo, conforme Joaquim, é mobilizar esforços para a criação leis municipais e estaduais que regulamentem a aplicação aérea de agrotóxicos.

O tema das derivas será novamente abordado na primeira plenária de 2025 do núcleo, no dia 11 de março.

Núcleo da Rede Ecovida

O Núcleo Litoral Solidário é o núcleo regional da Rede Ecovida de Agroecologia no litoral norte, atualmente com 281 famílias. Por meio de 46 grupos, está presente nos municípios de Osório, Maquiné, Caraá, Santo Antônio da Patrulha, Terra de Areia, Três Forquilhas, Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul, Itati, Dom Pedro de Alcântara, Torres e Mampituba.


Publicado em: Meio Ambiente






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