Desde o dia 7 de maio, o Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia está arrecadando e encaminhando semanalmente para a Região Metropolitana de Porto Alegre, alimentos e roupas doados por famílias agroecologistas do Litoral Norte.
Até o momento, segundo informações do tesoureiro do Núcleo Juliano Pisoni, foram realizadas três entregas, totalizando quase 4 mil quilos de banana orgânica, além de outros alimentos, para movimentos sociais, projetos, cooperativas e abrigos, numa mobilização proposta pelas ONGs Centro Ecológico e Ação Nascente Maquiné (Anama), abraçado por várias entidades.
Logística
A Cooperativa de Produtores Econativa faz o levantamento de quem tem doações. Os grupos que comercializam para supermercados fazem o embalamento. A Associação dos Colonos Ecologistas da Região de Torres (Acert) recolhe e transporta os alimentos até a casa de uma família agricultora do grupo Vale do Maquiné, no município do mesmo nome.
A Anama leva até a Faculdade de Agronomia da UFRGS, onde é organizada a distribuição. Também as entregas têm sua própria dinâmica: para as cozinhas solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) por exemplo, os alimentos são transportados no caminhãozinho do MTST.
Além das cozinhas solidárias, os pontos que recebem doações do Núcleo Litoral Solidário são: o Levante Popular da Juventude, a Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos (Univens), o Projeto Surfar e os abrigos situados numa escola, num salão paroquial e na Escola de Educação Física da UFRGS.
Em Três Cachoeiras, a Cooperativa Econativa é ponto de coleta. Quem mora no interior da região e é produtor ou produtora, pode entregar nos depósitos da Carlos & Webber, grupo Cultivando Vida no Alto do Chapecozinho e Lenilson Webber Carlos na comunidade de Vila Três Passos, todos em Morrinhos do Sul.
Mutirão
Às 5 horas da manhã de quarta-feira, dia 22, dez pessoas do Núcleo Litoral Solidário partiram para uma jornada de apoio em Eldorado do Sul: limpar, desmontar os móveis, tirar barro, lavar paredes. A ideia é manter este mutirão enquanto for preciso para reconstruir um pouco da vida levada pela tragédia climática.
“Eu fui e vou de novo, porque a sensação de ter ajudado quem precisa não tem preço”, escreveu Ezequiel Martins no grupo de WhatsApp do Núcleo. Junto com Laércio Meirelles, do Centro Ecológico, o agricultor pede que mais pessoas se voluntariem. A viagem, conforme Laércio, foi feita em três horas.