Mais uma vez vem chegando o verão e a alta temporada, que multiplica muito a média populacional de Torres (em alguns finais de semana chegando a multiplicar por 10). E junto com o verão vêm as observações de vereadores nas sessões da Câmara dos Vereadores – alertando sobre problemas de sujeira causada pelo lixo. Há pronunciamentos por conta tanto de forma errada de descarte de resíduos quanto pela forma de recolhimento exercida pela Prefeitura de Torres – principalmente nas áreas perto da praia, onde existe maior concentração de pessoas, muitas destas turistas que repercutem sobre a imagem de Torres após passar por aqui (podendo depreciá-la caso achem a cidade suja).
Na sessão da Câmara Municipal de Torres realizada na segunda-feira, dia 18 de novembro, em seu pronunciamento de Tribuna, a vereadora Gisa Webber (Progressistas) foi a primeira a falar sobre o assunto. Ela reclamou da falta de educação das pessoas em geral para com o descarte de lixo, repetindo um mantra simples que deveria ser tratado na educação de todos “Lixo é para se colocar no lixo”.
A seguir o vereador Marcos Klassen (MDB) se referiu ao assunto como tema recorrente em seus discursos na Câmara. Repetiu sua opinião quanto as lixeiras em formato de balão de Torres, dizendo que são pequenas. Sugeriu que em locais mais movimentados da cidade (e com mais descarte de lixo), a Prefeitura coloque equipamentos maiores para coleta – ao estilo dos contêineres.
O vereador Rogerinho (PDT) também se referiu às lixeiras de Torres. Mas pediu lixeiras novas como parte das reformas da Avenida Barão do Rio Branco (a qual está em fase final de obra).
O vereador Tubarão (MDB) também falou sobre lixeiras na região da orla torrense. Mas primeiro sugeriu que a prefeitura tenha um sistema de limpeza de praia que seja feito em períodos anteriores aos fluxos maiores (como o que tivemos, por exemplo, no feriadão da Proclamação da República). Ele acha que os galhos de árvores, os aguapés e o lixo que sobe à praia com as ressacas deveria ser recolhido pela equipe da prefeitura, para que veranistas não tenham que conviver com a praia suja nos finais de semana.
Mas quanto às lixeiras, Tubarão reclamou da falta do equipamento no centro da cidade, principalmente para pedestres que circulam nas calçadas e compram em estabelecimentos de alimentação, comércios estes que não colocam lixeiras em frente a seus estabelecimentos. Os transeuntes, então, teriam de levar seu lixo adiante, mas isto não acontece com alguns (que não tem esta paciência e acabam jogando seus restos no chão).
A seguir o vereador Fábio da Rosa (Progressistas) reclamou dos comerciantes do centro da cidade, que insistem em colocar caixas vazias de mercadorias recebidas nas lojas no canteiro central, deixando o aspecto das avenidas do centro depreciado. Ele lembrou que os comerciantes devem, por lei, descartar os materiais de forma correta, nunca deixando caixas no meio da rua.
Assunto da reunião de ONG e do Conselho do Meio Ambiente
A reunião mensal do Commam (Conselho Municipal do Meio Ambiente de Torres) realizada na quarta-feira, dia 20 de novembro, também abordou o assunto. O idealizador do Projeto Praia Limpa, Alexis Sanson, dentre apresentações que fez ao Conselho sobre os trabalhos do projeto, acabou fazendo uma espécie de pedido de providência junto ao Conselho. Alexis pediu para que a prefeitura e a comunidade trabalhassem em um projeto para melhorar o sistema de descarte e recolhimento de lixo – nas praias, região costeira e também nos bairros.
A FOLHA fez contato com o diretor do Projeto Praia Limpa e pediu que Alexis Sanson desse sugestões para melhorias em Torres. Ele acha que:
1 – faltam campanhas públicas incentivando educação para a limpeza de Torres;
2 – precisariamos de uma ampliação da Coleta Seletiva e consequentemente o aumento do percentual de resíduos reciclados;
3- melhorias no sistema através de lixeiras mais eficientes e coleta diferenciada, principalmente por conta da sazonalidade e aumento exponencial de veranistas e turistas.
Para o ambientalista do Praia Limpa, a campanha educativa poderia ser encampada pela Prefeitura de Torres e ter foco tanto nos bairros quanto nas região central e praias. Alexis deu exemplo de uma campanha que, para ele, “transcende as gestões” e que é realidade na cidade de Osório. A campanha é chamada de “Jogando limpo com Osório”, gerenciada pela Prefeitura daquela cidade, e que poderia servir de um referencial para nossa demanda local em Torres.
E como uma atitude pública que deveria ser tomada pela prefeitura de Torres, independente de campanhas, Sanson sugere que haja “tolerância zero” para o descarte clandestino de lixo, e falta de lixeiras onde é obrigatória a existência delas, com previsão para fiscalização, autuação e multa, algo que não existe no município atualmente.
Aumento de rodadas de recolhimento em regiões especiais
Uma das ideias também surgidas na reunião do Conselho do Meio Ambiente foi a de aumentar o número de vezes de recolhimento de lixo ocorre em finais de semana e feriados, onde realmente o problema têm sido recorrente há anos em Torres.
E o Secretário de Obras da Prefeitura, Davino Lopes, em resposta ao questionamento do jornal A FOLHA sobre o assunto, prometeu que vai aumentar o numero de “rodadas” de recolhimento de lixo nestas datas na temporada. Isso deve ocorrer já a partir do próximo pico de movimentação, principalmente em locais onde há mais descartes (por conta do movimento do turismo).
O recolhimento de lixo é gerenciado pela secretaria de Obras porque é necessário gerenciar a relação entre o contrato com a empresa terceirizada e a demanda da municipalidade, algumas vezes tendo de haver trabalho em conjunto entre a secretaria de Obras e a empresa de Limpeza Urbana.
*Editado por Guile Rocha