Olá! Me chamo Felipe, mas boa parte da minha vida fui chamado de Pipe. Tenho 31 anos. Até 2 anos e meio atrás, aos meus 29, era um empresário muito bem sucedido em Porto Alegre, quando “larguei tudo” e iniciei uma viagem sabática sem prazo pelo mundo. Recebi o desafio do jornal A FOLHA Torres de criar uma diário semanal das minhas andanças por aí. Um pouco de tudo que fiz, meus perrengues, aventuras, pessoas que conheci, lugares que passei e um tanto das minhas reflexões. Viajar assim faz a gente pensar e mudar muito, e acredito que essa parte também seja legal de ser compartilhada. Mas eu não posso começar sem antes contar minha história. Afinal, quem é o Felipe? O que fez um empresário bem sucedido tomar essa atitude e sair pelo mundo? O que aconteceu nesses últimos 2 anos e meio? Sinceramente, tem muitas respostas que nem eu sei direito, mas vou tentar ser breve e relatar os pontos principais dessa história. Mas tenho que “começar desde o começo”…
Começando pelo começo…
Nasci em um inverno frio de Porto Alegre em 1990. Para aqueles que gostam e entendem de astrologia (não é o meu caso), sou canceriano. Nasci no conhecido “berço de ouro”. Família rica, tradicional, com tudo do bom e do melhor. Porém, quando ainda era pequeno, a empresa de minha família veio a falir e, de uma hora pra outra, essa mesma família, que tinha tudo (financeiramente dizendo), passou a não ter quase nada. Restaram muitas dívidas. Eu tinha 4 anos, não conseguia entender muito bem as coisas, mas com o passar do tempo fui entendo que a situação estava mudando. Meus pais em um determinado momento, após tentarem se reerguer na capital gaucha, decidiram começar a vida do zero em uma nova cidade. E assim, em 1998 chegamos em Torres. Eu, meu pai, minha mãe e meu irmão (quase 3 anos mais velho que eu). Meu pai veraneou a vida inteira nessa cidade, que já era velha conhecida nossa. Até hoje agradeço muito a eles por terem tomado essa decisão. Eu e meu irmão tivemos uma infância de “moleques”- jogando bola na rua, fazendo trilhas, surfando, indo de lá pra cá de bicicleta. Nos fez ter uma roda de amigos muito diferentes dos que costumávamos ter na capital. Coisas que só nos acrescentaram como (ainda pequenos) seres humanos. Porém, nossa família estava financeiramente quebrada. A ida a Torres também veio junto com um negócio que meu pai decidiu abrir em nossa nova vida. Mas o seu problemas com o álcool fez com que as coisas dessem errado. Sim, meu pai era alcoólatra – e digo era porque não bebe a mais de 20 anos. Esse alcoolismo veio junto com a falência da empresa. Para quem nasceu e sempre teve os melhores bens e condição confortável, não ter mais depois de 40 anos de vida é um baque. E a fuga do meu pai foi a cerveja. Muita cerveja. Nunca levantou um dedo pra mim, meu irmão ou minha mãe. Mas passamos por alguns anos muito difíceis. Eu, pequeno, vivendo aquelas situações, criei um certo trauma (que vim entender e descobrir apenas aos 29 anos). Assimilei felicidade ao dinheiro e dizia pra mim mesmo: “Minha família não vai passar por isso. Vou ser muito rico.”
Eu não sei se nasci desse jeito, ou adquiri isso ao longo da vida, mas penso que minha cabeça funciona de uma forma diferente. Eu não tenho sonhos, desejos, vontades. Tenho convicções. Então, se eu disse pra mim mesmo que ganharia muito dinheiro, eu ia ganhar. Era só questão de tempo…
Em 2001, após internação liderada pela minha mãe e meu falecido avô, meu pai parou com o álcool e, aos poucos, foi organizando sua vida. Com o passar do tempo, empreendeu e seu negócio foi indo pra frente. E morro de orgulho de cada um deles. Da minha mãe por ter segurado as pontas por muitos anos e não ter desfeito a família; do meu pai por ter se reerguido e sempre ter dado o melhor exemplo para seus filhos, mesmo nos piores momentos; do meu irmão por ser uma das pessoas mais inteligentes que conheço. Sei que tá parecendo programa da Xuxa, mas precisava abrir esse parênteses. Combinei com minha família que meus relatos serão baseados apenas na verdade, e essa para mim é uma das principais verdades.
Focando no dinheiro
Eu, ao longo dos meus anos de colégio e ensino médio em Torres, na então Escola São Domingo, sempre me cobrei muito em estudos e boas notas. Sempre pensando no futuro, pensando no dinheiro. Não era o melhor aluno em termos de notas (até porque eu aprontava bastante), mas ia bem. Em 2007 retornei a capital para fazer um terceiro ano mais forte e me preparar para o vestibular. Em 2009 ingressei na faculdade federal do RS no curso de administração. Em minha infância, meus desejos mais sinceros sobre o que “ser” na vida me levavam a algo relacionado à Biologia, ou veterinária. Eu sempre amei muito os animais e a natureza. Mas com o tempo fui entendendo que isso não me traria muito dinheiro, então deixei de lado. Fui para a administração. Sabia que era ali que o dinheiro iria vir. Tudo ia em direção ao dinheiro…
Aos 21 anos, durante a faculdade, entrei em um estágio em uma empresa do mercado imobiliário. Imobiliária Lopes, a maior da América Latina. Quando fui fazer minha primeira entrevista por lá, entendi na hora que seria esse o mercado que me levaria para o topo financeiro. Lá seria o início de tudo. Comecei ganhando salário de estagiário e carregando caixas de folder. Com o passar dos anos, fui efetivado e cada ano ganhava um crescimento financeiro e de cargos. Eu não aceitava ficar mais de 1 ano na mesma situação. Tinha que ganhar mais responsabilidades e, consequentemente, mais experiência. Eu não pensava em ganhar dinheiro, isso pra mim seria uma consequência futura, aconteceria no momento certo. E seguia aquela vida que cada vez mais vejo que é a vida “normal” de muitos brasileiro: muito trabalho durante a semana, bebidas e distrações no final de semana.
Em 2017, já em um cargo de alta gerência no grupo, decidi sair e abrir minha própria empresa. Criei um nicho de mercado novo, algo que instintivamente eu sabia que daria certo. Algo que eu sabia que com o tempo me traria dinheiro, muito dinheiro. Dinheiro de verdade, em quantidade. Aquele dinheiro que desde pequeno eu buscava. Depois de 6 meses de muito trabalho com um primeiro cliente, os resultados começaram a vir. Lembro que num determinado mês ganhei mais de R$ 60 mil. No outro, algo próximo a isso. E assim foi sendo. Dinheiro que ia direto para o meu bolso, já pagando o resto da operação. Rapidinho pensei: “Consegui, cheguei lá”. Financeiramente, apesar de serem valores muito altos, pensava comigo mesmo que só uma brincadeira inicial. Eu precisava, acima de tudo, provar pra mim mesmo que eu tinha capacidade. Depois disso, iria para algum outro negócio ou nicho que me desse projeção nacional ou internacional para eu ser multimilionário. Minha ideia era chegar nesse patamar até meus 35. Não eram sonhos nem desejos, eram convicções que eu tinha.
Acreditem, não foi sorte. Eu sabia bem o que estava fazendo e, obviamente, trabalhava como poucas pessoas trabalham. Eu não tinha vida. Eram 24h por dia, 7 dias por semana. Meus momentos de tranquilidade e lazer eram cada vez mais raros, quando eu conseguia ficar um pouco em companhia de minha namorada e visitar minha família em Torres. Mas sempre com meu notebook e celular ativos, pra lá e pra cá.
No início, a sensação era maravilhosa. Cada mês ganhando mais dinheiro, cada vez sentindo mais poder. Essa sensação é única, seria hipocrisia dizer que não. Ver o que tu criou do zero pegando corpo, crescendo, teu respeito aumentando… Isso que passou a me mover, o desejo por mais e mais. Aos poucos a empresa foi crescendo, cheguei a ter 11 funcionários. Clientes eu não precisava mais captar, eles vinham até mim e eu escolhia com o que queria atuar. No ápice da empresa, estava com 7 empreendedores ‘graúdos’. E cada vez mais trabalho. E cada vez mais dinheiro. E cada vez mais responsabilidades. E mais dinheiro. E mais stress. E mais dinheiro. E mais poder. E mais dinheiro e stress…
Da exaustão a ideia de um recomeço
Então, no meio desse processo todo de crescimento, me veio uma pergunta: “Por que estou fazendo isso?”. Como já disse, minha vida era o trabalho. A sensação que eu tinha era de que cada dia a mais de trabalho, eram 2 dias a menos de vida. Eu sentia que, se seguisse aquele ritmo, iria morrer cedo e, o pior, sem viver. E pra que todo aquele dinheiro? Sempre fui simples, nunca gostei muito de “ter”. E o crescimento financeiro fez isso se intensificar. Não tinha mais carro, meu apartamento era simples e alugado. Roupas eu usava qualquer uma. Comida para mim era para comer e não passar fome. Então por que toda essa busca incessante por mais dinheiro? Esse foi o início do fim. Foi daí que comecei a pensar em outras possibilidades de vida. Uma das convicções que eu tinha era de que um dia viajaria pelo mundo. Não sabia quando nem como seria, mas sabia que o faria. Isso começou quando eu tinha 12 anos e vi em fita o filme Surf Adventures, onde surfistas viajavam o mundo surfando. E essa possibilidade começou a flertar com minha mente. Mas antes de qualquer coisa, o que mais fazia sentido naquele momento era largar aquele estilo de vida. O que eu faria depois, seria um segundo problema. Mas, independente de qualquer coisa, dinheiro não é ruim. E eu abri mão de muitas coisas na minha vida inteira pra chegar naquele ponto. Foi quando decidi que ficaria na operação da empresa até o final de 2019. Essa minha decisão veio pela metade de 2018. Ou seja, teria mais 1 ano e meio pela frente para ganhar o máximo de dinheiro e optar pelo meu futuro. E isso ficou guardado só para mim…
Com o passar dos meses, novos questionamentos vieram. Como comecei a questionar o dinheiro, estava também questionando a sociedade. Porque nos dias de hoje ambos estão totalmente interligados. O mundo em que vivemos gira em torna do dinheiro. Nosso sistema é o dinheiro. Então comecei a questionar todos mecanismos do sistema. A forma como todos se comportavam, inclusive eu. O “ter” versus o “ser”. O excesso de futilidade para qual nosso mundo se encaminha. A polarização política no Brasil. Pessoas vivendo realidades virtuais falsas. Manipulações do sistema… Enfim, motivos não faltavam. Mesmo estando no patamar que estava, cada dia mais me achava só mais um gado daquela “multidão boiada caminhando a esmo”, como diria Dominguinhos.
Os meses foram passando e tudo se intensificando. As confusões na minha mente eram maiores a cada semana. Até que por meados de 2019 tive uma crise de ansiedade. Coisa que nunca havia tido em minha vida. Foi o sinal que eu precisava para colocar o pé no freio e começar a olhar pra mim. Continuei trabalhando muito, mas não daquela forma de antes. Deixei a empresa andar mais sozinha. Entrei em uma academia, pois estava sedentário, e numa psicanálise. Foi o que eu precisava para ir colocando a cabeça no lugar e começando a decidir o meu futuro. Afinal de contas, o final do ano estava chegando e eu largaria a empresa. Mas o que eu faria exatamente? Como eu faria essa passagem? Naquele momento, apenas eu e minha terapeuta que sabíamos dessas minhas decisões ocultas.
Os desafios de ‘largar tudo’
Com o passar do tempo, entendi que eu precisava fazer essa viagem. Precisava sair do sistema, me desintoxicar da sociedade e entender o que o Felipe quer da vida. Meu propósito sempre foi de trabalhar para ganhar dinheiro, mas se isso não fazia mais sentido para mim, o que fazia? Qual seria meu verdadeiro e real propósito nesse mundo? O que voltaria a me mover? Nós como seres humanos temos uma real necessidade de se auto afirmar, ter um objetivo maior a ser seguido. Normalmente o trabalho é quem preenche essa lacuna, mas comecei a entender que uma verdadeira paixão fazia muito mais sentido pra mim. Não queria que o dinheiro fosse mais o meu objetivo, mas sim uma consequência daquilo que eu fosse fazer com alma e coração. Se viesse pouco ou muito, tanto faz. Mas o que seria essa paixão? Viajar faria eu abrir a cabeça, conhecer novos mundos, novas realidade, novas possibilidades e, acima de tudo, me conhecer. Descobri que não me conhecia o suficiente. Sabia que era uma pessoa honesta e do bem e que tinha um dom inegável para fazer dinheiro. Isso é muito interessante… O que eu mais conhecia de mim era relacionado também ao dinheiro. Decidi então que faria essa viagem. Eu precisava e merecia isso.
Analisei os principais pontos desse movimento. Meus pais: sempre me apoiaram e não seria agora que não apoiariam. A empresa: vou organizar uma passagem para os diretores que estavam na operação, isso vai ser fácil. Porém, o último ponto foi o pior de todos: minha namorada. Não era um relacionamento ruim que seria até um alivio se livrar. Muito pelo contrário, era um relacionamento maravilhoso. Um relacionamento de 4 anos que era uma das minhas poucas e reais felicidades dos últimos tempos. Convido ela ou vou sozinho? Isso assombrou minha cabeça por semanas, meses. Eu não queria perder aquele sentimento verdadeiro e deixar de compartilhar todas coisas boas que viriam pela frente. E como ela ficaria? Arrasada… esse período me corroeu muito por dentro, mas meu instinto me disse: vá sozinho Felipe. Eu sempre fui muito intuitivo para tudo na vida é respeitei essa minha intuição. Apesar dos pesares, tive que respeitar ela de novo e ir sozinho. Seria só no mundo que eu chegaria às conclusões que eu precisava. Que eu me conheceria de verdade. Eu sempre namorei, desde meus 17 anos, precisava desse momento pra mim. Vai ser duro, pra mim e pra ela, mas é o certo a ser feito…
Até que na virada de novembro para dezembro de 2019, criei coragem para operacionalizar tudo. Num final de semana fui para Torres ver meu pais e, chorando, dei o aviso. Largaria a empresa e viajaria pelo mundo. Eles entenderam e me apoiaram, como imaginado. No domingo, a pior parte. Retornei a Porto Alegre e chamei minha namorada para conversar num parque. Dei o recado e terminei o relacionamento. Como foi difícil essa parte… mas era necessário. Na segunda feira chamei meus funcionários e passei a novidade. A operação da empresa ficaria na mão dos então diretores e agora sócios. Ao longo dos dias da semana avisei meus clientes. Fiquei mais alguns dias pela cidade para finalizar o que eu precisava finalizar, me despedir de amigos e me desfazer do que eu não fosse usar nessa minha jornada. Ainda em dezembro sai de vez de Porto Alegre e cheguei em Torres. Minha ideia era ficar os meses do verão com meus pais e então começar a viagem. Eu precisava relaxar, os últimos meses haviam sido os piores meses da minha vida. Os piores meses da minha vida até aquele momento…
Cheguei em Torres destruído, arrasado, sensível, confuso, perdido. Minha cabeça não entendeu o que estava acontecendo. Larguei um cenário totalmente favorável e conhecido para ir em direção ao total desconhecido. O resultado disso foram ataques de pânico diários e depressão. Nunca tinha tido nem um nem outro. Foi horrível. A depressão é algo avassalador. É sentir apenas o vazio. Eu não tinha nem forças pra chorar. Cheguei a questionar minha vida por alguns momentos. Nunca pensei que chegaria nesse ponto. Foram algumas semanas de muito sofrimento. Essas sim, as piores semanas da minha vida. Como as épocas eram festivas, as rotinas eram baseadas em festas e bebidas. Eu bebia para ver se aquilo passava. Passava por algum instante, mas o dia seguinte era muito cruel. Entendi que o álcool estava piorando minha situação é resolvi dar um tempo. Parei também com cafeína, diminui o tabaco (sou fumante) e ajustei minha rotina com mais exercícios e sonos mais controlados. Isso, aliado a mais sessões de terapia, aos poucos foram organizando minha mente e me fazendo chegar à conclusão que a viagem precisava começar. Eu precisava justificar o quanto antes todas as recentes decisões que eu havia tomado.
Pé na estrada (e a história continua. . .)
Com isso, resolvi antecipar meu início da viagem de março para janeiro. Ainda no final do primeiro mês do ano, coloquei minha nova mochila nas costas e parti para Florianópolis, local onde decidi ser minha primeira parada. Ao começar, aos poucos fui melhorando e as coisas começaram a fazer sentido. A viagem havia começado e eu podia sentir isso! Eu estava feliz, empolgado e me sentindo realmente livre de tudo. E até hoje sigo errante e aprendendo por esse nosso lindo e diverso país – gastando muito pouco ou quase nada.
Bom, essa é a primeira parte da minha história, da forma mais breve que pude contar. Ainda não são as minhas aventuras e peripécias pelo mundo, mas são pontos importantes a serem entendidos para aqueles que me acompanharem daqui por diante. E também para que cada um de vocês possa refletir um pouco sobre tudo. Nessa vida não existe regra, somos nós quem as definimos de acordo com o que queremos. Nunca fomos nem nunca seremos presos a nada. Somos seres livres de qualquer pessoa, emprego, cidade ou seja lá o que for. Não digo isso de uma forma: “Hey você, larga tudo também éesai por aí!”. Não é sobre isso, e sim, sobre ter consciência de sua liberdade. E consciência que a vida e o mundo tem infinitas possibilidades. O certo é o errado não existem, apesar do sistema querer dizer que sim.
A zona de conforto é como acordar em um domingo de inverno: estar quentinho e confortável na sua própria cama, saber que nada de mal vai acontecer. Já sair da zona de conforto, significa acordar no frio, sem cobertas, em uma cama desconhecida, em um local desconhecido e ter que ir pra rua para se ajustar a situação. E é nesses casos que a mágica da vida acontece…
Se passaram desde então cerca de 2 anos e meio – tempo de muitas mudanças, descobertas, aprendizados e muitas, muitas aventuras pelo Brasil, país que decidi começar minha jornada. Hoje viajo apenas de carona e dormindo em minha barraca em postos de gasolina, praças, quintal de locais. Não bebo mais e gasto basicamente com comida, quando não ganho ela. Mas não foi assim que tudo começou, a viagem foi me moldando. E para eu começar a mostrar minha rotina diária, vocês precisam saber e entender um pouco do que aconteceu nesses últimos 2 anos e meio. A partir da semana que vem, vou começar uma série de relatos da minha viagem até então, com histórias mais marcantes (algumas de dar medo, outras muito engraçadas) e quem o Felipe foi/está se transformando. Até lá!