O empresário e administrador de empresa Carlos Souza completou, em janeiro de 2019, dois anos de gestão na cadeira maior da política torrense. E entre as promessas de campanhas e realizações, o jornal A FOLHA indagou ao prefeito Carlos – através de entrevista por email – algumas questões importantes referentes às demandas coletivas da cidade. O objetivo foi falar sobre o que aconteceu de relevante na PRIMEIRA METADE de seu mandato e o que poderá acontecer na SEGUNDA metade, que já se encerra no dia 31 de dezembro de 2020.
JORNAL A FOLHA ENTREVISTA: Carlos Souza, prefeito de Torres
A Folha – Como o senhor resume estes dois anos de realidade na gestão política e administrativa dos recursos financeiros, materiais e humanos da municipalidade torrense?
CARLOS SOUZA – Foram dois anos de bastante trabalho em que tivemos como foco a gestão inteligente dos recursos do Município e, com isso, conseguimos colocar as contas em dia, dando condições para novos investimentos.
A Folha – Quais as principais surpresas que sua vivência de empresário encontrou na hora de executar a gestão na coisa pública, com responsabilidades regidas pela lei de Responsabilidade Fiscal? Estas leis (burocracias) estão corretas (São necessárias) ou deveriam mudar?
CARLOS SOUZA – As principais surpresas foram exatamente os entraves burocráticos que a legislação impõe para dar andamento aos projetos. Enquanto na iniciativa privada conseguimos executar alguma demanda no período de 30 dias, no sistema público, precisamos de, no mínimo, 180 dias para começar a executar qualquer projeto. Entendo que as leis rígidas são sim necessárias para garantir a lisura dos processos. No entanto, precisamos de alterações capazes de continuar preservando a integridade pública e, ao mesmo tempo, oferecendo maior agilidade na solução das demandas da população, com menos morosidade, sem interferir na eficiência da gestão.
A Folha – Sabemos que a Prefeitura herdou déficits fiscais e suas consequências (que chegavam a 24 milhões de reais em débitos). Como estão estes números nesta metade da gestão e qual a expectativa nesta segunda metade de governo?
CARLOS SOUZA – Com foco na gestão, conseguimos controlar despesas e aumentar a receita pública sem aumentar os impostos municipais para os contribuintes. E resultado foi muito positivo: além de liquidar os restos a pagar, conseguimos reduzir em 70% a insuficiência financeira, que caiu de R$ 8.944.090,48 (em 2016) para R$ 2.733.672,37 (ao final de 2018). A expectativa é continuar melhorando estes resultados.
A Folha – Quanto foi o investido em OBRAS urbanas nestes dois anos e quanto deve ser investido nos próximos? Quanto por cento, na prática, representam estes investimentos em relação ao orçamento?
CARLOS SOUZA – Através de um excelente trabalho de captação de recursos e com o apoio de lideranças políticas, nestes dois anos, conseguimos também garantir recursos junto ao Governo Federal e Estadual que somam mais de R$ 18 milhões para investimento em saúde, educação, ação social, agricultura e para importantes obras de infraestrutura urbana que realizaremos até o final de 2020. Estes investimentos representam cerca de 20% do orçamento.
Já começamos a aplicar estes recursos na retomada de obras fundamentais que estão em andamento como a revitalização da Praça da Lagoa do Violão, a revitalização da Praça XV e a retomada das obras de pavimentação asfáltica da Rota Salinas, que representam investimentos de mais de R$ 5 milhões. Além disso, já realizamos obras com recursos próprios como o novo pórtico do Parque da Guarita, a pavimentação de 4500 m2 de área no Parque de Balonismo e um grande pacote de melhorias na iluminação pública.
A Folha – Quais foram os AVANÇOS no sistema de Saúde Pública?
CARLOS SOUZA – Na saúde, investimos muito na qualificação dos servidores para o atendimento à população, oferecendo melhores condições também de trabalho, reaparelhamento, treinamento adequado, assim como em obras para melhoria da infraestrutura dos setores. Conseguimos contratar mais de 50 novos servidores, além de médicos especialistas e realizamos uma grande compra de exames, reduzindo o tempo de espera dos pacientes pelo diagnóstico. Outra conquista importante foi a aquisição de novos veículos, incluindo dois ônibus que oferecem maior conforto no transporte, sendo um destes com acessibilidade.
A Folha – Quais os projetos implantados no sistema de EDUCAÇÃO e quais os objetivos destes para a comunidade?
CARLOS SOUZA – Implantamos o Sistema de Ensino Aprende Brasil, da Editora Positivo, do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental, que trouxe muitos benefícios para os estudantes, como material didático individual para cada aluno, plataforma digital, ampla qualificação dos professores, novo sistema de avaliação e maior integração da família com a Escola. Uma grandes vantagens do novo sistema, sem dúvida, é a uniformização do ensino em toda a rede municipal, que já nos torna mais preparados para a implantação da base comum curricular.
A Folha – Qual o rótulo que seu governo deseja deixar na gestão do TURISMO para Torres? O que foi feito de DIFERENTE nesta área e o que desejas fazer nos anos de 2019 e 2020?
CARLOS SOUZA – A promoção do Turismo é um dos principais pilares do nosso Plano de Governo. Estamos fazendo isso investindo no aperfeiçoamento dos eventos já tradicionais do Município, que bateram recorde de público nos últimos dois anos, como o Festival de Balonismo e o Réveillon. Vamos investir muito ainda em infraestrutura urbana para qualificação do turismo, tornando a cidade ainda melhor. Inovamos ao estimular o turismo regional integrado, projetando Torres como participante em dois grandes projetos: o Geoparque Cânions do Sul e a Rota Turística Caminho dos Vales e das Águas. Entendo que o turismo é a base para a potencialização da economia de Torres durante todo o ano e estes projetos podem contribuir muito para novas alternativas de geração de emprego e renda.
A Folha – E o Porto? Irá ser instalado em Torres ou não?
CARLOS SOUZA – O Terminal Marítimo no Litoral é um projeto de extrema importância para a economia do Rio Grande do Sul e, talvez seja, um caminho auxiliar para o equilíbrio das contas públicas do Estado. Para Torres, o Porto pode representar um grande aumento dos recursos públicos que torna possível o investimento em muitos projetos tão esperados para a cidade, além de inúmeras oportunidades de geração de emprego e renda para os torrenses. O que cabe a mim, como gestor, é buscar novas oportunidades para melhorar a economia do Município e estamos trabalhando muito para a conquista deste projeto. Acredito que, havendo viabilidade, poderá sim ser uma realidade, claro que prevalecendo a vontade da comunidade de apoiar o projeto.
A Folha – Como seu governo está enxergando a relação com a comunidade torrense? A participação da sociedade tem sido positiva? E as redes sociais?
CARLOS SOUZA – A avaliação neste ponto é muito positiva. Sempre procuramos dialogar com a comunidade antes de tomar as decisões mais importantes do Governo. A nossa Administração sempre esteve de portas abertas para entender o que a população quer e foi assim que conseguimos construir algumas conquistas nestes dois anos anos. O nosso slogan é “Vem Ser Torres” e vimos isso na prática todos os dias quando os segmentos abraçam as nossas iniciativas e são parceiras da Prefeitura em cada realização. Isso nos mostra que estamos no caminho certo e que, afinal de contas, estamos todos juntos buscando o que é melhor para Torres. Quanto às redes sociais, são um grande canal de comunicação porque servem para as pessoas acompanharem os assuntos de interesse público e, hoje, também são uma grande aliada da Prefeitura porque nos ajuda na solução de demandas da comunidade.
A Folha – E a relação com a base aliada na Câmara dos Vereadores? Como está a governabilidade e a aceitação das partidos aliados? E com a oposição?
CARLOS SOUZA – Em relação à Câmara de Vereadores, a minha postura tem sido de respeito às decisões. Tenho encaminhado todos os assuntos com muita tranquilidade, baseada no diálogo com os vereadores e com os partidos. Mantenho imparcialidade em relação às decisões como um todo porque acredito que a governabilidade na Câmara deve ser pautada pelo interesse da cidade. A responsabilidade de votar projetos deve atender, em primeiro lugar, o que for melhor para a comunidade. Sempre mantive uma relação muito respeitosa com a oposição, que faz o seu papel de forma tranquila, e assim deve continuar sendo.
A Folha – ‘A vida vai melhorar’ (relativo ao slogan de campanha de Carlos Souza) aonde mais, no final de seu governo?
CARLOS SOUZA – A vida já está melhorando em diversas áreas, como vimos nos resultados apresentados nas perguntas anteriores. Os três pilares do nosso governo são: gestão, turismo e pessoas. Estamos fazendo gestão inteligente, investindo na promoção do turismo e cuidando das pessoas. Continuaremos colhendo muitos outros resultados neste e no próximo ano, especialmente nestes três pilares. Isto é melhorar a vida das pessoas.
A Folha – O senhor vai tentar a reeleição em outubro de 2020? Se não, estás preparando um (a) sucessor(a)?
CARLOS SOUZA – Sabemos que ainda existe muito a ser feito, mas com os investimentos que estaremos concretizando nos próximos dois anos, vejo uma cidade muito melhor ao final de 2020. Torres merece que este projeto todo tenha continuidade. Ainda é muito cedo para dizer se vou à reeleição. Este é um assunto que deve ser muito bem pensado, amplamente debatido com todos os envolvidos e avaliado por uma série de contextos. Caso não seja o meu nome à frente desta continuidade, com certeza, será preparado um sucessor.
*Editado por Guile Rocha
