A casa da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Urbanas (AMTRU), sediou na quinta-feira, 11, a Oficina de picador de galhos, mutirão e Panc, com ações para promover a adaptação da agricultura e nutrição às mudanças climáticas. Realizadas simultaneamente, as atividades contaram com a equipe técnica do Centro Ecológico no uso do picador e com as agricultoras Inês Gonçalves Flores e Marli Justo no preparo do almoço Panc. Depois de uma conversa de apresentação, as pessoas puderam alternar a participação numa e noutra atividade.
A oficina com o picador iniciou pela poda e capina do horto dos fundos da casa. Com resíduos gerados neste mutirão, o picador produziu material mais adequado para compostagem e cobertura de hortas do que galhos inteiros. O tecnólogo em Gestão Ambiental Nelson Bellé explicou que esta tecnologia, além de incorporar matéria orgânica no solo, reduz a dependência de insumos externos e a necessidade de irrigação, porque a cobertura de galhos e folhas triturados ajuda a manter a umidade do solo. “Depois já vão entrando em decomposição as folhas. Os galhos (os resíduos dos) mais grossos demoram um pouco mais. O tempo que a gente gasta na capina podemos usar neste trabalho”.
Enquanto isso, na cozinha, Inês e Marli preparavam, orientavam e davam receitas com plantas alimentícias não convencionais. “Nós temos uma riqueza, que são as Panc. Uma riqueza muito grande. Moramos no meio dos alimentos e a gente as às vezes não considera eles como alimentos, pensa que é inço, que é um mato desnecessário. Deixam um alimento perto de casa que é gratuito, é limpo, saudável”, explicou Inês, enquanto iniciava o preparo de uma farofa com urtiga, picão e língua de vaca. O almoço teve ainda risoto de mangará (umbigo de bananeira), como prato principal, saladas de folhas e flores, maionese de banana verde, polenta e arroz com açaí de juçara.
