O Governo do Rio Grande do Sul apura um possível novo foco de gripe aviária em mamíferos marinhos – caso se confirme, será o terceiro desde 04 de outubro. Está sendo analisado o material genético de um leão-marinho que havia aparecido adoecido e paralisado dias atrás na orla da Praia Real (Sul de Torres), e que após apareceu morto. Já na manhã desta segunda-feira, 09 de outubro, foi encontrado um leão-marinho encalhado na Praia dos Molhes – caso que foi atendido pela equipe do ICMBio e Inspetoria Veterinária.
De acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), houve a coleta de material genético do corpo do animal, que foi encaminhada para análise em laboratório. Somente após a avaliação é que será possível confirmar a causa da morte. Já nesta terça-feira, 10 de outubro, a Prefeitura de Torres indica que vai realizar uma reunião com os órgãos locais que possuem interface com o meio ambiente e a sanitárias para eleger os encaminhamentos pertinentes.
Além disso, o Secretário do Meio Ambiente do Passo de Torres, Roger Maciel, divulgou em suas redes sociais que na segunda-feira (09) mais um leão-marinho teria encalhado, já sem vida, na praia Rosa do Mar (no Passo de Torres).
Alerta
Em reunião com o governo do RS nesta segunda (9), a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) alertou que animais têm sido encontrados mortos ou doentes entre a Praia Real e a Praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar. Segundo salientou o portal G1, o RS identificou dois focos de gripe aviária em mamíferos marinhos: na Praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, e na Praia do Cassino, em Rio Grande. Agora, Torres também vem sendo estudado como foco
O caso está sendo acompanhado também pela equipe do ICMBio Revis Ilha dos Lobos, que já alertava para os sintomas compatíveis com gripe aviária do animal encontrado recentemente na Praia Real. “Caso encontre outro leão ou lobo-marinho que não esteja bem, com sintomas (compatíveis com gripe aviária), pedimos que as pessoas não se aproximem, façam o isolamento e entrem em contato com as autoridades. Isto para que possam ser feitas coletas de material (do animal adoecido) com o serviço veterinário competente, para análise se estes animais estão contaminados ou não, pois isto é uma questão de saúde pública também”. ressalta Aline Kellerman, analista ambiental do ICMBio Revis Ilha dos Lobos
Essas notificações não alteram a condição sanitária do estado e do país de livre da gripe aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) porque não há registro da doença na produção comercial. Apesar das infecções humanas com vírus da influenza aviária serem raras, o Governo Federal solicita à população que evite se aproximar do local onde os focos foram registrados e que não toque em animais doentes ou mortos para prevenir o contágio e a disseminação da doença.
O que é e onde surgiu a H5N1?
O H5N1 é um subtipo do vírus Influenza que atinge, predominantemente, as aves – mas também pode atacar animais marinhos e o ser-humano.
Os vírus Influenza são divididos entre os de Baixa Patogenicidade (LPAI, leve) e os de Alta Patogenicidade (HPAI, grave). O H5N1 faz parte do segundo grupo: isso significa que ele é disseminado rapidamente entre as aves e tem um alto índice de mortalidade entre os animais.
A Influenza Aviária foi diagnosticada pela primeira vez em aves em 1878, na Itália. Mas o H5N1 só foi isolado por cientistas mais de 100 anos depois, em 1996, em gansos na província de Guangdong, no sul da China.
No ano seguinte, ocorreu o primeiro registro da doença em humanos, em Hong Kong, segundo um documento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
*Com informações de ICMBio Revis Ilha dos Lobos e G1 RS