Prefeitura de Torres bateu metas e arrecadou mais do que gastou em 2019

Arrecadação de impostos DIRETOS foi as que puxaram os aumentos, mas ainda representam 33% da arrecadação total. Despesas estão dentro da lei fiscal

2 de março de 2020

Nesta semana, a prefeitura a prefeitura de Torres disponibilizou os resultados fiscais (com relação meta X realidade) do terceiro quadrimestre do orçamento referente ao exercício de ano de 2019. Na prática, trata-se do resultado do orçamento anual do ano passado relacionado com a LOA (Lei do Orçamento anual), pois o terceiro quadrimestre soma os doze meses do ano.

A Receita Orçamentária Consolidada total, que corresponde ao somatório das receitas correntes e de capital (excluídas as deduções para o FUNDEB, tributárias e outras receitas), foi prevista na Lei de Orçamento para o exercício de 2019 num montante de R$ 206.986.781,74. A receita efetivada no período de janeiro a dezembro de 2019 foi de R$ 182.835.181,04, tendo assim sido arrecadado 88,33% da meta anual.

 

 DEMONSTRATIVO DA RECEITA PREVISTA E REALIZADA.

Discriminação Previsão Anual Realizada no Período
1 – Receitas Correntes 146.322.335,95 156.446.885,28
Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria 61.379.253,90 60.976.750,30
  Receita de Contribuições 7.720.762,72 8.410.923,57
  Receita Patrimonial 8.432.256,76 12.849.036,19
  Receita de Serviços 1.116.254,00 1.650.234,21
  Transferências Correntes 66.451.247,09 71.401.720,27
  Outras Receitas Correntes 1.222.561,48 1.158.220,74
7 – Receitas Correntes – Intra – Orçamentárias 17.225.333,10 18.352.464,59

 

Discriminação Previsão Anual Realizada no Período
2 – Receitas de Capital 43.439.112,69 8.035.831,17
Operações de Crédito Internas 11.272.640,09 400.754,41
   Alienação de Bens 2.800.000,00 119.139,30
   Amortização de Empréstimos 565.000,00 545.998,52
  Transferências de Capital 28.770.886,55 2.731.223,36
Outras Receitas de Capital 30.586,05 4.238.715,58
Total da Receita 206.986.781,74 182.835.181,04

Fonte: Contabilidade da Prefeitura Municipal de Torres.

 

A Receita PROPRIA, de impostos, Taxas e Contribuição de Melhorias cobradas pela prefeitura diretamente dos contribuintes atingiu ao final do quadrimestre em análise o montante de R$ 60.976.750,30, que, confrontada com a previsão constante na programação financeira de R$ 61.379.253,90, representa uma realização de 99,34% da projeção estimada para o ano. O valor representa em torno de 33% das receitas totais, ou em torno de um terço.

O Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) arrecadou R$ 29.181.132,40, representando 48% das receitas próprias (IPTU, ITBI, ISSQN e Taxas) . A arrecadação dessa receita tem relação direta com o valor venal dos imóveis, tendo sido impactada, de certa forma, positivamente pela atualização do cadastro imobiliário do Município.

O Imposto sobre Transações Imobiliárias (ITBI) arrecadou 115,21% da projeção anual, ou seja, estava previsto o ingresso de R$ 8.100.000,00, tendo sido arrecadados até o final do quadrimestre R$ 9.332.267,40. Representa 15% das receitas próprias.   Essa receita, além de relação direta com os valores venais dos imóveis, também depende do mercado imobiliário, cujas transações, de acordo com o número de guias de transmissão emitidas, representaram um acréscimo de 14,15% em relação à igual período do exercício anterior, que foi de R$ 8.175.183,86.

Em relação ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), a arrecadação no período foi de R$ 7.712.352,41, o que também representa quebra positiva de meta, atingindo 108,34% da projeção anual de R$ 7.118.400,00.  Representa 14% das receitas próprias e dá noção do movimento dos serviços de Turismo locais formalizados (pagando impostos sobre Notas Fiscais). Ainda é pequeno em relação ao potencial, embora a prefeitura esteja comemorando o aumento da arrecadação desta conta por implementar uma política de combate à sonegação de impostos bem como a atualização da legislação municipal face às alterações em outras esferas de Estado.

As taxas apresentaram o ingresso de R$ 8.843.398,14 contra uma projeção anual de R$ 9.878.570,00 Arrecadou-se, portanto, 89,52% do valor anual previsto para o exercício de 2019.

 

QUADRO 2 – RECEITAS TRIBUTÁRIAS REALIZADAS.

DISCRIMINAÇÃO Realizada no Período
Receita de Impostos 52.133.352,16
  I P T U 29.181.132,40
  I  R  R  F 5.907.599,95
  I  T  B  I 9.332.267,40
  I  S  S Q  N 7.712.352,41
Receita de Taxas 8.843.398,14
  Taxas pela Prestação de Serviços 6.644.209,94
  Taxas Específicas de Estados, DF e Municípios 2.199.188,20
Total das Receitas de Impostos e Taxas 60.976.750,30
Meta da Receita de Impostos e Taxas Anual 61.379.253,90

 

Transferências Correntes

No grupo das Transferências Correntes da União, o item mais significativo refere-se às transferências constitucionais do Fundo de Participação dos Municípios – FPM –, que realizou R$ 21.377.966,66 no período, correspondendo a 109,33% da projeção anual de R$ 19.552.972,00.

As transferências da União relativas à cota-parte do Fundo Especial do Petróleo realizaram R$ 371.506,02, correspondente a 108,63% do valor previsto para o exercício corrente de R$ 342.000,00.

Nas estaduais, a cota municipal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) realizou R$ 11.506.891,45 correspondentes a 108,89%, da projeção anual da arrecadação de R$ 10.567.845,79. A cota – parte do  Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) realizou R$ 4.506.197,84 correspondentes a 108,90% da projeção para o exercício financeiro de R$ 4.137.831,83, mesmo com muitos proprietários de veículos locais emplacando seus carros no Passo de Torres, em Santa Catarina, por ser mais barato e de legislação difusa, que permite esta “jogada”.

A cota – parte do  I P I –  E X P O R T A Ç Ã O realizou R$ 175.776,84 correspondentes a 108,25% da projeção anual de R$ 162.384,90.

O Município arrecadou, considerando as deduções para o FUNDEB e outras deduções, com as transferências correntes da União e do Estado o valor de R$ 71.401.720,27, valor este 107,45% da meta prevista, pois a mesma foi no valor de R$ 66.451.247,09. E as transferências representaram 39% da receita dos cofres de Torres, seis pontos percentuais acima das receitas próprias de impostos.

Despesa foi inferior a receita

Considerando todas as fontes de recursos, a Despesa total empenhada no período de janeiro a dezembro de 2019, apresentou uma execução no valor de R$ 164.046.258,98, sendo inferior à Receita Total realizada.

As Despesas empenhadas acumuladas do ano até dezembro de 2019 totalizaram R$ 164.046.258,98, valor equivalente a 79,25% da previsão para o ano de R$ 206.986.781,74. O total das despesas correntes realizadas foi de R$ 149.574.264,56, correspondente a 104,69% da projeção anual de R$ 142.876.273,96. As despesas de capital totalizaram R$ 14.471.994,42, ou seja, 27,86% do valor projetado para o ano, de R$ 51.947.324,54, sendo a Reserva de Contingência Total de R$ 12.163.183,24.

Despesa com pessoal está relativamente baixa

A Despesa de Pessoal total calculada conforme metodologia adotada pelo Tribunal de Contas do Estado do RS, considerando os poderes executivo e legislativo, sempre costuma ser o item mais significativo no conjunto das despesas fiscais. Em relação à Receita Corrente Líquida dos 12 últimos meses, ou seja, janeiro de 2019 a dezembro de 2019, conforme estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal, esta despesa com funcionários está bem abaixo do limite prudencial de 57,00%, apresentando, respectivamente, o limite de comprometimento de 44,56% para o Executivo e de 1,75% para o Legislativo: menos de 47%, portanto.

As despesas líquidas com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), acumuladas no período, após os ajustes legais, totalizaram R$ 25.606.455,17, o que corresponde a 25,97% da Receita de Impostos e Transferências. Observa-se, nesse caso, que o Município, no exercício corrente, atendeu o limite mínimo de 25% estabelecido pela Constituição Federal.

Os gastos líquidos com saúde atingiram o montante de R$ 16.066.595,05, o que corresponde a 16,30% sobre a Receita Líquida de Impostos e Transferências. Observa-se, portanto, que o município, no exercício corrente, atendeu o limite mínimo de 15% estabelecido na Emenda Constitucional nº.  29/2000.

 

Divida e restos a pagar

A Dívida Consolidada ao final do quadrimestre totalizou R$ 71.486.767,07, demonstrando um acréscimo de 94,46% em relação ao saldo anterior, no valor de 36.761.971,56. No período de janeiro a dezembro de 2019 a Prefeitura Municipal desembolsou R$ 6.775.739,37, referente a Restos a Pagar de exercícios anteriores.

O quadro a seguir demonstra que 33,42% do montante dos restos a pagar apresentam insuficiência financeira, no que tange ao exercício de 2019.

 

Exercícios Restos Totais Restos com Insuficiência % da insuficiência
2015 20.724.170,87 5.531.299,73 26,69%
2016 21.183.785,54 8.863.660,48 41,84%
2017 12.090.166,48 4.034.232,26 33,37%
2018 12.174.163,17 2.733.459,39 22,45%
2019 14.558.972,78 4.865.178,96 33,42%

 

 


Publicado em: Política






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