O Serviço de Epidemiologia e o Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) da Secretária de Saúde de Torres está fazendo o monitoramento por telefone dos pacientes atendidos com síndrome gripal no município e, ao término do monitoramento, a testagem de todos contatos domiciliares dos casos confirmados para Covid-19 também é realizada. O trabalho tem apoio técnico científico da ULBRA Torres e será desenvolvido enquanto o vírus permanecer circulando na região. Os indicadores já estão sendo usados para melhorar o entendimento das formas de transmissão dentro do município e também para futuras publicações científicas da Universidade.
Como funciona o trabalho desenvolvido?
A identificação dos contatos inicia no atendimento presencial, quando a pessoa sintomática deverá informar ao médico o nome completo das demais pessoas que residem no mesmo endereço, assinando um termo de declaração contendo a relação dos contatos domiciliares. Nesse momento, o paciente é orientado sobre a necessidade de seu isolamento domiciliar, assim como dos seus contatos domiciliares, sendo fornecido atestado para isolamento do paciente e seus contatos domiciliares.
A partir deste momento, o paciente sintomático passa a ser monitorado via telefone a cada 48 horas, conforme protocolo, sendo reforçado a cada monitoramento a necessidade dos cuidados no domicílio visando a redução da transmissão dentro de casa. Ao término de 14 dias, contados a partir da data do início dos sintomas, são testados todos contatos domiciliares através da pesquisa de anticorpos para o SARS-CoV-2 (nome científico do vírus Covid 19).
O enfermeiro Renan Emerin, que atua no Serviço de Epidemiologia Municipal, relata que “por ser uma cidade turística, servindo como refúgio para pessoas de grupos de risco e de grandes centros, Torres acaba tendo uma migração durante período de isolamento social. Além disso, as belezas naturais da cidade contribuem para encontros, seja para prática de esportes ou uma roda de chimarrão com os amigos, dado a hospitalidade característica do povo gaúcho”. A enfermeira Thaís Gonçalves destacou que “mensurar o grau de contaminação intradomiciliar é uma medida essencial para conhecer o padrão de disseminação viral e o quanto as medidas de isolamento domiciliar estão sendo ou não efetivas”.
Segundo o médico responsável pelo SAE, Fabio Valente Gomes, a prevalência dos contatos domiciliares infectados pela Covis-19 “tem relação direta com o diagnóstico precoce dos sintomáticos, assim como do reforço das medidas de isolamento e cuidados intradomiciliares, realizados a cada contato telefônico durante o monitoramento”.
O professor da Ulbra Torres, Daniel Bedinote da Rocha, acredita que a diferença nos indicadores pode estar associada ao estilo de vida entre as pessoas. Os outros indicadores que estão sendo mensurados pelo grupo de trabalho irão ajudar a responder esta questão. “Estamos vivendo um momento difícil, mas precisamos destacar a atuação dos profissionais da Saúde, que estão na linha de frente. Os técnicos, enfermeiros, médicos e atendentes em geral dos postos de Saúde e Hospitais. Muitos estão colocando suas vidas em risco para realizar um trabalho dedicado e fundamental para nossa sociedade. Se alguém merece os parabéns nesse período de pandemia são esses profissionais”, finalizou.
Em breve o grupo estará divulgando outros indicadores como: % de infectados por família e sua relação com o número dos dias desde o início dos sintomas até o primeiro atendimento do caso, % de infectados pelo sexo, % de cônjuges infectados em relação aos demais contatos, número de contatos infectados assintomáticos, média de idade dos contatos infectados, entre outros. (material extraído do site www.ulbra.br/torres