Presença de argentinos no verão do litoral norte gaúcho cai pela metade em relação ao ano passado

Desvalorização do Poder aquisitivo da população e preços salgados do Brasil são os principais motivos para que 'hermanos' troquem as praias brasileiras por argentinas

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15 de janeiro de 2019

O movimento de brasileiros nas praias gaúchas tem aumentado um pouco nesta alta temporada, basicamente no mesmo ritmo da retomada da economia do Brasil, que iniciou há dois anos. Mas a crise AGUDA que assola a Argentina tem causado forte diminuição no turismo em todo o Brasil, principalmente nas cidades que atualmente costumam receber a visita dos “Hermanos” para a temporada de veraneio – basicamente destinos litorâneos, incluindo Torres e o litoral do RS.
A FOLHA conversou com hoteleiros e diretores de entidades de classe que trabalham com o Turismo de Torres. E o diagnóstico entre os consultados foi quase unânime: um verão onde hotéis vão trabalhar com 80% da capacidade que têm operado nos últimos anos. E uma importante causa desta queda é a diminuição de turistas oriundos dos países vizinhos. Principalmente os argentinos já demonstram que estão chegando na cidade em número que se mostra menor do que a METADE do registrado na temporada passada. E o resultado é que hotéis de Torres que operam na beira da praia, geralmente lotados durante todo o mês de janeiro, entram semanas com quartos desocupados em quantidades que chegam a 35%.
O Réveillon 2018/2019 também demonstrou menos movimento na hotelaria que o mesmo período do ano anterior. Vários hotéis torrenses viraram o ano com vagas em seus estabelecimentos e muitos outros tiveram que, ainda, baixar os preços especiais cobrados na passagem de ano (geralmente 50% mais caros que a tarifa de balcão) para poder melhorar a ocupação, quando isto geralmente não é necessário na data principal do Turismo em Torres.

Baixa do Poder Aquisitivo

 

O baixo Poder aquisitivo dos “Hermanos” argentinos é a causa. Mesmo com a desvalorização do Real em relação ao dólar americano, registrada no Brasil nestes últimos 12 meses, a situação não melhorou para os vizinhos. Talvez tenha deixado “menos ruim”, mas não melhorou… É que em seu país de origem, a Argentina, a crise gerada pela inflação e recessão enfraqueceu o peso (moeda deles) em relação ao Dólar. Por exemplo: há dois anos – uma temporada onde houve mais presença dos argentinos no Brasil – um dólar americano necessitava de 15 pesos argentinos para ser comprado. Hoje, o mesmo dólar exige 30 pesos argentinos, conforme câmbio operado pelos hoteleiros. No cambio, um peso argentino vale somente 9 centavos de reais para compra, sendo vendido para o consumidor por 17 centavos de reais.
Levantamento feito informalmente com operadores de turismo locais dá conta que o preços dos alimentos em geral no Brasil e na argentina estão similares. E um dos grandes diferenciais que motivavam a viajem dos Hermanos para as praias gaúchas (e brasileiras) era justamente isto: os preços dos alimentos, no mercado e nos restaurantes, era menores dos que os pagos lá na argentina – isto à época do grande fluxo do turismo deles pelo Brasil (há dois anos).
A hospedagem é mais cara aqui no Brasil do que na Argentina. Isto faz com que muitos turistas troquem a volta às praias “calientes” do Brasil pelas praias argentinas, mesmo com mar gelado e temperaturas menores.


Publicado em: Economia Turismo






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