Presença do mosquito-pólvora, vetor do vírus Oropouche, é monitorada na região de Torres

Amostras analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ), confirmou a identificação da espécie também em municípios da região de Torres (Mampituba, Três Forquilhas, Dom Pedro de Alcântara e Mampituba)

Mosquito-pólvora, ou maruim (foto por Bruna Lais Sena do Nascimento/ SEARB/ IEC - em Agência Brasil)
25 de julho de 2024

Identificados no litoral norte gaúcho no início de 2024, insetos da espécie Culicoides paraensis, conhecidos popularmente como “maruim” ou “mosquito-pólvora”, tiveram a presença no Rio Grande do Sul confirmada após análise laboratorial com resultado divulgado nesta semana. Principal vetor do vírus Oropouche (OROV), que causa a Febre do Oropouche, o mosquito é motivo de alerta para a Secretaria Estadual da Saúde (SES) e para a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O Estado ainda não teve casos confirmados da doença.

Este pequeno inseto, que mede até 3 milímetros, se prolifera em áreas com acúmulo de material orgânico e umidade, sendo comum em regiões com cultivo de bananas. As amostras foram analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ), que confirmou a identificação da espécie nos municípios de Mampituba e Três Forquilhas (ambos na região de Torres). Ao mesmo tempo, a Seapi identificou a presença da espécie nos municípios de Dom Pedro de Alcântara e Mampituba na região de Torres – além de Itati, Maquiné e Terra de Areia.

 

Recomendações e monitoramento

Recentemente o Brasil vem registrando um aumento expressivo no número de casos autóctones (oriundos do mesmo local onde ocorreram) de Febre do Oropouche nos estados de como Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, entre outros.

Uma recomendação do Ministério da Saúde lançada esta semana orienta que sejam intensificadas ações de vigilância em saúde em todo o território nacional. A nota trata ainda da suspeita de transmissão vertical do vírus (da gestante para o feto) após sua identificação laboratorial em amostras de um caso de abortamento e em quatro casos de microcefalia, reforçando a necessidade de vigilância durante a gestação de mulheres com suspeita de arboviroses e do acompanhamento dos recém-nascidos.

Até o momento não foram identificados casos autóctones em humanos no Rio Grande do Sul, ou seja, não houve registro de infecção contraída no estado. Algumas evidências, porém, indicam que está havendo circulação do vírus Oropouche, já tendo sido detectados anticorpos em primatas não humanos.

Na Nota Técnica elaborada pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde é feito o alerta para o aumento do número de picadas e casos recentes de Febre do Oropouche relatados na região extra-amazônica, que indicam possibilidade de ocorrência de casos no Estado.

O monitoramento também é feito pelas autoridades da área da agricultura. “A defesa agropecuária tem feito um trabalho intensivo de palestras, reuniões e orientações voltadas à educação sanitária, com foco nos produtores rurais, entidades do setor produtivo e órgãos governamentais, levando informações sobre o inseto, seu comportamento e formas de prevenção”, destaca o fiscal estadual agropecuário Alonso Duarte de Andrade, que atua na região do Litoral Norte.

Larvas de mosquito nas folhas de bananeira em Dom Pedro de Alcântara — Foto: Reprodução/RBS TV

 

Febre Oropouche: Sintomas e prevenção

A Febre do Oropouche produz um quadro semelhante ao de outras arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos) como dengue, chikungunya e febre amarela. São característicos sintomas como febre, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, calafrios e, às vezes, náuseas e vômitos persistentes por até cinco a sete dias, além de ocasionalmente, quadros de meningite asséptica.

Levando em conta o cenário atual, a SES orienta que os serviços de saúde estejam atentos a sinais e sintomas compatíveis com a Febre do Oropouche e que sejam realizadas ações integradas entre diferentes órgãos, no contexto de Saúde Única.

 

 


Publicado em: Saúde






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