No último mês de maio, foi realizada a segunda expedição da pesquisa que procura compreender como ocorre a deriva de animais marinhos no litoral norte gaúcho. A pesquisa faz parte do projeto Conservação da toninha no litoral norte do Rio Grande do Sul, coordenado pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS), em parceria com o CECLIMAR/UFRGS, UERGS e UNISINOS.
Com o auxílio de uma embarcação, os pesquisadores lançaram novamente em cinco pontos, entre Tramandaí e Cidreira, flutuadores e carcaças de animais marinhos (toninhas, tartarugas e aves) que foram encontrados mortos nas praias gaúchas. A primeira expedição havia sido realizada em fevereiro desse ano.
Conforme o biólogo Maurício Tavares, do CECLIMAR/UFRGS, 1/3 das carcaças e cerca de 75% dos flutuadores utilizados no primeiro experimento foram recuperados, graças à grande participação e colaboração da comunidade. Desta vez, estamos utilizando também um número maior de rastreadores que auxiliarão a compreender melhor a dinâmica de deriva dos animais, explica o biólogo. Todas as carcaças e garrafas receberam novamente um código de identificação, além de um telefone (Whatsapp) e e-mail para contato. Com a participação da população, os pesquisadores já começaram a recuperar informações sobre as carcaças e flutuadores lançados em alto mar. A primeira toninha foi encontrada na manhã desta quinta-feira em Imbé.
O Prof. Paulo Ott, da UERGS e pesquisador do GEMARS, destaca ainda que durante esta última expedição foram coletados também dados sobre o fundo marinho, incluindo formações geológicas ainda pouco conhecidas na região, como os parcéis submersos. Estas formações, além de fornecerem informações valiosas sobre a evolução de nosso litoral, como as variações do nível do mar ocorridas ao longo do tempo, são importantes locais de concentração e reprodução de diversos animais marinhos, destaca o pesquisador.
A realização do Projeto é uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta de responsabilidade da empresa Chevron, conduzido pelo Ministério Público Federal – MPF/RJ, com implementação do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – Funbio.