As medidas de Isolamento Social decretadas por conta do Coronavírus na região do Litoral Norte, no primeiro momento proibiram totalmente a abertura dos estabelecimentos produtivos que não eram considerados “Essenciais”. Na prática, somente comércio do tipo supermercados, farmácias e postos de combustíveis tinha permissão para funcionamento em todo o RS. Restaurantes só podiam funcionar com pedidos e tele-entrega ou com fornecimento de marmitas pegas pelos clientes na porta dos pontos comerciais.
Na semana passada, a partir do dia 6 de abril, o governador do estado Eduardo Leite permitiu a abertura de Restaurantes (de forma normatizada e com horários especiais), além da abertura também (com regras específicas) da Construção Civil e atividades correlatas à mesma (lojas, ferragens e etc.) e da Indústria em geral.
Na quarta-feira (15), A FOLHA foi averiguar em um dia normal, no horário de almoço, como estavam funcionando os estabelecimentos de gastronomia na cidade, após a flexibilização. E não foram todos que optaram por voltar a funcionar, mesmo com a permissão. Pelo menos 40% dos estabelecimentos parece terem optado por não voltar a abrir, ainda, mesmo com a permissão do decreto. Muitos talvez pelas limitações de operação, que podem não permitir que o faturamento alcance o ponto de equilíbrio da atividade (pagamento dos custos fixos de funcionários dentre outros); outros talvez por terem optado por dar férias coletivas a todos os funcionários; outros simplesmente por não quererem abrir e arriscar funcionários e clientes aos riscos de serem contaminados pelo Coronavírus.
Abertura de uma oportunidade, desaparecimento de outras
No início das restrições os estabelecimentos podiam trabalhar somente com tele entrega e com marmitex (porções entregues para clientes na porta do estabelecimento). Esta fase ofereceu oportunidade para o aumento do trabalho dos motoboys em Torres. Alguns serviços acostumados a vender por pedidos remotos também de certa forma aumentaram o trabalho, para compensar a falta de oferta dos estabelecimentos tradicionais, então proibidos de abrirem ao público.
Por outro lado, os estabelecimentos de gastronomia que tinham em seu faturamento os serviços de Buffet servidos em festas e em residências de terceiros praticamente pararam este serviço em Torres, por falta de demanda. É que as restrições foram (continuam sendo e provavelmente se manterão) no tocante de não permitir nenhuma atividade onde haja agrupamentos de pessoas – típico de almoços festivos, aniversários, bailes, dentre outros. Portanto este baque nestes serviços é grande, mesmo podendo estar sendo estes trabalhos “represados” em alguns casos (deixar as festas para após o período restritivo, mas fazer as festas).
Hotéis esperam liberação de prefeitos
Conforme informou para A FOLHA a presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares do Litoral Norte (SHRBS – LN), Ivone Ferraz, a categoria de hospedaria está fechada desde o início das restrições efetuadas para brecar a proliferação da pandemia na região. Segundo a mesma sindicalista, as restrições estaduais para a atividade não foram flexibilizadas a partir do dia 6 de abril. Mas para Ivone Ferraz, a atual flexibilização no Estado do RS (feita através do decreto do governador Leite na semana passada) já permite que os estabelecimentos de hotelaria sejam reabertos, com as restrições que devem ser respeitadas por todos neste período de reabertura das atividades, mas reabertos.
A sindicalista diz que Torres e todas as cidades da região do Litoral Norte estão aguardando decretos dos prefeitos municipais para que os estabelecimentos de hotelaria sejam abertos ao público, retomando aos poucos a possibilidade da atividade de turismo, mas e abrindo, principalmente, a possibilidade de os hotéis e pousadas poderem receber trabalhadores que vêm às cidades para cumprir tarefas em redes de lojas, atividades de serviços e etc.